Tudo começou quando faltavam vagas para um tal minicampo dos gambozinos (mal sabia eu o que era aquilo) e fui, por isso, chamada para embarcar nessa aventura. Foi um acantonamento de 4 dias a cantar, a rir, a aparvalhar, a rezar, e que começou a fazer de mim uma gambozina.
Alguns anos se passaram (anos esses em que a atividade gambozínica se baseava nas Tardes Fixes e nos minicampos do núcleo Norte) até que – finalmente! – atingi a idade para poder fazer o meu primeiro campo. Um campo é muito diferente de um minicampo, logo a começar pelos 6 dias de diferença entre os dois. Para além desta diferença, um campo é no meio do mato, o que significa que o nosso quartinho é substituído por uma tenda, que a banheira passa a ser o rio e que a casa de banho dá lugar à latrina.
Todas estas mudanças faziam crescer em mim uma emoção muito esquisita (qualquer coisa entre o entusiasmo e o medo). Foi assim que eu parti para uma aventura nova e, digo-vos, que quando regressei à estação de comboios com a cara preta, com uma mochila gigante às costas, mas com um sorriso enorme, apesar do meu cansaço, nunca mais fui a mesma pessoa. Tinha mudado. Havia qualquer coisa no meu olhar que era diferente.
Na altura não percebi como é que um simples campo no meio da floresta poderia mudar tanto uma pessoa, mas agora, passados 3 anos depois do meu primeiro campo (cada um deste 3 anos com mais um campo pelo meio), consigo perceber que os Gambozinos são, de facto, muito especiais. Ensinam-me a aceitar e a viver com as diferenças dos outros. Dão-me a oportunidade de criar novas AMIZADEs; de estar em contacto com a NATUREZA e de perceber como ela é tão bela; de me pôr ao SERVIÇO dos que me rodeiam; e de conhecer DEUS cada vez melhor.