P. José Maria Brito

08.01.1976 – 22.04.2024

Biografia

Nasceu em Santo Ildefonso, no Porto, a 8 de janeiro de 1976. Estudou jornalismo e foi animador do CREU-IL, no Porto.

Entrou na Companhia de Jesus a 27 de setembro de 1998, em Coimbra. Fez os primeiros votos, após dois anos de Noviciado, no dia 23 de setembro de 2000, em Coimbra. Estudou filosofia em Braga, de 2000 a 2004.

Fez o Magistério no Colégio de S. João de Brito, Lisboa, onde foi professor, colaborou na pastoral e com os Campinácios. Em 2006 foi estudar teologia para Madrid e em 2009 para Boston, nos Estados Unidos.

Foi ordenado sacerdote no dia 10 de julho de 2010 no Colégio das Caldinhas. Em 2011, foi para o Colégio das Caldinhas: aí coordenava o setor social dos colégios, era professor na ARTAVE, colaborava na pastoral e com os Campinácios.

Em 2016 foi para o Quénia fazer a terceira provação. Ainda em 2016 começou a fazer parte da comunidade jesuíta de S. Pedro Claver, no Pragal. Colaborava nas paróquias da margem sul e era guia CVX.Fez os Últimos Votos no dia 3 de setembro de 2017, em Cernache. Em 2018 foi viver para a Casa Xavier, no Lumiar, e trabalhava na Cúria Provincial, onde coordenou durante seis anos o Gabinete de Comunicação. Era Vogal da Direção da Fundação Gonçalo da Silveira passando a ser presidente da direção em 2021.

Em 2018 deu início ao Ponto SJ, o site dos jesuítas em Portugal, e como diretor do mesmo colaborou ativamente com os órgãos de comunicação social. Durante cinco anos dirigiu com enorme entusiasmo e espírito de missão o portal dos jesuítas, sendo também diretor do Gabinete de Comunicação da Província Portuguesa da Companhia de Jesus desde 2016.

Em 2020 integrou o Serviço de Proteção e Cuidado.

Estava há um ano e meio a viver na comunidade dos jesuítas em Évora. Aí colaborava ativamente com a Arquidiocese na equipa da pastoral familiar e com o Casarão, centro universitário da Arquidiocese. Era assistente regional da Comunidade de Vida Cristã (CVX)- Além Tejo e também presidente da Fundação Gonçalo da Silveira.

Morreu no dia 22 de abril, ao final da tarde, no Hospital de Évora, na sequência de uma hemorragia cerebral desencadeada na véspera por vários tumores cerebrais que desconhecia. Tinha 48 anos, 25 dos quais como jesuíta,

Deixa como testemunho o gosto pelas boas conversas, a importância do diálogo na construção de pontes e a capacidade de fazer da tensão um bom lugar para habitar. Mais importante do que tudo, o Zé Maria mostrou-nos como o Senhor nos ama (ainda mais) na fragilidade.

Curiosamente, as últimas palavras públicas que deixou escritas, no dia 15 de abril, parecem dirigidas a cada um de nós neste momento: “Abnegar-se é também não permitir à dor que tenha a última palavra.”

ESPECIAL – ACÇÃO DE GRAÇAS

“O bem dos outros era o motor da sua vida”

O Zé Maria, como todos o conheciam, partiu para a casa do Pai no dia 22 de abril, ao final da tarde, em Évora, depois de ter sofrido uma hemorragia cerebral. Nas celebrações, foi sublinhada a sua bondade e entrega à missão.

ESPECIAL – P. JOSÉ MARIA BRITO

Em vez da perfeição, escolheste a bondade

O Zé Maria ocupou um lugar único na comunicação da Igreja e foi uma presença moderada, dialogante e humilde nos media. Foi um construtor de pontes, relações e ligações, por todos os sítios por onde passou.

VÍDEO – 5º ANIVERSÁRIO DO PONTO SJ

Cinco anos de Ponto SJ a pensar no futuro

História narrada pelo P. José Maria Brito que conta a vida de cinco anos de Ponto SJ. Por aqui passaram milhares de artigos, encontros improváveis, conversas online e presenciais, inquietas, desafiantes, conferências, um livro e uma viagem.

Em acção de graças

Testemunhos

Luís Mesquita de Brito

Ser um pouco Zé Maria é simplesmente ser, ser em toda a sua plenitude e ser Zé Maria é estar sempre atento ao outro e fazer tudo pelos outros que esteja ao nosso alcance. Podemos não resolver tudo, mas se resolvermos um bocadinho, a situação fica melhor do que aquilo que estava.

Por isso percebemos porque é que o meu irmão ajudou na instalação do Banco Alimentar no Porto, fundou juntamente com outros jovens a AJI, uma associação de jovens independentes que procuravam contribuir para uma sociedade mais atenta aos outros.

