P. Domingos Monteiro da Costa distinguido com nome em rua da Mexilhoeira

Nome do jesuíta, que há 48 anos desenvolve uma notável obra social e pastoral no Algarve, foi atribuído pelas autoridades locais a uma rua na freguesia da Mexilhoeira Grande.

O nome do P. Domingos Monteiro da Costa foi atribuído à Rua C do Bairro do Figueiral Velho, na Mexilhoeira Grande, no Algarve. Este gesto foi uma forma de a freguesia homenagear o padre jesuíta que há 48 anos desenvolve um notável trabalho pastoral e social na freguesia. A distinção aconteceu no final da tarde do dia 4 de outubro, precisamente no dia em que se assinalavam 48 anos da sua chegada a esta freguesia algarvia, e numa cerimónia que juntou autoridades locais, companheiros jesuítas e comunidade local.

No discurso que fez na cerimónia, o P. Domingos recordou o dia em que chegou à Mexilhoeira Grande, nas suas palavras, “a temer e a tremer, pelo que nela, na altura, se tinha passado e estava a passar.” E acrescentou: “Vim para esta terra sem nada e dela sairei sem nada, a não ser a memória do Bem que nela procurei fazer, ajudado pelo Bem praticado por outros, graças ao que me viam fazer, a Bem dos Pobres.” Recordando esses tempos, o jesuíta afirmou: “Jesus Cristo enviou os seus discípulos ao mundo e não a fecharem-se nas igrejas e nas sacristias, embora, há 48 anos muita gente a isso me quisesse obrigar, dizendo que ‘o padre se devia ocupar do culto religioso e deixar a liturgia da Caridade e da Justiça por conta dos políticos! Ou, então que deixasse de ser padre e fosse para a política!” Afinal foi, por ser padre, que consegui levar por diante a política a que nunca ninguém se tinha dedicado: uma política a favor dos pobres desta terra e deste concelho! Se tivesse seguido outro caminho, a Mexilhoeira Grande não seria o que é!” São várias as obras sociais, dedicadas à infância e aos idosos – de entre as quais se destaca a Aldeia de S. José de Alcalar – que o P. Domingos sonhou e construiu nesta freguesia ao longo dos anos.

Perante a comunidade que se juntou no largo da igreja para o felicitar, o P. Domingos agradeceu às entidades civis – à Junta de Freguesia e à Câmara de Portimão – e à Companhia de Jesus, e ainda à Mexilhoeira Grande, que, afirmou, “sem o desejar nem o querer, concorreu, pela sua rebeldia, para que eu pudesse ser o Padre diferente, que, em pequeno, sonhei ser! Foi neste dia, há 48 anos, que esta linda história começou!” A homenagem contou com a presença do presidente da Junta de Freguesia, José Vitorino da Silva Nunes, do vice-presidente da autarquia de Portimão, Álvaro Miguel Bila, e da comunidade jesuíta do Algarve. O P. Provincial fez-se representar pelo P. Sócio, António Ary.

A atribuição toponímica foi proposta pelo presidente da Junta de Freguesia à Câmara Municipal, realçando o pároco da Mexilhoeira Grande como “figura ímpar que tem sido e continua a ser, pela sua visão ímpar e empreendedora, o que se traduziu no desenvolvimento de inúmeros equipamentos para o bem-estar da população da freguesia, como a igreja da Figueira, Aldeia de S. José, o Lar de Idosos, o Jardim Infantil, o Centro Cívico da Pereira, o Centro Pastoral Paul Roth e a extensão de Saúde da Mexilhoeira Grande”. Nas palavras que constam desta proposta pode ler-se: “É conhecido pela sua forte personalidade! Nunca baixou os braços nem evitou a discórdia. É hoje, reconhecido por todos, o seu enorme contributo para colocar a Mexilhoeira Grande, quer no mapa civil, quer no mapa religioso”.

Para conhecer melhor a vida e obra do P. Domingos, veja aqui a entrevista que deu ao Ponto SJ quando celebrou 50 anos de sacerdócio, em 2022.

 

Fotografias de Samuel Mendonça (Folha do Domingo) e Humberto Martins