Companhia de Jesus tem mais um sacerdote

António Santos Lourenço foi ordenado padre no domingo, numa celebração que decorreu no Mosteiro dos Jerónimos, juntamente com mais dois diáconos do Patriarcado.

António Santos Lourenço foi ordenado padre no domingo, numa celebração que decorreu no Mosteiro dos Jerónimos, juntamente com mais dois diáconos do Patriarcado.

Que sejam intérpretes e pontes. Foi este o apelo que o patriarca de Lisboa deixou aos três diáconos que foram ontem ordenados sacerdotes, em Lisboa, entre os quais o jesuíta António Santos Lourenço. Na celebração que decorreu no Mosteiro dos Jerónimos, D. Rui Valério sublinhou esta dupla condição que os sacerdotes devem assumir: “O Pastor, enquanto intérprete, é chamado a indicar o Caminho e a propor o Evangelho como estrutura do andamento na estrada da santidade”, afirmou. E acrescentou: “E pontes. Pontes de proximidade que ligam mais intensamente todas as margens. O mundo anseia aprofundar, até mesmo reatar, a sua ligação a Deus. Por isso, apenas padres que cultivem proximidade estarão em condições de aproximar outros, só quem cultiva acolhimento promove aproximação de quem quer ser abraçado pela ternura dos braços de Deus.”

Perante uma igreja cheia de familiares e amigos, e muitos companheiros jesuítas, António Santos Lourenço recebeu a ordenação presbiteral juntamente com dois diáconos do Patriarcado: Pedro Araújo e Lourenço Abecassis de Carvalho. Aos três, o Patriarca lembrou ainda que “o segredo da evangelização reside em anunciar, oferecer e partilhar o Evangelho com a dádiva da vida e oferta de razões para viver. Das sementes lançadas germina a união a Cristo e a plena configuração a Ele.”

Na Solenidade do nascimento de São João Batista, o bispo de Lisboa sublinhou ainda o primado da graça de quem o santo é um paradigma, uma vez que “foi gerado no seio estéril de uma mãe idosa”. E, dirigindo-se aos novos sacerdotes, afirmou: “vós hoje encarnais e testemunhais a força da gratuidade; não foram e não são os méritos de personalidade ou de caráter que justificam o chamamento ao sacerdócio, como nenhuma iniciativa humana é motivo para o que simplesmente brota de Deus”.

Após a homilia, e já no rito da ordenação, o bispo impôs as mãos sobre os três diáconos, seguindo-se os outros padres presentes na celebração que também se associaram a este gesto de imposição das mãos, significando a união do presbitério. Além de D. Rui Valério e do Provincial dos Jesuítas, P. Miguel Almeida, estiveram presentes o patriarca emérito D. Manuel Clemente, D. Joaquim Mendes, bispo auxiliar de Lisboa, e D. António Montes Moreira, bispo emérito de Bragança, bem como os dois bispos auxiliares eleitos, D. Alexandre Palma e D. Nuno Isidro.

No final da celebração, a festa prosseguiu no Colégio São João de Brito, em Lisboa, onde o António estudou, e contou com a presença de muitos amigos, companheiros e familiares.

Nota biográfica

António Santos Lourenço nasceu em Lisboa em 1989. Entrou na Companhia de Jesus em 2013, depois de ter estudado Ciências da Comunicação e de ter trabalho um ano nessa área. Após os dois anos de Noviciado, em Coimbra, estudou Filosofia em Braga na Universidade Católica Portuguesa, e em Roma. Regressou depois a Portugal para fazer o magistério – tempo de formação de dois anos que os jesuítas fazem numa organização da Companhia de Jesus – no Colégio da Imaculada Conceição, em Cernache, e depois no Colégio das Caldinhas, em Santo Tirso.

Em 2020 regressou a Roma para estudar Teologia, onde veio a ser ordenado diácono, em 2023. Desde setembro que vive em Paris, onde faz um mestrado em Liturgia, no Institut Catholique de Paris.

O António tem um irmão mais velho e foi aluno do Colégio S. João de Brito, em Lisboa. Frequentou também o Centro Universitário Padre António Vieira (CUPAV), onde foi animador, e pertencia a uma CVX (Comunidade de Vida Cristã).

Fotografias: Diogo Paiva Brandão (Patriarcado de Lisboa)

 

Para conhecer melhor o novo sacerdote jesuíta, veja o vídeo.

* Os jesuítas em Portugal assumem a gestão editorial do Ponto SJ, mas os textos de opinião vinculam apenas os seus autores.