A Páscoa em três atos – I. Exposição e azáfama

"Moldura Vazia" é um texto de Nuno Tovar de Lemos, sj que fala da Páscoa, da morte à ressurreição. Nesta adaptação para o Ponto SJ, dividido em três partes, conta com pontos de reflexão dados pelo autor. Hoje, é o primeiro ato: Sexta-feira.

"Moldura Vazia" é um texto de Nuno Tovar de Lemos, sj que fala da Páscoa, da morte à ressurreição. Nesta adaptação para o Ponto SJ, dividido em três partes, conta com pontos de reflexão dados pelo autor. Hoje, é o primeiro ato: Sexta-feira.

De entre todos os que trabalhavam no museu, eu era de longe o mais novo. Não estava por isso à espera que me confiassem uma responsabilidade tão grande. Na grande sala da direcção, a Dr.ª Pilar Matos – directora do museu – ofereceu-me uma cadeira.

– Gostava que soubesse, antes de mais, quanto temos apreciado a sua colaboração – disse ela, com um sorriso um pouco nervoso. – Sei como por vezes o seu trabalho pode ser um pouco monótono, sobretudo em épocas de menos visitantes… Mas sei também que sempre o tem desempenhado com lealdade e competência.

Agradeci o elogio enquanto a minha cabeça girava imaginando a razão daquela conversa. Um aumento? Uma correcção disciplinar? A doutora continuou:

– Como sabe, estamos para inaugurar uma nova exposição temporária. Serão só três dias de abertura ao público, mas serão três dias difíceis para nós. Queria pedir-lhe para ser o vigilante da principal sala da exposição, que será a Sala dos Arcos.

Fiquei contente. Sabe-me sempre bem sair da sala da joalharia onde passo os dias à espera que apareça algum visitante!

– Pode contar comigo, senhora directora, não se preocupe.

Levantei-me.

– Ah, é verdade, João! – acrescentou a Dr.ª Pilar – já me esquecia… Vai lá estar uma pintura, um Cristo na cruz. Pedia-lhe que tivesse especial atenção a esta obra. E às outras também, claro. Todas são importantes para nós… Não deixe que as pessoas se aproximem demasiado do Cristo e esteja atento a qualquer movimento suspeito ou a qualquer pessoa que observe demasiado o modo como o quadro se fixa à parede.

– Está bem, – respondi – não se preocupe. Imagino que haja mais vigilantes para além de mim, não?

– Sim, haverá mais um na outra sala, para além do pessoal da entrada e dos seguranças da porta, claro. E vão ser montadas câmaras de vigilância em pontos estratégicos das salas. E haverá também alguns polícias à paisana, mas esta informação é absolutamente confidencial. Obrigado pela sua disponibilidade.

Confesso que fiquei baralhado e preocupado. Já tantas vezes tinha vigiado exposições com obras de valor e nunca antes o trabalho me tinha sido atribuído directamente pela própria directora. Para além disso, a Dr.ª Pilar estava claramente nervosa e eu não percebi porquê. E por que razão a exposição só ia durar três dias?

Tentei tirar nabos da púcara ao almoço, com dois colegas meus, mas ainda sabiam menos do que eu. Só na manhã seguinte, folheando o jornal, me apercebi bem da situação. O título dizia: “Descoberta pode revolucionar história da pintura europeia”. A notícia relatava que as obras de arte tinham sido encontradas na cave de um palácio desabitado, a poucos quilómetros da nossa cidade, cujo proprietário, entretanto, tinha morrido. Tinham sido os herdeiros – dois sobrinhos seus – a contactar o museu no sentido de, eventualmente,expor algumas destas obras. Mas – dizia o jornal –inicialmente, nem os herdeiros nem o museu se tinham dado conta do extraordinário valor da colecção. Foi só quando as obras foram entregues a um atelier para serem limpas que os críticos e os comerciantes de arte abriram os olhos. Destacava-se um Cristo na cruz do século XV. “A sua beleza é indescritível, – continuava o jornal – apenas comparável à de obras consagradas como a Pieta de Miguel Ângelo ou Las Meninas de Velasquez”. O artigo dizia que se esperava um número invulgar de visitantes e que se temia que um pequeno museu de província como o nosso não conseguisse, em tal situação, garantir as condições mínimas de segurança, sobretudo num momento em que aumentava o roubo de peças de grande valor. O receio dos herdeiros foi tal que quiseram logo cancelar a exposição. Depois de muitas insistências por parte do museu acabaram por concordar que se realizasse mas que, em vez de um mês, durasse apenas três dias: que fosse inaugurada numa sexta-feira e ficasse durante o fim-de-semana, até Domingo, com apertadas medidas de segurança.

