A anunciação a Maria – a vida como vocação

Obra que fala da vida como vocação, da vida enquanto confronto com Algo misterioso que nos chama, nos convoca. Isto é, o drama da vida diante de Deus, e das nossas respostas às Suas iniciativas. Se assim não fosse, a vida seria uma tragédia

Obra que fala da vida como vocação, da vida enquanto confronto com Algo misterioso que nos chama, nos convoca. Isto é, o drama da vida diante de Deus, e das nossas respostas às Suas iniciativas. Se assim não fosse, a vida seria uma tragédia

A minha sugestão de leitura é a obra de Paul Claudel, “A Anunciação a Maria”, editado pela Lucerna em março de 2006.

Segundo o próprio autor, a obra é a “representação de todas as paixões humanas ligadas num plano católico”.

Este livro foi-me dado a conhecer por uma amiga que mo ofereceu um mês depois da minha mulher ter morrido. Escrevia ela na dedicatória: “Este é o livro sobre o “sim” a Deus, o “sim” que damos quando na nossa vida acontece o que não desejamos”.

É, de facto, uma obra que nos fala da vida como vocação, da vida enquanto confronto com Algo misterioso que nos chama, que nos convoca. Isto é, o drama da vida diante de Deus, e das nossas respostas às Suas iniciativas. Se assim não fosse, a vida seria uma tragédia.

Como dizia Mariella Carloti, diretora do conservatório de San Niccolo, em Prato, Itália, numa apresentação do livro que fez em Lisboa em 2020, “a vida é um rio que corre entre duas margens: o Mistério que chama e a liberdade do homem que responde. Cada instante da nossa vida é isto.”

O livro Anunciação a Maria, embora não fale de Nossa Senhora, vem-nos recordar que o instante decisivo que nos faz entender a vida como vocação, a chamada vida-vida, foi o anúncio a Maria. Naquele momento, há 2000 anos, esclareceu-se, de facto, o sentido das nossas vidas.

* Os jesuítas em Portugal assumem a gestão editorial do Ponto SJ, mas os textos de opinião vinculam apenas os seus autores.