Os abusos sexuais na Igreja são o tema de atualidade da revista Brotéria de março, que saiu na semana passada. No rescaldo da cimeira promovida pelo Papa Francisco em Roma, dois artigos analisam o que ficou deste encontro inédito no Vaticano. A psiquiatra Margarida Gonçalves Neto refuta as críticas que consideram que o encontro ficou aquém do desejado e considera mesmo que nada pode ficar como dantes. Já Rosário Farmhouse, presidente da Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e de Proteção das crianças e jovens, faz uma análise do sistema e dos números deste flagelo que dão conta de que “uma em cada cinco crianças é vítima de violência sexual na Europa” e de que “cerca de um terço das crianças e jovens, vítimas de abuso sexual, nunca tem coragem de contar a ninguém”.
Ainda na atualidade, um artigo de Guilherme Oliveira Martins alerta para a situação insustentável que se vive na Venezuela. “Só a criação de instituições legitimadas democraticamente pode superar a grave situação vivida hoje na Venezuela – quer no tocante ao respeito dos cidadãos, quer na salvaguarda da satisfação das necessidades fundamentais”, escreve.
Na secção de sociedade e política, dois temas que continuam a marcar o debate: tráfico de seres humanos e eutanásia, o primeiro da autoria da Irmã Maria Júlia Bacelar, e o segundo de Tatiana Carolina Lourenço.
O jesuíta Francisco Martins escreve na seção de religião um artigo com o título: “E a Bíblia tinha razão?- A Bíblia e a História do Israel Antigo”.
O editorial, assinado pelo diretor da revista, debruça-se sobre o motu proprio, documento normativo da Igreja emanado por própria iniciativa do Papa. António Júlio Trigueiros fala do mais recente motu proprio, publicado pelo Papa a 26 de março e que se pronuncia sobre a proteção de menores, mas analisa a forma e a frequência como Francisco tem utilizado este documento normativo ao longo do seu pontificado: 22 vezes.