Com toda esta confusão, a colecção chegou às nossas instalações muito em cima da hora, apenas poucos dias antes da data prevista para a inauguração. As obras de arte vieram em três grandes camiões e havia até jornalistas e câmaras de televisão à entrada do museu para as receber.

Às tantas, dentro de um grande caixote de madeira, lá entrou o “meu” quadro. A Dr.ª Pilar foi recebê-lo pessoalmente à porta do museu e insistiu em acompanhá-lo até à cave. Aí seria retirado da caixa e guardado até ao início da exposição. Ainda fiz menção de descer também à cave mas os seguranças não o permitiram.

Naqueles dias, o nosso pacato museu transformou-se num autêntico formigueiro, cheio de gente a furar paredes, fazer instalações eléctricas, transportar caixas, transmitir recados, montar câmaras de vigilância, elevar quadros, etc. A azáfama e a tensão eram muito grandes e as contínuas aparições da Dr.ª Pilar não ajudavam nada a serenar o ambiente…

Na 5ª feira, véspera da abertura, fomos para casa a altas horas da noite sem que a exposição estivesse ainda pronta. A Dr.ª Pilar andava nervosíssima. Pediu-nos para estarmos no museu no dia seguinte às seis da manhã, para ajudarmos a equipa de montagem no muito que ainda faltava fazer. A mim, pessoalmente, pediu-me que, mal chegasse, fosse ter directamente à cave, que os seguranças já tinham ordens para me deixar entrar.

6ª Feira

Lá entrei na cave. Faltavam cinco minutos para as seis e ainda não estava lá ninguém. Foi então que o vi pela primeira vez. O Cristo. Sim, era, de facto, muito bonito, mesmo para uma pessoa que, como eu, não percebe nada de pintura. Parecia real. Recordo-me de cada pormenor do quadro, e ainda mais agora que sei que nunca o voltarei a ver. Representava um Cristo crucificado, de corpo inteiro e tamanho natural, abraçado nas pernas por uma figura feminina. Estava de olhos abertos, ainda vivo e tinha o aspecto de uma pessoa normal, não de um santo. Percebia-se, pela posição e tensão dos braços, que estava em grande sofrimento mas o sentimento que transmitia não era de sofrimento mas sim de serenidade. Algo estranho fixou a minha atenção no rosto. Depois de uns segundos percebi: estava a sorrir! Era um sorriso discreto mas muito claro. Não tinha nada a ver com os outros Cristos que eu já tinha visto, que pareciam figuras dum outro mundo. Este não, era alguém que nos apetecia compreender e ajudar. Ainda por cima a cruz era muito baixa e os pés do Cristo quase chegavam ao chão, o que fazia com que ficasse muito próximo de quem via o quadro.

As pernas do Cristo estavam parcialmente envolvidas num manto vermelho, de um vermelho muito vivo. O manto pertencia à mulher ou rapariga que ali estava, de pé, abraçando a cruz e envolvendo as pernas neste seu abraço. A enorme mancha vermelha caía dos ombros da mulher, deixando-lhe a cabeça descoberta e os cabelos à solta. Era, provavelmente, Nossa Senhora, a mãe de Jesus, embora parecesse não ser mais velha que ele. Podia, também esta, ser uma imagem de desespero mas não era: a cabeça serenamente encostada ao corpo do Cristo e os seus olhos fechados davam a sensação de quem já quase adormeceu e começou a sonhar.

