Exposição: O dedo no olho

Exposição de Inês Teles está patente na Brotéria até dia 25 de abril. No dia 21 de abri às 18h30 haverá visita guiada seguida de uma conversa com a autora e com a curadora da exposição Maria Joana Vilela.

Exposição de Inês Teles está patente na Brotéria até dia 25 de abril. No dia 21 de abri às 18h30 haverá visita guiada seguida de uma conversa com a autora e com a curadora da exposição Maria Joana Vilela.

A exposição faz parte do projeto Aliquid stat pro aliquo, que significa “estar em vez de”. Composto por duas partes, são duas exposições distintas que agregam, conjuntamente, um mesmo sentido exploratório — o sentido que procura a (re)construção significativa das coisas, a partir daquilo que, através da obra, se coloca nesse mesmo lugar compreensivo.

O gesto da artista é orientado pelo motivo da transmutação constante da percepção que também o modifica e que coloca a obra nessa mesma transitoriedade, de um modo que a liberta das categorizações formais mais estáveis ou mais imediatas. Tudo está em vez de outra coisa, sempre que se renove a atenção sobre o objeto ou sempre que as relações entre eles e os outros surjam também renovadas.

A inauguração da exposição teve lugar a 24 de março, ficando esta patente até 24 de abril.

Visita guiada + Conversa
Qui 21 abril
18h30 às 20h30

Visita orientada à exposição com a presença da artista e da curadora. Segue-se uma conversa entre as duas e a apresentação do catálogo bilingue que documenta os dois momentos expositivos do projeto Aliquid stat pro aliquo.

Horário
Segunda a Sábado, 10h–18h
Entrada Gratuita

R. São Pedro de Alcântara 3 – Lisboa,

Inês Teles

O trabalho de Inês Teles (Évora – Portugal, 1986) começa na pintura, a partir da investigação de duas dimensões fundamentais: matéria e perceção. Sobre essas duas dimensões o trabalho da artista desenvolve-se como um continum, num movimento que avança de uma obra para a seguinte, para colocar em evidência as descobertas inerentes à pesquisa que lhes dá as qualidades plásticas que apresentam.

É um imprevisível sem-fim que, por isso, toma muitas formas e muitas escalas distintas. É nessa medida que a escultura marca também presença no trabalho de Teles, primeiro, como uma extensão do exercício pictórico, depois, como evidência de uma preocupação com a relação da escala do corpo e com a ocupação do espaço que tem, com o tempo, vindo a tomar um lugar mais recorrente no trabalho da artista.

Contudo, as fronteiras que separam a pintura da escultura, no seu trabalho, mantêm-se muito ténues, pelo que as obras devem ser compreendidas como parte de um único jogo compreensivo. O que importa, fundamentalmente, é a transmutação material e percetiva que o orienta e essa é a pedra-de-toque não apenas para a compreensão da sua obra como um todo, mas de cada uma das obras que a compõem.

Maria Joana Vilela I Curadora

Maria Joana Vilela (Lisboa, 1987) é mestre em Filosofia e aguarda atualmente pela defesa da sua tese de Doutoramento em torno dos fundamentos de uma epistemologia estética, a partir da obra de Ludwig Wittgenstein. O seu percurso académico e profissional espelha o interesse fundamental pela pesquisa em torno das possibilidades estéticas e transformadoras da arte e do discurso poético que também orientam os projetos que desenvolve, desde 2016, a título independente, ao nível da curadoria e da escrita sobre arte. Atualmente, colabora com a OSSO (Associação Cultural — Colectivo de Artistas) na área da produção e no apoio à direção artística.

 

* Os jesuítas em Portugal assumem a gestão editorial do Ponto SJ, mas os textos de opinião vinculam apenas os seus autores.


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Esta secção é da responsabilidade da revista Brotéria – Cristianismo e Cultura, publicada pelos jesuítas portugueses desde 1902.

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