Um mês depois de sair o relatório da Comissão Independente, e após uma semana muito difícil para a Igreja, conversamos com dois jornalistas que analisam a forma como a Igreja comunica com o mundo e aprofundam as causas dessas dificuldades.
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As vítimas precisam de sentir que a Igreja reconhece, através dos seus responsáveis, que não foi capaz de as proteger, de detetar as situações e de agir a tempo de as eliminar. Reconhecer o abuso é reconhecer o dano e as suas consequências.
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É impressionante que não tenham sido o amor à justiça e à verdade, bem como o privilégio pelos menores, tão escarrapachados no Evangelho, a alavancar a emergência da realidade, como ela é.
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Como gerir o abalo provocado pelo relatório da Comissão Independente? Que mudanças devem ser operadas? Como reparar o sofrimento das vítimas? O que fazer com os abusadores? Questões a que Sofia Marques e o P. José Frazão tentam responder.
Convoque-se a Igreja, escutem-se as vítimas, os testemunhos da Igreja de outros países e os passos que já deram, escute-se a Palavra de Deus e o que o Espírito diz à Igreja, escutem-se os sinais dos tempos e decidamos juntos os passos a dar
Especialista do Vaticano em matéria de Proteção de Menores, jesuíta Hans Zollner diz que a Igreja tem de estar disponível para escutar verdadeiramente as vítimas e atender às suas necessidades.
Na sequência da divulgação do relatório da Comissão Independente para o Estudos dos Abusos Sexuais contra Crianças na Igreja Católica em Portugal, esta manhã, a Companhia de Jesus emite o seguinte comunicado.
Dados apurados internamente pela Companhia de Jesus entre 1950 e 2022 foram transmitidos à Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais Contra as Crianças na Igreja Católica. Último caso conhecido remonta aos anos 90.
O intuito e desejo é o de prevenir e contribuir para a erradicação de qualquer tipo de abuso, sexual, de autoridade ou consciência. Este livro tem a ambição de fazer parte de uma história, a de uma escuta do que o “Espírito diz às Igrejas”.
Jesuíta alemão, especialista no tema da proteção de menores, afirmou que, tal como os crentes pedem perdão pelos seus pecados, também a Igreja deve assumir institucionalmente os seus erros e pedir perdão às vítimas.