Chegaram, entretanto, à cave os dois homens que iam transportar o quadro até à Sala dos Arcos. Pediram-me para os ajudar. Estavam preocupados com duas esquinas apertadas e umas escadas íngremes. Precisavam de alguém para amparar o quadro, caso fosse necessário. Lá os acompanhei, vagarosamente, por entre os corredores do museu onde muitos funcionários trabalhavam atarefados, parando para ver passar o tão famoso Cristo. Recordo um colega meu mais velho que me comoveu porque se benzeu quando o quadro passou! Passo a passo, ao seu ritmo, o Cristo lá avançava. Tudo correu bem até ao início do segundo lance de escadas. O homem que ia atrás não viu o degrau. Tropeçou, e só por milagre o quadro não se desfez contra o corrimão de pedra. Ouviram-se até uns “ais” aflitos de um grupo de mulheres de limpeza que ali estavam. Creio que lhes terá impressionado o mesmo pensamento ridículo que a mim me impressionou: que o Cristo, caso caísse, não poderia amparar a sua queda por ter os braços presos à cruz! O incidente do degrau irritou muito o homem que ia à frente e fez com que começasse a gritar com o que ia atrás. “Nem vês onde pões os pés!” Temi que o quadro não conseguisse chegar inteiro até ao seu destino final. Mas lá chegou. Faltava apenas elevá-lo e fixá-lo nos suportes da parede. Uma tarefa nada fácil só possível com a ajuda de alguns guardas.

A enorme mancha vermelha caía dos ombros da mulher, deixando-lhe a cabeça descoberta e os cabelos à solta. Era, provavelmente, Nossa Senhora, a mãe de Jesus, embora parecesse não ser mais velha que ele. Podia, também esta, ser uma imagem de desespero mas não era: a cabeça serenamente encostada ao corpo do Cristo e os seus olhos fechados davam a sensação de quem já quase adormeceu e começou a sonhar.

Lá fora, o público apertava-se, à espera que as bilheteiras abrissem. Faltava um quarto de hora. Uma senhora veio passar um pano de limpeza especial pela tela. Teve especial cuidado quando o passou pelo rosto do Cristo. Agora sim, tudo estava pronto.

Fiquei finalmente sozinho, no meu posto. Era ali que eu passaria os próximos dias. Ao lado do quadro. Olhei-o, já sem pressa. O Cristo que eu devia vigiar. Alto e imponente, sorria, como na cave. Tinha sido colocado na parede do fundo, junto à porta que dava acesso à segunda sala da exposição. À esquerda do quadro, na mesma parede, havia uma outra pintura religiosa, uma “Maria Madalena penitente”, dizia a inscrição. Penitente e bem provocante, por sinal! À direita, do outro lado da porta, uma tela representava um rapaz nu envolto num lençol, a fugir assustado. Os outros quadros na sala representavam cenas muito diversas: as ruelas estreitas de uma cidade antiga apinhada de gente, um retrato de um militar com uma espada na mão, uma cena nocturna num pátio onde umas criadas se aqueciam à volta de uma fogueira, etc. Havia também algumas esculturas no meio da sala: uma estátua de César Augusto e duas de deuses pagãos, para além de um conjunto de sofás confortáveis.

As portas abriram-se e, em menos de meia hora, a sala ficou completamente cheia. Confirmavam-se as previsões acerca da avalanche de visitantes e eu fiquei nervoso e desconfiado de toda a gente, embora fazendo um enorme esforço para ser discreto e parecer calmo.