E inconformado como era, percebeu que era preciso mais, que isto não bastava, por isso, meteu-se na politica inspirado por um jovem chamado Manuel Monteiro, na altura, um politico de direita, nada entusiasmado com o projeto europeu, e que à direita pregava sozinho, mas de forma convicta, uma opinião contrária à da maioria nacional. A esta distância compreendo o que entusiasmava o Manuel Monteiro no meu irmão, a convicção de quando se tem a certeza que estamos certos, não há nada que nos derrube.

No âmbito politico, empenhou-se como poucos no primeiro referendo da liberalização do aborto e sentiu um pouco como sua, a vitória do não. É justa essa pequena vaidade, ele lutou mesmo como poucos. A desilusão com a política chegou, para o meu irmão a arte do possível era curta para o tanto que havia por fazer pelos outros.

Andou obviamente pela catequese, como catequista e mesmo aí, quando não concordava, não se conformava e dizia tudo o que tinha a dizer, e bem me lembro, como ele à época bateu o pé a algumas injustiças postas em prática pelo responsável da catequese na Paróquia de Cristo-Rei. Obviamente que foi uma luta David vs Golias, o padre e o puto catequista, infelizmente não havia umas pedras à mão e o desfecho da história foi outro e o meu irmão lá foi pregar para outra freguesia.

No jornalismo, a paixão era grande e o seu altruísmo de igual medida, e ainda jovem, colaborou de borl com a revista Fórum Estudante. Ainda me lembro dele me ter dito ter feito umas perguntas a uns desconhecidos Radiohead que tinham vindo cá fazer a primeira parte dos James, corria o ano de 1993. Mal sabíamos nós que uns iam acabar a tocar nas queimas das Fitas e outros a esgotar festivais.

O meu irmão não virava a cara à luta, e um certo dia, deu mesmo a outra face, ao defender umas amigas de uns rapazes pouco amigáveis, no jardim, ao pé do Homem do Leme. O Homem do Leme, curiosa coincidência, pois ele era um pouco isso, um Homem do Leme que, “vogando à vontade, rompendo a saudade, vai quem já nada teme, vai o homem do leme”. O meu irmão quando sabia qual o caminho a seguir, qual a posição certa, nada temia, viessem a tempestade, os ventos, as ondas e as marés, que ele estava pronto.

O meu irmão era ele próprio e aceitava-se muito bem assim, a desarrumação, a distração, os cordões desapertados, os óculos sujos, as rasas a conduzir, bem, algumas vezes os postes e muros conseguiam desviar-se, outras vezes não, mas chegou sempre inteiro e isso é que importa.

Um dos artistas preferidos do meu irmão, influências dos Amigos de Gaspar e não políticas, o Sérgio Godinho, canta numa canção: “pode alguém ser quem não é?”, música que conheci através do disco de duetos do Sérgio com outros artistas, Irmão do Meio que o meu irmão, curiosamente do meio, me mostrou.

Eu efetivamente não sei responder a isso de forma genérica, mas relativamente ao meu irmão, posso responder. Efetivamente para ele não pode, e o meu irmão não foi nunca quem não era efetivamente. Ele foi sempre genuíno, generoso, paciente, a parte do paciente podem acreditar, não fosse Deus ter-lhe dado paciência em vez de força, e este que vos escreve, certamente, não estaria agora aqui a escrever estas linhas. Os irmãos mais novos que me estiverem a ler compreenderão que por vezes fazemos coisas apenas como ato de sobrevivência, somos boas pessoas.

Como estava a dizer, o meu irmão foi sempre naquilo que era. Sem disfarces, sem ses, procurava a justiça, lutava por ela e era coerente.

Concluindo, ser Zé Maria é sermos quem realmente somos, e se aquilo que realmente somos não for suficiente ou for até um pouco prejudicial aos outros é lutar para sermos aquilo que devemos ser e com um pouco de soberba, digo, se todos formos um pouco Zé Maria, já seremos um pouco melhores pais, irmãos, filhos, tios, primos, amigos, patrões, funcionários, colegas de trabalho, cidadãos.

Como dizia o meu irmão, não podemos permitir que a dor tenha a última palavra e, se o queremos manter vivo entre nós, não bastam fotos, reler textos antigos, fazer bonitas homenagens, precisamos mesmo de tentar ser um bocadinho Zé Maria.

Da minha parte farei o possível, nem que seja pelo menos pela minha aparência física, mas prometo fazer um pouco mais.

Nelson Faria, sj

Mãos como taças

“Quem é o padroeiro do INA?” – perguntava um teste de EMRC do 5º ano do Instituto Nun’Álvres (Colégio das Caldinhas). Um dos alunos respondeu: “O padre Zé Maria Brito”. Só a infância pode errar na resposta e acertar na vida: sim, o Zé Maria é um ‘padroeiro’. Desde então que lhe chamo ‘padroeiro’, meio a brincar, meio a sério.

