É uma proposta de oração diferente, que se tem vindo a repetir ao longo dos anos, e que é caracterizada pela inovação e a intensidade. No dia 4 de julho, cerca de 900 pessoas uniram-se na zona da baixa, em Lisboa, para participar na 9ª edição do “À noite na cidade”, uma atividade organizada em conjunto pelo Círculo Vieira e pelo Centro Universitário Padre António Vieira (CUPAV).
O programa teve início na Sé de Lisboa. Os participantes, conforme entravam na catedral, encontravam o seu interior totalmente vazio e com fraca iluminação. Para surpresa de todos, instalou-se um ruído de fundo. Ouviram-se sons de trânsito, vozes, em suma, os ruídos do quotidiano e da vida metropolitana, que, de súbito, foram interrompidos por um silêncio de 30 segundos.
O principal objetivo era parar no meio da agitação do dia; fazendo com que as pessoas se deixassem “conduzir e surpreender”, recentrassem o seu coração em Deus: a raiz que ilumina a vida. Conforme explicou o P. João Goulão, sj, motivação e predisposição seriam essenciais para voltar à raiz – tema desta edição. «Voltar» conota uma viagem, um caminho, um regresso. Caminho esse que vai para lá de todas as circunstâncias, todos os aparentes “sucessos” ou “fracassos”, acrescentou o diretor do CUPAV. «Raiz» é aquilo que não se vê, que está escondido; é a origem, o fundamento; o que está fixo e que busca alimento. “’Voltar à raiz’ é a viagem de quem está disposto a recomeçar com um olhar renovado sobre todas as coisas. Um olhar cada vez mais profundo e com mais alcance”. A escolha do lugar também possuía significado: o templo também é espaço de reencontro com Deus.
Beatriz Lisboa, voluntária do “À noite na cidade”, deu ênfase à “compenetração das pessoas”, numa atitude de entrega total, e ao “sentido de pertença” que se fazia sentir. Após um momento dedicado à oração, decorreu a “Cerimónia da luz”, na qual a luz do círio pascal foi transmitida pelas velas que cada um dos participantes possuía.
No final, todos dirigiram-se, em vigília, rumo ao Castelo de S. Jorge, para a eucaristia, celebrada pelo P. João Goulão, sj, o P. Francisco Rodrigues, sj e o P. José Frazão Correia, sj, provincial dos jesuítas.
Madalena Fontes, que pertence à equipa da organização do evento, confessa ficar impressionada com a “quantidade de voluntários, todos muito disponíveis e entusiasmados”, que ajudaram na atividade, destacando ainda as reações positivas que foi recebendo.
A 9ª edição do “À noite na cidade” foi encerrada com um brinde à cidade de Lisboa, ao som de um dueto de violoncelo e saxofone.