As reacções dos visitantes, ao passar pelo quadro, eram as mais variadas. Algumas pessoas continuavam a visita sem lhe dar qualquer importância, compreensivelmente menos interessadas nas chagas de Cristo do que no irresistível decote de Maria Madalena. Outros paravam por uns instantes, faziam um ar inteligente e passavam adiante. Muitos detinham-se a examiná-lo, tentando perceber em voz alta porque se tinha tornado tão famoso. Outros ainda faziam uma expressão de repugnância, como quando se passa por um acidente na auto-estrada.

As reacções dos visitantes, ao passar pelo quadro, eram as mais variadas. Algumas pessoas continuavam a visita sem lhe dar qualquer importância, compreensivelmente menos interessadas nas chagas de Cristo do que no irresistível decote de Maria Madalena. Outros paravam por uns instantes, faziam um ar inteligente e passavam adiante. Muitos detinham-se a examiná-lo, tentando perceber em voz alta porque se tinha tornado tão famoso. Outros ainda faziam uma expressão de repugnância, como quando se passa por um acidente na auto-estrada. Às tantas chegou um casal de meia-idade. A senhora deu um grande e longo suspiro e exclamou:

– Olha, Manel, aqui está ele… Coitadinho!

– Coitadinho nada! – respondeu o homem em voz bem alta, para que todos à volta pudessem ouvir. – Coitadinhos somos nós! Que desça e venha cá abaixo pôr ordem nos políticos, se for capaz! Coitadinhos somos nós!

Outros passavam e riam-se, como um grupo de jovens acompanhados de um homem de barba escura e cabelo despenteado que percebi ser seu professor.

– Era isto mesmo que vos queria mostrar – disse ele. Este quadro, para além do seu valor artístico, serve bem para ilustrar os métodos bárbaros que eram usados na antiguidade. Neste caso, o método era a cruz, a morte por crucifixão. Mas como sabemos, a pena de morte não é uma coisa do passado. Ainda hoje, em países capitalistas e imperialistas, existe a cadeira eléctrica.

– Estás a ver Luísa? – disse um dos rapazes metendo-se com uma rapariga de olhos pintados que tinha uma grande cruz dourada ao peito – se Jesus fosse americano tu andavas com uma cadeira eléctrica ao pescoço!!

A gargalhada foi geral e o professor irritou-se.

– Vá, comportem-se. Não temos o dia todo. Como eu dizia,no império romano usava-se a crucifixão. Certamente já viram muitas representações da crucifixão de Jesus feitas pela Igreja católica! Mas, se repararem bem, esta representação tem algumas diferenças importantes em relação às representações tradicionais. A primeira diferença está nos pregos. Como podem ver, não estão cravados nas mãos mas nos pulsos do condenado. A segunda é a cruz, que não tem a forma de cruz mas de um “T”. Investigações recentes confirmam estes dados[1]. Mas o que é mais intrigante é que esta pintura foi pintada no século XV e no século XV ainda não se sabia isso.

Para além disso podemos ver nesta pintura os outros elementos tradicionais, como as feridas das 39 chicotadas da flagelação[2], uma forma de tortura usada pelos romanos.

– Ai que horror, professor! Coitado! – exclamou a rapariga da cruz dourada – Por que é que os romanos o quiseram matar? Que mal fez ele?

– Quem o queria mesmo matar eram os judeus mas não o podiam fazer por sua própria iniciativa, já que os ocupantes romanos[3] detinham o poder de atribuir a pena capital. Por isso os judeus tiveram de levar Jesus ao governador romano e convencer o governador a mandá-lo matar.

– Sim, mas por que é que os judeus o queriam matar? – insistiu ela.

– Segundo os evangelhos, a razão, no fim de contas, era Jesus dizer-se filho de Deus[4] – respondeu o professor.

– E Jesus era filho de Deus? – perguntou ela.

– O que é que tu achas? – retorquiu o professor com voz irónica.

E, dizendo isto, olhou nervosamente para o relógio, soltou um “ai” e anunciou que tinham todos de passar depressa à outra sala.

