DESLIGAR
Rémiges cansadas – uma exposição e três livros em torno da poesia de Daniel Faria.
Em 1991, Daniel Faria (1971-1999) ofereceu a um amigo um poema-objeto, redigido num rolo de papel de caixa registadora envolvido por fio norte. As superfícies laterais do rolo tinham sido mergulhadas em tinta vermelha. À medida que é desenrolado surge um texto escrito com uma caligrafia minuciosa que diz: O País de Deus, Porto 17 de Junho de 1991, ao João Pedro, Na instituição do ministério de Leitor, Sé Catedral do Porto 14 de Julho de 1991.
Rémiges Cansadas é uma exposição que emerge da proximidade de Samuel Silva a este poema-objecto e de um trabalho “para-textual” sobre o mesmo. A convite da Brotéria, o artista foi convocado a declinar uma experiência plástica que partisse desta literatura.
A atenção desta casa à poesia contemporânea portuguesa é centenária, prova disso são os muitos exemplares que se encontram na nossa biblioteca, autografados e dedicados àqueles que foram trabalhando na Brotéria. Mais do que uma exposição acerca de um poema, ou de um autor, onde o foco seria o próprio objeto e as respetivas curiosidades, aquilo que aqui pretendemos é a criação de novas relações interdisciplinares, neste caso, entre as potências plásticas desta poesia e as possibilidades sensoriais da instalação enquanto arte que trabalha o espaço.
A exposição está disponível para visita na Brotéria até dia 7 de setembro – de segunda a sábado, das 10h às 18h. A entrada é livre.
Sugerimos três livros de Daniel Faria que pode requisitar na biblioteca da Brotéria:
- A vida e conversão de Frei Agostinho : entre a aprendizagem e o ensino da cruz
- Poesia
- O Livro do Joaquim
ESTAR
O significado do vício, com Candace Vogler, em três formatos:
Várias tradições insistem na ideia de que, no começo, o Homem existia na sua versão ideal. Para os cristãos isto corresponde, entre outras coisas, a uma combinação das nossas qualidades. Mas o facto de, de certa forma, termos consciência das qualidades que definem esta versão ideal não nos impede de agir contra as mesmas. Como é que então nos distanciamos desta matriz que as virtudes adquiridas ajudam a conferir às nossas vidas? E por que razão é que isso poderá ser sério? Ainda que pecado não seja o mesmo que vício, os dois não se encontram totalmente desligados. Para que um vício exista, não é suficiente que se pratique ocasionalmente o mal, é necessário que tal se torne num hábito. É mais fácil perceber o que isso implica se se começar por observar o outro tipo de hábito que existe: a virtude.
- A conferência Eutopos para rever no YouTube – On the Significance of Being Vicious.
- O artigo na revista Brotéria de fevereiro 2024.
- O episódio do podcast da Brotéria para ouvir no Spotify.
APROFUNDAR
Só avança quem descansa
Descansar… mas como, quando, com quem? O descanso parece por vezes uma miragem, uma meta longínqua que se afasta à medida que avançamos na sua direção. Neste tempo estival, tradicionalmente de férias e de descanso, a Brotéria propõe dois formatos para refletir sobre essa necessidade que todos partilhamos, mas tantos têm dificuldade em alcançar.
O editorial do P. Vasco Pinto Magalhães SJ na Brotéria de julho – Descanso e desporto.
O livro do P. Vasco “Só avança quem descansa”, à venda presencialmente na Brotéria e online no A.O.
* Os jesuítas em Portugal assumem a gestão editorial do Ponto SJ, mas os textos de opinião vinculam apenas os seus autores.