Quem foi o Padre Cruz? Como é que a sua vida inspirou tantos ao longo dos anos? Que marca deixou na igreja portuguesa?
Uma conversa que junta o bispo da diocese onde morreu o P. Cruz, D. Manuel Clemente, o Vice-postulador da Causa de Canonização, P. Dário Pedroso, sj e o historiador que integrou a comissão histórica do processo, Prof. Paulo Fontes.
Para o cardeal-patriarca de Lisboa, o exemplo do Padre Cruz vai ao encontro do que tem sido a nova evangelização proposta pelo Papa Francisco: “pôr os pobres no centro”. Por isso, D. Manuel Clemente acredita que, “se o Papa Francisco tiver acesso direto a estas informações que agora lhe são oferecidas no processo diocesano sobre a vida do Padre Cruz, se reconhecerá muito nele. Não só por ter sido jesuíta no final da vida, mas também pela grande coincidência entre a maneira de viver e propor o Evangelho entre o Padre Cruz e o Papa Francisco”.
Para a Companhia de Jesus este é um momento de enorme alegria e júbilo. O P. Dário Pedroso, sj, vice-postulador da Causa de Canonização, sublinha a relevância da devoção que ainda existe ao Padre Cruz, um pouco por todo o mundo, e que se expressa na quantidade de cartas e graças que continuam a chegar de pessoas que dizem ter recebido a sua intercessão. “É muito impressionante ver que chegam cartas do Brasil, do Canadá, de todo o lado. Ainda há poucos dias chegou uma das Filipinas a pedir uma relíquia do Padre Cruz porque um missionário local falou sobre ele”.
O professor Paulo Fontes salienta que se criou com o imaginário do Padre Cruz uma nova figura de padre: “passamos de um padre que era um funcionário do Estado, do século XIX para um padre que é um ministro da Igreja e revaloriza a sua função sacerdotal e ao mesmo tempo o seu lugar central nesta nova missionação.”