A brisa suave que confirma a verdadeira alegria

É esta brisa suave que leva Inácio a querer desbravar o seu mundo interior habitado por Jesus e está na génese dos Exercícios Espirituais.

O dia da Solenidade de Santo Inácio de Loiola, fundador da Companhia de Jesus, foi assinalado por todo o país com a celebração da Missa de Santo Inácio presidida pelos vários jesuítas das várias comunidades inacianas.

Uma das celebrações decorreu em Lisboa, na Igreja de S. Roque, e foi presidida pelo P. Provincial – P. Miguel Almeida, sj, e concelebrada por vários jesuítas.

Na homilia o P. Miguel Almeida recordou a história de vida de Santo Inácio, a convalescença pós batalha de Pamplona, período determinante na sua conversão, e o que o fez mover e o levou a criar uma ordem religiosa: a alegria da ressurreição.

É a alegria que o sustem, mantém e inquieta a procurar mais, a aproximar-se de Deus, a procurar a melhor forma de O servir, de uma forma próxima e terrena. Partindo da questão que fica a ressoar da primeira leitura (1Reis 19, 9-15), em que, após um vento impetuoso, um tremor de terra e o incendiar de um fogo, Deus se faz presente numa brisa suave e pergunta ao profeta: “O que fazes aqui Elias?”, o P. Miguel fala-nos do toque de Deus na nossa vida, uma presença semelhante a uma brisa suave constante e consistente, que não é impositiva nem se contrapõe a tremores de terra, catástrofes ou fogos. É esta alegria, impossível de conter, que quem experimenta tem necessidade de partilhar, tal como fez Inácio e os primeiros onze. É esta brisa suave que leva Inácio a querer desbravar o seu mundo interior habitado por Jesus e está na génese dos Exercícios Espirituais, diz-nos o P. Miguel: “É a presença desta brisa suave que confirma a verdadeira alegria, uma presença suave mas não suavizante, que nos guia sem se impor.” O Provincial dos Jesuítas impele-nos a experimentar esta alegria que também experimentou Inácio, Santa Maria Madalena e os apóstolos, a que nos permite olhar a vida com os olhos da ressurreição e nos faz querer ir ao encontro dos outros, de partilhar com os mais pobres e injustiçados, de cuidar dos mais desprotegidos e sozinhos.

A Missa de Santo Inácio terminou com um reconhecido agradecimento ao corpo apostólico da Companhia, acompanhado pelo Ad maiorem dei gloriam, entoado pelo Coro Magis, que animou a Missa.