Nada é por acaso. Tinha acabado de regressar de um retiro quando surgiu o desafio para este trabalho de fotografar aquilo que ainda dá luz à minha vida.
E são tantas coisas que não cabem em 7 imagens, precisaria de umas 7.000.
Escolhi pequenos momentos do meu dia, todos eles onde me senti conectada a algo maior que eu, e feliz por estar a viver este tempo cumprindo a minha missão.
Começo por um momento onde me sento, onde me sinto e agradeço a oportunidade de viver mais um dia, e peço a Deus para me acompanhar em todos os momentos que me são dados.
Sigo para uma caminhada no paredão, com aqueles que amo e encontro outros tantos que me dão alento. Cabe-nos a nós colocarmo-nos no caminho da beleza e encontrar um local sempre sublime, sempre diferente e regenerador.
Parto sem destino, à descoberta do nosso País, e encontro uma aldeia que tem apenas uma rua. E é nesta simplicidade que conheço o Sr. Albertino e percebo que há vidas luminosas confinadas a uma só correnteza.
Saio da minha zona de conforto e desço à Gruta de Santo António. Quando mergulho no seu interior e contemplo a perfeição que se vai construindo ao longo dos anos, imagino uma viagem ao fundo de nós mesmos e a descoberta da luz de cada alma.
E com esta luz, dou graças por acompanhar o meu pai a um tratamento de quimioterapia e enquanto aguardo na sala de espera, prevejo que não podemos escolher quando vamos morrer, mas que podemos decidir como vamos viver aquele momento. E escolho um livro, que é o tema do mês do meu bookclub, feito de mulheres com quem partilho a paixão da leitura e da vida.
A música da Pantera Cor de Rosa, de Henry Mancini irrompe do saxofone do artista sul americano que anima a rua. Enquanto escuto os acordes esboço um sorriso e imagino a Pantera Cor de Rosa a ser perseguida pela pandemia. A criatividade e o humor dão outro sentido à existência.
E termino da mesma forma que começo. A agradecer. O convite e todos os momentos que nos comovem.