Não é só Marín o campeão! É Marín e Los Amigos: Fabian, Benito, Roman, Sérgio, Manuel, Collantes, Juanma, Paquito e Jesús. O filme CAMPEÕES, que vai estrear no próximo dia 4 de julho nas salas de cinema, mostra ao mundo quem são os verdadeiros campeões – segundo o cineasta Javier Fesser – “os que vivem a lógica do coração”.
Los amigos e o seu treinador Marco aventuram-se a contar uma história ao público, cheia de humor, veracidade e lições de vida. Lições daquelas que queremos guardar para contar aos nossos filhos.
Marco (Javier Gutiérrez) é obrigado a fazer serviço cívico após condução sob o efeito de álcool, e como é treinador de basquetebol atribuem-lhe uma equipa de pessoas com deficiência intelectual. E assim começa esta história tão bem contada! Tão bem representada por estes 10 campeões – campeões de bilheteira, que segundo Martín Mucha no jornal El mundo* ‘derrotaram Spielberg (…) e que só com uma legião de super-heróis seriam derrotados’. Em Espanha teve três milhões de espectadores, 11 nomeações e três prémios Goya. Foi ainda o candidato espanhol aos Óscares.
A equipa de basquetebol Los Amigos começa a treinar e tem a oportunidade de entrar no campeonato nacional! Para isso precisa de se preparar. O responsável do clube, Julio, vai descrevendo a história de vida de cada membro da equipa ao treinador e ajuda-o a transformar este grupo de amigos numa equipa. Paralelamente vamo-nos apercebendo dos problemas pessoais do treinador e acompanhamos a mudança que este novo desafio provoca na vida de Marco – no seu casamento e na sua relação com a mãe. As aventuras para conseguir financiamento e para jogar no campeonato nacional são o enquadramento para o desenrolar de cada uma das personagens. No fim são os espectadores que saem transformados!
Marín, personagem representada pelo ator Jesús Vidal, é campeão do prémio Goya 2019 como ator revelação. No discurso imperdível em que recebe o prémio, Jesús Vidal volta a dar uma enorme lição de vida ao agradecer o dom da sua vida: ‘eu gostava de ter um filho como eu, porque tenho uns pais como os meus’. Esta frase remete a uma outra do argumento a que se juntam tantos mais diálogos geniais como: ‘e quem é normal? Nem tu, nem eu somos normais (Julio para Marco)’ ou ainda ‘- vamos esmagá-los! – nós queremos ganhar, não humilhar (Marco e Collantes)’.
São inúmeras as citações a fazer no filme, a veracidade das personagens remete para a vida do dia-a-dia de quem lida com a deficiência e cria a vontade de aproximação a quem não tem essa sorte! Precisamos de campeões da vida! Campeões que nos ajudem a viver na lógica do coração. No fim podemos perguntar: quem é que ajuda quem? Este filme é imperdível!
*a crónica de Martín Mucho no jornal el mundo pode ser lida aqui e descreve os atores do filme.
* Os jesuítas em Portugal assumem a gestão editorial do Ponto SJ, mas os textos de opinião vinculam apenas os seus autores.