Exposição: What was, now becomes – Ruy Coelho

Exposição celebra vida e obra do compositor modernista Ruy Coelho foi inaugurada a 12 de julho com um concerto e está patente na Brotéria até 3 de setembro. A curadoria é da responsabilidade de Mónica Coelho.

Exposição celebra vida e obra do compositor modernista Ruy Coelho foi inaugurada a 12 de julho com um concerto e está patente na Brotéria até 3 de setembro. A curadoria é da responsabilidade de Mónica Coelho.

A exposição celebra a vida e obra do compositor modernista Ruy Coelho (Alcácer do Sal, 1889 — Lisboa, 1986), através de obras criadas a partir de episódios da sua vida por artistas plásticos contemporâneos:

Blanca Bercial
Fernando Martins
Francisca Aires Mateus
Inez Wijnhorst
Mónica Coelho
Pedro Proença
Rodrigo Amado
Tomaz Hipólito

Está patente na patente na Brotéria até 3 de setembro, contando  com a curadoria de Mónica Coelho. Pode ser visitada gratuitamente  entre as 10 e as 18h.

Nota biográfica do compositor

Ruy Coelho (1889 — 1986) nasceu numa família humilde de um barqueiro de Alcácer do Sal. Iniciou a sua formação musical numa banda filarmónica e, com o apoio de mecenas, foi com 15 anos sozinho para Lisboa estudar no Conservatório onde, no último ano, teve como mentor Alexandre Rey Colaço. Entre 1910 e 1913 estudou com Humperdinck, Max Bruch e Schönberg, em Berlim, passando também por Paris onde teve aulas com alguns compositores.

De volta a Lisboa, leva ao Teatro de S. Carlos, com a colaboração de Teófilo Braga, as suas obras Sinfonia Camoniana, com cerca de 500 executantes, e a ópera O Serão da Infanta.

Foi o único músico do grupo dos Modernistas, sendo muito próximo de Almada Negreiros e de Santa-Rita Pintor. Em 1918, num célebre espetáculo promovido pela Condessa de Castello-Melhor, são apresentados no S. Carlos os seus bailados A Princesa dos Sapatos de Ferro (com coreografia e figurinos de Almada, que também dançou dois personagens) e Bailado do Encantamento (com coreografia de Almada e cenários e figurinos de Raul Lino).

Compôs mais de 20 títulos músico-dramáticos, (entre os quais a ópera Belkiss, com libreto de Eugénio de Castro, premiada num concurso em Madrid em 1924), sinfonias, bailados, música de câmara, oratórias, Lieder, concertos para piano e orquestra, música para piano e para cinema, (destacando-se Alla-Arriba! e Camões, de Leitão de Barros). A sua música foi tocada em muitos países, sendo o primeiro a levar companhias portuguesas de ópera a Paris (1959) e Madrid (1961).

Ambicionava dar «expressão musical à alma da nação». Afirmava que, quando compunha,não seguia correntes artísticas nem tinha ideias pré-concebidas e limitadoras sobre processos, sistemas ou teorias técnicas ou estéticas, interessando-lhe tão só conseguir exprimir o que sentia sobre determinado tema.

Escreveu livros, manifestos, crónicas e crítica musical e, para além de compositor e maestro, viu-se forçado a assumir, por vezes, a produção dos espetáculos. Ruy Coelho disse: «A maior ajuda é a vontade, e não se pense que as dificuldades se vencem de uma só vez. Vencem-se uma a uma.» e «…não basta ter génio para impor um pensamento novo, é preciso que a possibilidade da sua exteriorização se faça, para que esse pensamento exista e persista de facto. Ora, estas “possibilidades” custam muito esforço, muita coragem, muita dificuldade a vencer.»

Rui Ramos-Pinto Coelho

Mais informações no site da Brotéria. 

 

* Os jesuítas em Portugal assumem a gestão editorial do Ponto SJ, mas os textos de opinião vinculam apenas os seus autores.


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