Extinção – 24 maio a 01 julho

Se ainda não teve oportunidade de visitar esta mostra que nos funde numa coexistência ancestral com as plantas, pode visitá-la até ao dia 01 de Julho, próxima segunda-feira.

Se ainda não teve oportunidade de visitar esta mostra que nos funde numa coexistência ancestral com as plantas, pode visitá-la até ao dia 01 de Julho, próxima segunda-feira.

Extinção é a primeira apresentação do trabalho desenvolvido após uma residência de três meses na Amazónia Paraense (Brasil). Nas palavras de Cristina Lamas, Extinção não se refere apenas “ao fim de espécies, mas é também uma chamada de atenção para o fim de línguas e de conhecimentos, de ciclos de vida e de fenómenos naturais”. Esta inscreve-se entre o sobressalto do fim e a renovação natural.

Nestas salas o nosso olhar serpenteia sobre um conjunto de objetos pluridisciplinares que revelam a diversidade de um ecossistema complexo. Somos ainda convocados por vozes indiscerníveis, testemunhos recolhidos de uma coexistência ancestral com as plantas. Esta exposição parece traduzir a afirmação de Claire Bishop quando fala de artistas que “metabolizam a pesquisa numa investigação” e chegam a “linhas de pensamento mais originais e idiossincráticas”. A artista reconhece os lugares intangíveis, os desaparecimentos das línguas e do conhecimento sobre as plantas e as suas sementes. Percebe que estas últimas são um “arquivo e testemunho” da relação entre o humano e o vegetal e que guardam “memórias geográficas, políticas e culturais”. Mais do que apresentar o resultado de uma viagem, recebemos aqui a sua “investigação” metabolizada, geradora de um novo olhar da realidade, mesmo sob extinção.

 

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Cristina Lamas

Cristina Lamas (1968) tem mantido uma prática artística regular com enfoque no desenho, o seu trabalho reflete sobre a fabricação global de imagens veiculada pelas sociedades globais, apropriando-se de imagens que nos permitem viajar no tempo, como num sampling musical. A pesquisa sobre os resíduos do colonialismo, tempo e memória, reparação histórica, crise climática e plantas são recorrentes na sua obra. Das últimas exposições, destaca Pororoca (individual) na Fundação Carmona e Costa, Selva na Brotéria e Mistifório na Culturgest.

 

Curadoria: Sérgio Fazenda Rodrigues

Local: Brotéria

Gratuito

* Os jesuítas em Portugal assumem a gestão editorial do Ponto SJ, mas os textos de opinião vinculam apenas os seus autores.


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Esta secção é da responsabilidade da revista Brotéria – Cristianismo e Cultura, publicada pelos jesuítas portugueses desde 1902.

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