Sobre bifes na pedra
Este não é um exercício de saudosismo. É um lembrete que se insurgiu durante a tarde e interrompeu a minha indignação com a desfaçatez do primeiro ministro demissionário.
Este não é um exercício de saudosismo. É um lembrete que se insurgiu durante a tarde e interrompeu a minha indignação com a desfaçatez do primeiro ministro demissionário.
E, por se tratar de um fracasso do homem – na medida em que é intangível o momento em que não existia um verso e passa a existir –, nunca se apaga, porque é incêndio que se ateia no coração de cada um. E, como tal, é único e irrepetível.
Por mais que feche os olhos, mesmo que me faça à estrada – em fuga – a evidência é um mar enorme, contundente, que nos abala de supetão, e essa evidência – a de que é possível o que o mundo nos diz que é impossível – embaraça-me.
É por essa razão que me manifesto. Porque é desse mistério, dessas razões insondáveis, tantas vezes imperceptíveis ao nosso olhar incapaz, que a arte brota e sobrevive.
A liberdade é um braço a dar expansão simultaneamente à nossa razão e ao nosso corpo, é uma perna que permite caminhar em longos e pedregosos paradeiros. É a arma nobre e sublime oferecida ao Homem para servir o mundo.