Depois de um interregno de uma semana, e ainda em plena comemoração dos 50 anos do 25 de Abril, retomamos a rubrica Memória (sj) de Abril, com a publicação do testemunho do P. José Carlos Belchior, sj
Estava em casa doente quando recebeu a notícia da revolução. Na altura, diretor do Colégio São João de Brito, em Lisboa, o P. José Carlos Belchior recorda os tempos conturbados que se viveram em abril de 74 e, principalmente, naquela primeira hora, onde a sua maior preocupação foi perceber de que lado vinha a revolução: ou seja, se esta vinha acentuar a ditadura vigente ou se ia abrir para um novo estilo de governo.
Conta a alegria e o entusiasmo com que foi acolhida a chegada da democracia mas sublinha a desorganização completa que se instalou nas estruturas nacionais e na sociedade. Havia o medo de muitas famílias e alunos perante a incerteza, recorda, mas também movimentos políticos, e até uma pequena célula comunista dentro do colégio. Foram tempos agitados em que o colégio, uma vez que era a única escola da freguesia, abriu as portas as movimentos populares, como assembleias de freguesia e de bairro.
José Carlos Belchior recorda ainda a grande manifestação do 1º dia – cujos 50 anos celebrámos ontem – e da qual tomou parte juntamente com milhares de pessoas. “Era uma multidão de gente..”
Captação de vídeo: Pedro Perpétua (Rede Mundial de Oração do Papa)
Edição: Ponto SJ
* Os jesuítas em Portugal assumem a gestão editorial do Ponto SJ, mas os textos de opinião vinculam apenas os seus autores.