Direito ao Lugar: um objetivo possível? É este o mote para mais uma conversa em torno do Direito ao Lugar, desta vez entre Sandra Fernandes da FGS (Fundação Gonçalo da Silveira, uma das organizações promotoras da Carta Aberta pelo Direito ao Lugar) e o geógrafo Álvaro Domingues, que decorrerá no dia 14, quinta-feira, às 19h na Brotéria, em Lisboa.
Este evento ocorre na sequência da conceção da Carta Aberta pelo Direito ao Lugar, um documento desenvolvido coletivamente por 42 organizações do Centro do país e da Grande Lisboa e subscrito por cerca de 1000 pessoas individuais e coletivas. Uma carta que problematiza as razões que forçam as pessoas a prescindir de viver em lugares com os quais se identificam, a que se sentem ligadas e a que sentem que pertencem e que propõe um conjunto de medidas de política com vista à sua resolução.
Esta carta resulta de um processo de construção conjunta de quase dois anos, no qual participaram 42 organizações e que foi promovido pelo Graal e pela FGS no âmbito do projeto LigAções, promovido pelo Programa Cidadãos Ativos, gerido pelas Fundações Calouste Gulbenkian e Bissaya Barreto. Depois da sua criação, tem sido traçado um amplo caminho de divulgação e visibilização da Carta pelos media, de diálogo com atores políticos e de promoção de espaços de debate, que tem sido fundamental.
Espaços de debate onde figuras como João Ferrão, Helena Roseta, Helena Freitas, José Reis, Miguel Midões, Ana Drago, Teresa Sá Marques e Paulo Peixoto partilharam o seu pensamento, experiências e visões sobre o Direito ao Lugar e as suas relações com a economia, o ambiente e até o jornalismo e o papel de diferentes instituições na redução das assimetrias do território. Neste processo de discussão houve ainda espaço para a promoção deste debate junto de estudantes da Universidade de Aveiro, junto de crianças da Lousã e de outras organizações e movimentos da sociedade civil que reivindicam o Direito ao Lugar a partir de diferentes experiências e contextos locais.
O espaço de reflexão na Brotéria previsto para dia 14 de outubro surge no enquadramento deste percurso coletivo, onde, numa conversa aberta entre Sandra Fernandes e Álvaro Domingues, se irá debater o que é o “lugar” a partir dos seus diferentes pontos de partida e experiências.
Independentemente das visões e perspetivas, são espaços importantes para refletir sobre a temática, ouvirmos diferentes pontos de vista e abrirmos espaço para nos desinstalarmos, num processo de aprendizagem constante e essencial na construção de uma sociedade democrática e plural.