O grupo afastou-se. Reparei que uma outra rapariga, de cabelo liso e olhos verdes,ficou discretamente para trás, fingindo que via mensagens no telemóvel. Quando a turma passou a porta, ela olhou a imagem fixamente, sem pestanejar. Mas não teve muito tempo pois rapidamente chegou uma colega.

– Anda, Ana! O professor diz que não continua sem todos. Que seca, andas tão estranha! Relaxa.

– Espera, só quero ver mais uma coisa.

Mas a amiga não a deixou e arrastou-a para junto do grupo, até à outra sala. Chamou-me a atenção esta rapariga, que era muito bonita, mas logo me recordei que a minha missão ali era a segurança do quadro e que toda a atenção era pouca.

 

Notas:

[1] A crucifixão era uma prática antiga. Existem vestígios arqueológicos de corpos crucificados. Entre os romanos, a crucifixão era usada sobretudo com os escravos, os estrangeiros e gente das classes baixas. Era uma pena demasiado vergonhosa para ser usada em cidadãos romanos, embora às vezes isto também acontecesse. A forma da cruz variava muito: podia ser um simples poste vertical, dois postes em forma de X ou um poste vertical e outro horizontal. Neste caso, por vezes o poste vertical terminava com uma incisão em “V” para que aí encaixasse o poste horizontal (cruz em forma de “T”); outras vezes a trave horizontal encaixava na vertical um pouco mais abaixo (cruz na forma tradicional). Os evangelhos não dizem nada acerca da forma da cruz de Jesus. Muito provavelmente o poste vertical já estava no local da crucifixão e o que Jesus carregou à costas (na chamada “via sacra”) foi a trave horizontal. Quanto ao modo como o réu era fixado à cruz, habitualmente ou era atado ou era cravado (pregado). No caso de Jesus, alguns relatos de aparições do ressuscitado supõem que foi cravado (Ex: “Vejam as minhas mãos e os meus pés”, Lc 24, 39). Quando o réu era cravado, os cravos das mãos eram pregados nos pulsos e não nas palmas das mãos (o peso do corpo faria com que os cravos rasgassem as mãos e o corpo caísse). A morte acontecia por asfixia, já que – cada vez mais débil – o réu perdia as forças para se erguer e encher de ar os pulmões. Para estas e outras considerações históricas sobre a paixão de Jesus seguimos a obra de Raymond Brown, A morte do Messias.
[2]  A flagelação com açoites usava correias que terminavam em pontas aguçadas de osso ou chumbo. Segundo Lc 23, 16 a ideia de Pilatos era açoitar Jesus para depois o soltar (em vez de o mandar crucificar). O facto de Jesus ter sido flagelado antes de ter sido crucificado fez com que estivesse mais debilitado e resistisse relativamente pouco tempo na cruz antes de morrer (aproximadamente três horas).
[3] O império romano, no tempo de Jesus, ia desde a Palestina até à Península Ibérica e estendia-se até ao norte da Europa.
[4] Foi esta, de facto, a razão pela qual o sinédrio pediu a morte de Jesus. Cfr Mt 26, 63-66.

PROPOSTA DE REFLEXÃO

Tira um tempo para estares com Jesus. Se possível vai diante de uma cruz ou de outra imagem da paixão de Cristo. Faz-Lhe companhia. Se te ajudar usa os seguintes pontos de reflexão e de diálogo com Ele:

No Tríduo Pascal Jesus partilha connosco a Sua vida. Partilha também um pouco da tua vida com Jesus: em que fase da vida a Páscoa te “apanha” este ano? Que fins e que inícios têm acontecido na tua vida ultimamente?

Tenta imaginar o rosto de Jesus. Como seria? Que sentimentos te inspira o Seu rosto?

* Os jesuítas em Portugal assumem a gestão editorial do Ponto SJ, mas os textos de opinião vinculam apenas os seus autores.