A exposição faz parte do projeto Aliquid stat pro aliquo, que significa “estar em vez de”. Composto por duas partes, são duas exposições distintas que agregam, conjuntamente, um mesmo sentido exploratório — o sentido que procura a (re)construção significativa das coisas, a partir daquilo que, através da obra, se coloca nesse mesmo lugar compreensivo.
O gesto da artista é orientado pelo motivo da transmutação constante da percepção que também o modifica e que coloca a obra nessa mesma transitoriedade, de um modo que a liberta das categorizações formais mais estáveis ou mais imediatas. Tudo está em vez de outra coisa, sempre que se renove a atenção sobre o objeto ou sempre que as relações entre eles e os outros surjam também renovadas.
A inauguração da exposição teve lugar a 24 de março, ficando esta patente até 24 de abril.
Visita guiada + Conversa
Qui 21 abril
18h30 às 20h30
Visita orientada à exposição com a presença da artista e da curadora. Segue-se uma conversa entre as duas e a apresentação do catálogo bilingue que documenta os dois momentos expositivos do projeto Aliquid stat pro aliquo.
Horário
Segunda a Sábado, 10h–18h
Entrada Gratuita
R. São Pedro de Alcântara 3 – Lisboa,
Inês Teles
O trabalho de Inês Teles (Évora – Portugal, 1986) começa na pintura, a partir da investigação de duas dimensões fundamentais: matéria e perceção. Sobre essas duas dimensões o trabalho da artista desenvolve-se como um continum, num movimento que avança de uma obra para a seguinte, para colocar em evidência as descobertas inerentes à pesquisa que lhes dá as qualidades plásticas que apresentam.
É um imprevisível sem-fim que, por isso, toma muitas formas e muitas escalas distintas. É nessa medida que a escultura marca também presença no trabalho de Teles, primeiro, como uma extensão do exercício pictórico, depois, como evidência de uma preocupação com a relação da escala do corpo e com a ocupação do espaço que tem, com o tempo, vindo a tomar um lugar mais recorrente no trabalho da artista.
Contudo, as fronteiras que separam a pintura da escultura, no seu trabalho, mantêm-se muito ténues, pelo que as obras devem ser compreendidas como parte de um único jogo compreensivo. O que importa, fundamentalmente, é a transmutação material e percetiva que o orienta e essa é a pedra-de-toque não apenas para a compreensão da sua obra como um todo, mas de cada uma das obras que a compõem.
Maria Joana Vilela I Curadora
Maria Joana Vilela (Lisboa, 1987) é mestre em Filosofia e aguarda atualmente pela defesa da sua tese de Doutoramento em torno dos fundamentos de uma epistemologia estética, a partir da obra de Ludwig Wittgenstein. O seu percurso académico e profissional espelha o interesse fundamental pela pesquisa em torno das possibilidades estéticas e transformadoras da arte e do discurso poético que também orientam os projetos que desenvolve, desde 2016, a título independente, ao nível da curadoria e da escrita sobre arte. Atualmente, colabora com a OSSO (Associação Cultural — Colectivo de Artistas) na área da produção e no apoio à direção artística.
* Os jesuítas em Portugal assumem a gestão editorial do Ponto SJ, mas os textos de opinião vinculam apenas os seus autores.
Sugestão Cultural Brotéria
Esta secção é da responsabilidade da revista Brotéria – Cristianismo e Cultura, publicada pelos jesuítas portugueses desde 1902.
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