A revista Brotéria deste mês já está disponível e apresenta uma série de artigos dedicados ao tema dos direitos, liberdades e garantias. Segredo de justiça, presunção de inocência, proteção da privacidade, ética jornalística, temas atuais que são abordados neste número de Abril, apresentam-se aqui nas suas virtualidades e limites sob o olhar crítico de dois juristas e de dois jornalistas.
Rodrigo Serra Lourenço analisa os contornos do funcionamento digital das organizações e da sociedade e a forma como a pegada digital que vamos deixando ao utilizar estas ferramentas abre possibilidades reais de análise e antecipação do comportamento dos sujeitos. Por seu lado, José Souto de Moura, outro jurista, escreve sobre o tema do segredo de justiça, afirmando que este convoca duas realidades na nossa história mais recente: a consagração de um processo penal garantístico e a conquista da liberdade de informação.
João Miguel Tavares, jornalista e cronista, parte do caso José Sócrates para afirmar que o segredo de justiça se transformou num artifício retórico pernicioso, através do qual arguidos poderosos e com acesso privilegiado aos media pretendem fugir às suspeitas de que são alvo e à necessidade de justificarem as suas acções, utilizando como estratégia a transferência das regras da prática judicial, e respectivas garantias processuais, para o espaço público. Jorge Wemans, outro jornalista, analisa o que diz ser a ruína do edifício do jornalismo, questionando se será possível resgatar o jornalismo das ruínas periféricas para que está sendo relegado e voltar a conferir-lhe direito de cidadania?
Na edição deste mês de abril, espaço ainda para refletir, com a ajuda de Francisco Sasseti da Mota sj, sobre a necessidade de nos indignarmos de forma proativa – uma indignação justa, que tem fundamento na Escritura, e não deixa o inocente exposto à crueldade; e permite que o sujeito moral se desenvolva de tal forma que a abolição de todas as formas de escravatura possa ser buscada proativamente. Por sua vez, o jesuíta Bruno Nobre analisa o lugar de Deus no universo de Stephen Hawking.
Na secção de religião, ainda um artigo de Filipe Stilwell d’Avillez sobre o “Pai-nosso”, e outro de Francisco Melo sobre a estrutura orgânica e operativa da paróquia, nos dias de hoje.
A secção de ética é marcada pelo texto de Cristina Vaz Tomé sobre a ética empresarial, e a secção de Artes e Letras pelo artigo de Carlos Maria Bobone sobre os 150 anos de Rimbaud.
Como habitualmente, a revista inclui ainda o caderno cultural.