O meum e o tuum: pertences e pertenças em tempos de crise

Apoiados em textos clássicos da filosofia política e da DSI, este curso pretende refletir sobre equilíbrios possíveis entre o meum e o tuum, evitando cair tanto numa atitude universalista artificial quanto num solipsismo patológico.

Apoiados em textos clássicos da filosofia política e da DSI, este curso pretende refletir sobre equilíbrios possíveis entre o meum e o tuum, evitando cair tanto numa atitude universalista artificial quanto num solipsismo patológico.

No âmbito dos Cursos da Aula da Esfera todos os meses um jesuíta apresenta uma temática que têm sido fruto do seu interesse e investigação académica. Nos próximos dias 19, 20 e 21 dezembro, o P. Manuel Cardoso SJ, doutorado em estudos políticos, vai lançar uma reflexão social e política tendo na sua base alguns textos clássicos da filosofia política, e também na doutrina social da igreja. Os encontros têm a duração de 1h30 com início às 19h.

Quando os países se fecham, as comunidades se guetizam e as famílias se isolam torna-se urgente discutir os fundamentos da nossa vida política comum e os critérios de ação pública justa. Faz sentido continuar a pensar na propriedade privada da mesma forma? Faz sentido pensar no meu ar respirável? Ou na tua água potável? E, em relação às minhas relações, terei eu o dever de defender mais a minha família do que as outras? Ou terei o direito a preferir o bem do meu país ao dos países dos outros?

Apoiados em textos clássicos da filosofia política e da doutrina social da Igreja, este curso pretende refletir sobre equilíbrios possíveis entre o meum e o tuum, evitando cair tanto numa atitude universalista artificial quanto num solipsismo patológico.

 

Programa:

Dia 1 – 19 de dezembro
Que regime de propriedade privada numa época de transição ecológica?

Os filósofos políticos sempre se confrontaram com a tensão entre a propriedade privada e o bem comum. Neste primeiro dia refletimos na fundamentação moral da propriedade privada e na sua articulação com o princípio cristão do destino universal dos bens. Pensamos também em critérios justos para estabelecer direitos e limites ao “meu” num contexto de transição ecológica e outros desafios.

Dia 2 – 20 de dezembro
Geopolítica da justiça, entre o patriotismo egoísta e o universalismo despersonalizante

A dupla pertença à humanidade e a um país específico são sempre valores em tensão. Enquanto portugueses teremos o direito a fecharmo-nos e a não acolher migrantes e refugiados para não nos diluirmos enquanto povo? E, por outro lado, o nosso direito a existir como nação, a defender uma identidade própria, será injusto e imoral? A que me obriga a ética social: fronteiras abertas ou fronteiras fechadas? E os recursos finitos? Que obrigação impera: acolher outros seres humanos, ou ser humano à portuguesa?

Dia 3 – 21 de dezembro
A minha família é mais importante que a tua!

Dentro do país também há tensões: pertencemos a uma mesma nação, mas a famílias específicas, cidades particulares, grupos profissionais, religiosos, desportivos com interesses próprios. Quando pensamos como agir politicamente, isto cria tensões que têm que ser consideradas à luz do princípio da subsidiariedade. Dado o nosso contexto, de transição ecológica, o que deve ser decidido por instituições sociais e políticas comuns, como o Estado, e o que deve ser decidido em esferas mais particulares? O que é que tenho o direito a decidir só por mim?

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P. Manuel Cardoso SJ

Prestes a terminar um doutoramento em estudos políticos na École des hautes études en sciences sociales, passou primeiro por Moçambique e só depois chegou a Paris. As suas áreas de interesse principais são a articulação entre o Estado e as comunidades religiosas e as questões de justiça distributiva.

 

Local: Brotéria
Duração: 1h30
Preço: 15€
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Local: Online
Duração: 1h30
Preço: 15€
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* Os jesuítas em Portugal assumem a gestão editorial do Ponto SJ, mas os textos de opinião vinculam apenas os seus autores.


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Esta secção é da responsabilidade da revista Brotéria – Cristianismo e Cultura, publicada pelos jesuítas portugueses desde 1902.

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