Professores, bens e vocações
A sala de aula é onde a resistência às forças redutoras dos professores a telemóveis se faz sentir de modo mais claro
A sala de aula é onde a resistência às forças redutoras dos professores a telemóveis se faz sentir de modo mais claro
O cristianismo, argumenta Mounier, é realista. Aceita a inevitabilidade da força-bruta do mundo natural e procura transformá-la em força-virtude pela inserção progressiva da justiça e da superabundância da caridade.
Curiosamente, o que desaparece do processo é a preocupação com a educação. A formação de ser humanos pensantes, independentes e que aspiram a encontrar sentido e orientação na sua vida. Os professores transformam-se em telemóveis.
Um dos maiores obstáculos a um genuíno diálogo encontra-se no que cunho por tudologia. A tudologia manifesta a atitude generalizada de que cada um tem mais do que o direito, a obrigação de expressar as suas opiniões sobre tudo e sobre nada.
Similarmente ao corpo, a alma ou a mente precisa de descanso, carece de momentos de relaxamento. Ora, o remédio para uma mente cansada é o deleite resultante da produção e da prática de ditos e feitos proporcionadores de diversão ou jogos.
Pode objetar-se: Não existiam sociedades e seres humanos antes da filosofia? Não é possível viver-se sem filosofia? Claro que sim! A possibilidade do seu desaparecimento é real. Contudo, a vida não seria a mesma.