A cultura é uma forma de preservação de experiências que precisamos de aprender a guardar. É fonte de memória e de futuro. Se é importante preservá-la, porque é que esta parece ficar tantas vezes esquecida na agenda política? Um jurista, uma jornalista e a coordenadora da Fábrica das Artes juntam-se para nos ajudar a descobrir em que medida um livro, uma exposição, aprender a tocar um instrumento ou até mesmo ir a uma conferência podem transformar a nossa identidade pessoal e coletiva, mudando o modo como vemos o mundo.
Esta conversa tem lugar dia 28 de abril às 19h na Brotéria e insere-se no ciclo “Cuidar do Corpo”. A entrada é livre e sem necessidade de inscrição.
Madalena Wallenstein
Iniciou a sua formação em criança no Movimento da Educação pela Arte, na Fundação Gulbenkian, nos anos 70, nas áreas da música e teatro. Fez o curso de música do Conservatório Nacional em Lisboa e os Cursos de Expressão Musical e Teatral no CAI e licenciou-se em Educação.
Trabalha desde 1987 como educadora artística, alternando a sua atividade entre contextos de criação artística e de educação formal, não formal, de intervenção em pedagogia social para crianças e jovens e formação para professores e artistas. A sua atividade de pesquisa tem-se construído a partir da reflexão crítica sobre a experiência de transversalidade entre o campo artístico e o campo educativo e a exploração das potencialidades da educação artística como espaço específico da dimensão estética.
É doutoranda em Educação Artística na Faculdade de Belas Artes do Porto.
Exerce, desde 2008, funções de programadora e coordenadora do Projeto Educativo do CCB, Fábrica das Artes — para todas as infâncias. Neste âmbito, tem desenhado e coordenado projetos curatoriais artísticos e educativos dirigidos a públicos jovens e mistos que centram na articulação entre o polo da criação artística com o polo da receção, procurando rasgar aberturas e caminhos para a participação e reflexão crítica. É autora de artigos sobre programação artística para a(s) infância(s) e coordenadora de publicações documentais sobre ciclos de pesquisa em práticas artísticas — “Senão havia, nada, como é que surgiu alguma coisa?” (arte, infância e filosofia) e “Raízes da Curiosidade — tempo de ciência e arte” (arte e neurociência); “Nós Todos Pensamos em Nós — questões sobre programação, criação artística, infância e públicos”.
Miguel Lobo Antunes
Jurista. Reformado. Com um percurso profissional diversificado, no domínio cultural foi, designadamente, vice-presidente do Instituto Português de Cinema, Diretor do Comissariado para Europália Portugal -91, assessor jurídico da Sociedade Lisboa 94, administrador com a responsabilidade da programação das Fundações Centro Cultural de Belém e Culturgest, diretor artístico do Festival Internacional de Música de Mafra. Com José Machado Pais e Pedro Magalhães coordenou o estudo Práticas culturais dos portugueses, 2020.
Susana Moreira Marques
Escritora e jornalista freelancer. O seu livro mais recente é Quanto Tempo Tem um Dia: Experiências de Maternidade (Fundação Francisco Manuel dos Santos, 2020). O seu primeiro livro Agora e na Hora da Nossa Morte (Tinta-da-china, 2012) foi traduzido para inglês, francês e espanhol. Atualmente, é cronista na Mensagem de Lisboa, dá workshops de escrita criativa de não-ficção na Casa Mombak, e escreve ainda para cinema.
Cuidar do corpo
O corpo constitui um observatório privilegiado para a sensibilidade, o espanto e a beleza. Depois das três primeiras conversas sobre a arte, a literatura e a alimentação, queremos agora olhar o corpo social de modo novo e ver como podemos cuidá-lo melhor.
Acreditamos que a beleza, o diálogo e o cuidado com a natureza são possíveis curas para as feridas que a voracidade do tempo, a incultura, as atitudes fechadas e intolerantes, vão abrindo. Através do nosso corpo queremos olhar de novo o corpo que integramos. A proposta da Brotéria desdobra-se em três conversas que contam com oito convidados de áreas diferentes que se juntam a nós neste caminho desafiante de aprender a ver de novo.
Próximas conversas:
Quinta-feira, 5 maio – Uma conversa à volta da comunicação
19h às 20h30
P. Miguel Gonçalves Ferreira SJ e Maria Augusta Babo (investigadora)
Terça-feira, 28 junho – Uma conversa à volta da natureza frágil
19h às 20h30
Isa Melsheimer (artista plástica) e Luísa Jacinto (artista plástica)
* Os jesuítas em Portugal assumem a gestão editorial do Ponto SJ, mas os textos de opinião vinculam apenas os seus autores.
Sugestão Cultural Brotéria
Esta secção é da responsabilidade da revista Brotéria – Cristianismo e Cultura, publicada pelos jesuítas portugueses desde 1902.
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