Férias com Deus - Seguir Jesus - Ponto SJ

Férias com Deus – Seguir Jesus

As exigências de Jesus parecem impossíveis. Ele pede-nos para ser a prioridade da nossa vida, que renunciemos aos nossos bens para O seguir. Uma morte desejada ao meu ego para que uma vida de verdadeira disponibilidade dê o seu lugar.

As exigências de Jesus parecem impossíveis. Ele pede-nos para ser a prioridade da nossa vida, que renunciemos aos nossos bens para O seguir. Uma morte desejada ao meu ego para que uma vida de verdadeira disponibilidade dê o seu lugar.

Evangelho de Domingo 3 de Setembro

Lc 14, 25-33

“Naquele tempo, seguia Jesus uma grande multidão. Jesus voltou-Se e disse-lhes: «Se alguém vem ter comigo, e não Me preferir ao pai, à mãe, à esposa, aos filhos, aos irmãos, às irmãs e até à própria vida, não pode ser meu discípulo.

Quem não toma a sua cruz para Me seguir, não pode ser meu discípulo. Quem de vós, desejando construir uma torre, não se senta primeiro a calcular a despesa, para ver se tem com que terminá-la? Não suceda que, depois de assentar os alicerces, se mostre incapaz de a concluir, e todos os que olharem comecem a fazer troça, dizendo: Esse homem começou a edificar, mas não foi capaz de concluir’. E qual é o rei que parte para a guerra contra outro rei e não se senta primeiro a considerar se é capaz de se opor, com dez mil soldados, àquele que vem contra ele com vinte mil? Aliás, enquanto o outro ainda está longe, manda-lhe uma delegação a pedir as
condições de paz. Assim, quem de entre vós não renunciar a todos os seus bens, não pode ser meu discípulo».

 

Para concentrar:
No Shade in the Shadow of the Cross, do Sufjan Stevens

 

Para meditar:
Numa primeira leitura, as exigências de Jesus parecem impossíveis. Ele pede-nos para ser a prioridade da nossa vida, que renunciemos aos nossos bens para O seguir. Uma morte desejada ao meu ego para que uma vida de
verdadeira disponibilidade dê o seu lugar. Alerta para o perigo de não nos conseguirmos desprender das comodidades e preferências de uma forma quase provocatória “Esse homem começou a edificar, mas não foi capaz de concluir’”. Este aviso, ilustrado com imagens fortes- a construção de uma torre, uma campanha militar- procede de um pedido de uma fragilidade surpreendente. Afinal, a assumpção da própria cruz nada tem de grandes cálculos financeiros ou reunião de tropas. Qual é a utilidade de um símbolo de fraqueza como porta-estandarte de Deus? Porque é que a primeira condição para sermos cristãos não é um reconhecer e exercitar as nossas melhores qualidades, a fim de alcançar a excelência?

“Deus deixa-se empurrar para fora do mundo na Cruz. É fraco e impotente no mundo, e essa é precisamente a maneira, a única maneira, de Ele estar connosco e de nos ajudar. Mateus 8, 17 torna bastante claro que Cristo nos
ajuda, não através da sua omnipotência, mas pela virtude da Sua fraqueza e do Seu sofrimento.

(…) A Bíblia direciona o homem para a impotência e sofrimento de Deus, apenas o Deus sofredor pode ajudar. Deste modo, podemos afirmar que o caminho em direção ao amadurecimento do mundo (…), cria a possibilidade de vermos o Deus da Bíblia, que ganha poder e espaço no mundo pela sua
fraqueza (…)” 

Dietrich Bonhoeffer “Letters and Papers From Prison”, 16 de Julho de 1944

Proposta de Oração:
Começo este tempo de Oração pedindo a graça de saber reconhecer que a verdadeira paz reside na procura de relação com Jesus.

1. Vejo as minhas fragilidades e dificuldades como porta de entrada para uma relação com Cristo ou com alguma coisa que odeio e desejo ignorar na minha vida? Porquê?

2. Trago à memória situações complicadas que tenho vivido. Tenho deixado Jesus entrar ou quero vivê-las sozinho, na esperança de que passem rápido? Aproveito este tempo para expô-las a Jesus e peço, sem medos, a Sua ajuda.

3. Neste recomeço de ano, que comodidades e confortos que me retiram liberdade de seguir Jesus ainda não abdiquei? Faço um esforço de concretização e escolho apenas um sobre o qual queira exercitar o meu
desprendimento.

Acabo este tempo de oração agradecido por um Deus que me ama e se faz próximo na minha exacta condição, relembrando que, como escreve São Paulo “é na fraqueza que a força manifesta todo o seu poder”.

 

* Os jesuítas em Portugal assumem a gestão editorial do Ponto SJ, mas os textos de opinião vinculam apenas os seus autores.