Proposta 2 – Dilatar o coração

Uma meditação de Chiara Lubich, fundadora do Movimento dos Focolares, é o ponto de partida da proposta de Michella Vaz Patto que nos deixa um desafio arrojado: amar cada pessoa que passa ao nosso lado como Deus a ama.

Uma meditação de Chiara Lubich, fundadora do Movimento dos Focolares, é o ponto de partida da proposta de Michella Vaz Patto que nos deixa um desafio arrojado: amar cada pessoa que passa ao nosso lado como Deus a ama.

«Precisamos de dilatar o coração segundo a dimensão do Coração de Jesus. É um grande trabalho! Mas é a única coisa a fazer. Se fizermos isto está tudo feito. Trata-se de amar cada pessoa que passa ao nosso lado como Deus a ama. E, como estamos no tempo, amemos o próximo um de cada vez, sem conservar no coração resíduos de afeto pelo irmão que encontrámos no minuto anterior. É que é sempre o mesmo Jesus que amamos em todos. Mas se permanecer algum resíduo, isso quer dizer que o outro foi amado por nós próprios ou por ele… não por Jesus. Aí é que está o problema.

A nossa obra mais importante é manter a castidade de Deus, ou seja, manter no coração o amor como Jesus ama. Portanto, para se ser puro não é preciso privar o coração e reprimir nele o amor. O que é preciso é dilatá-lo segundo a medida do Coração de Jesus e amar a todos. E assim como é suficiente uma hóstia santa, dos milhões de hóstias que há na terra, para nos alimentarmos de Deus, da mesma forma basta um irmão – aquela pessoa que a vontade de Deus põe ao nosso lado – para nos pôr em comunhão com a humanidade que é Cristo místico.

E estarmos em comunhão com o irmão é o segundo mandamento, aquele que vem logo a seguir ao do amor a Deus e é expressão dele».

Chiara Lubich

 

Reflexão

Para dilatar o coração procuro estar pronta a acolher cada próximo que passa a meu lado. Nem sempre consigo, especialmente quando estou absorvida por tudo o que tenho para fazer.

Parar, para escutar até ao fim quem me interpela, quer pessoalmente, quer ao telefone, requer de mim um vazio total, esquecendo tudo o que tenho e o que sou.

Jesus na cruz perdeu tudo para nos dar a vida.

Sempre que consigo amar deste maneira, o próximo sente-se compreendido e acolhido. Gera-se comunhão; eu, doou-me despojando-me, deixando passar Jesus e o seu amor, e o outro encontra paz e coragem para seguir o seu caminho. Na maior parte das vezes, este amor manifesta-se também através de uma ajuda concreta que o outro nos solicita.

Partilha

Há mais de um ano, uma senhora brasileira com quem me relaciono e que vivia em Portugal há já alguns anos, decidiu emigrar para a Suíça na procura de um trabalho melhor. Como não sabia se as coisas iriam correr bem, decidiu empacotar tudo o que tinha no seu quarto arrendado e, pagar a renda por mais um mês. Pediu-me depois, se tudo corresse bem, para carregar e guardar as suas coisas na minha casa. Aos poucos haveria de vir buscar as coisas mais necessárias. E foi assim que tudo aconteceu. Ainda tenho diversas coisas cá em casa, mas compreendi também, que a minha casa é para ela o seu porto seguro, o lugar onde pode manter a sua ligação afetiva e de amor.

 

Para rezar mais

Livro Meditações, escrito por Chiara Lubich

Centro Chiara Lubich

 

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Fotografias de João Ferrand.

* Os jesuítas em Portugal assumem a gestão editorial do Ponto SJ, mas os textos de opinião vinculam apenas os seus autores.