29/03/2021
Segunda-feira

 

8ª ESTAÇÃO: JESUS ENCONTRA AS MULHERES DE JERUSALÉM

 


 
A unção de Betânia, Jo. 12, 1-8

Bem-vindo a este tempo de oração guiada. Começa por encontrar uma posição corporal confortável... sente a tua respiração sem pressas... relaxa o teu corpo e dispõe-te para um encontro com o Teu Senhor. Fecha os teus olhos. Jesus espera-te e tem desejo de passar este tempo contigo... E tu, também desejas encontrá-lo?

«Seis dias antes da Páscoa, Jesus foi a Betânia, onde vivia Lázaro, que Ele tinha ressuscitado dos mortos. Ofereceram-lhe lá um jantar.... Marta servia e Lázaro era um dos que estavam com Ele à mesa. Jesus, cansado da caminhada até à pequena aldeia de Betânia, próxima de Jerusalém, entra em casa dos seus amigos e senta-se à mesa. Ele bem conhecia aquela casa e aquela família... sentia-se bem ali...

Imagina-te sentado à mesa com Jesus e os restantes convidados... conversavam e comiam, alegremente... imagina as travessas com deliciosa comida, com vinho abundante... imagina as conversas…

Então, Maria ungiu os pés de Jesus com uma libra de perfume de nardo puro, de alto preço, e enxugou-lhos com os seus cabelos. Repara como Maria, sua fiel amiga, se inclina e derrama o valioso perfume aos pés de Jesus…

Um gesto surpreendente... ninguém o esperava... depois, começou a enxugar-lhe os pés com os seus cabelos, espontaneamente, com imenso carinho... a sala ficou em silêncio... os olhos de todos os convidados estavam colados na extraordinária cena... que amor, que entrega, que amizade...

A casa encheu-se com a fragrância do perfume. Sente o cheiro do perfume a invadir-te... suave e agradável... crescendo em intensidade… Nessa altura disse um dos discípulos, Judas Iscariotes, aquele que havia de o entregar: «Porque é que não se vendeu este perfume por trezentos denários, para os dar aos pobres?» Ele, porém, disse isto, não porque se preocupasse com os pobres, mas porque era ladrão e, como tinha a bolsa do dinheiro, tirava o que nela se deitava.

Escuto o comentário despropositado de Judas... que terá ele sentido? Ciúme? Rancor? Certamente não compreendeu aquela prova de amor silenciosa... Quantas vezes não soube, também eu, calar-me e contemplar, em vez de dizer algo inconveniente...? Quantas vezes não soube dar a Jesus o meu melhor perfume?

Então, Jesus disse: «Deixa que ela o tenha guardado para o dia da minha sepultura! Quanto aos pobres, sempre os tereis convosco, mas a mim, nem sempre me tereis.»

Maria tinha guardado aquele tesouro, o seu tesouro, para oferecer a Jesus, o seu grande amigo... Num ímpeto de amor, não resistiu em derramar o perfume aos seus pés...

O que tenho oferecido a Jesus ultimamente? O meu tempo? As minhas fragilidades? O meu serviço aos mais pobres? A minha oração?

Deixo agora o meu coração falar com Jesus... digo-lhe o que me vai cá dentro... e escuto o que Ele me quer dizer hoje... Volto a olhar a sala de Betânia... o santuário perfumado... Maria deu tudo o que tinha, como a pobre viúva de Jerusalém... entregou-se a Jesus, sem condições... Desejo fazer o mesmo? Agradeço ao Senhor este momento e despeço-me, como um amigo a outro amigo...

Lentamente, sinto as minhas mãos, os meus braços e pernas... abro de novo os olhos... e regresso, agradecido.

Texto escrito por: Lourenço Eiró, sj
Leitura realizada por: Hugo Trindade
Coordenação de: Maria Rasteiro
Música: Daniel — Main Title Theme (O Caminho), Tyler Bates