É Pentecostes. A água abre carreiros na terra. Sabemos que as coisas podem mudar. Sabemos que o sol alimenta os carvalhos. Que o exterior e o interior da casa não se distinguem. Que o mar repousa nos fósseis, nas estantes, e a memória arde nas fotografias. Dá-nos uma língua de fogo e um coração com a ternura da água. Um chapim-azul no lugar da voz. Venha o teu sopro sobre a casa irmã nossa mãe terra, e seja o cuidado a guiar os nossos dedos e a nossa fala, na monda das hortas, na recuperada conversa com os vizinhos.
Poema: José Augusto Mourão
Música: João Maria Carvalho
Vídeo: Margarida Alvim e Patrícia Pedrosa