A amizade e a cumplicidade partilhadas fizeram com que visse o Zé Maria como um padroeiro pessoal, que me cuidava com o bálsamo do seu olhar e gargalhada. O passar do tempo foi-me mostrando que ele era padroeiro de muitos mais, principalmente dos que viviam feridos, no corpo ou na alma.

O Zé Maria foi um curador ferido. Eram visíveis no seu corpo as marcas da maleita física, mas o que lhe doía era a inquietação emocional e espiritual que lhe causava a injustiça e o sofrimento anónimo dos outros. O seu ser ferido aproximava-o dos feridos. E se, em determinados dias, o peso desta sombra lhe amputava o entusiasmo e o paralisava, por mais densa que fosse, nunca lhe roubou a esperança. Essa luz ele manteve-a sempre bem acesa.

As feridas do Zé Maria não o quebravam. Elas cicatrizavam, sendo a bondade a linha com que a carne dividida era novamente reunida. Por vezes ignorado, outras vezes gozado e tido como ingénuo, o Zé Maria permanecia disponível para servir e colocar as suas mãos ao serviço.

E que mãos! Lembro-me bem das suas mãos, da forma como as usava quando falava. Ele colocava-as em forma de taça, como se quisesse agarrar todos, mantendo os dedos bem afastados uns dos outros, como quem não quer guardar nada – nem ninguém – para si.
O Zé Maria viveu como um pedinte, oferecendo tudo o que tinha e o que não tinha. O Zé Maria fez da fragilidade caminho, e com isso iluminou os nossos passos. O Zé Maria acolheu todos os que surgiam na sua vida, e assim apontou o amor do Bom Deus pela Humanidade, sem exceções.

O Zé Maria é um filho muito amado de Deus. Foi um pecador ferido, que se colocou à escuta da graça, graça essa que o trouxe até à Companhia, para nos enriquecer a todos. A dor que agora sentimos com a sua partida, será em breve chão de uma dança de ação de graças.

Zé Maria, tenho a profunda esperança de que estás junto do Pai. Mantém as mãos abertas, cerra um pouco os dedos, leva as nossas dores até ao Pai, embaladas pelo teu sorriso. Continuamos a contar contigo.

Teresa Paiva Couceiro

A Alegria Inesperada de ter o Zé Maria na minha vida e na vida da FGS

No dia a dia da FGS havia uma presença regular que se foi destacando tanto pela presença assídua como pela sua natureza imprevisível e vibrante. Essa presença era o Zé Maria. E o Zé Maria tinha vários dons, sendo um deles que desaparecia e aparecia sem aviso prévio. Mas em todos estes momentos estava garantidamente de coração! e com uma energia, de certa forma, contagiante.

O Zé Maria foi para mim testemunho de um grande compromisso e Amor a Deus, bem como de uma serenidade entusiasmada na ligação entre a Igreja e o dia-a-dia social e político, características que faziam dele uma pessoa estimada na FGS. E aqui não falo apenas da equipa da FGS. Falo das muitas pessoas que nos fizeram companhia nestes dias através de um sms ou de um email. E ler estas mensagens foi conhecer mais um bocadinho do Zé Maria, pois são quase mensagens pessoais. Mas o Zé Maria era assim, ele marcava sempre pela simplicidade e pela preocupação genuína (e informada) sobre os temas sociais…, marca que gostava que se preservasse na FGS.

Para mim e para a FGS, ter o Zé Maria por aqui, e nos últimos 3 anos esteve de forma regular, era trabalho, gargalhada, debate acalorado de ideias ou algum assunto do dia mas, claro, também eram as idas ao Santo António para beber um café e comer uma nata – afinal, como ele estava sempre a dizer, “eu sou guloso!”. E eu também…

Mas ter o Zé Maria connosco na FGS não era apenas uma fonte de alegria momentânea, era a garantia duradoura de que o trabalho da FGS, além de desafiador e, por vezes, árduo, é gratificante e necessário.

Aprendi com o Zé Maria a celebração dos momentos combinados e a celebração das surpresas inesperadas que a vida nos reserva, pois foi assim que o tive na minha vida: com chegadas inesperadas com o seu sorriso rasgado e a dizer “olá!” e com esta partida inesperada depois de um tchim tchim, em Évora….

Até já, querido Amigo! Vais-me fazer falta a mim, à FGS e à Vida.

Teresa Paiva Couceiro
diretora da Fundação Gonçalo da Silveira

Luís Onofre, sj

Entrei para o Noviciado dos Jesuítas com o Zé Maria Brito e o Afonso Seixas, em 1998. Mas nos estudos de filosofia, o Afonso avançou mais rápido e ficámos sempre os dois juntos, ao longo dos 13 anos de formação. 

Logo no Noviciado, quando o Zé Maria se começou a enganar e a chamar-me Ica (nome do seu irmão) ou eu me enganava e lhe chamava Daniel (um dos meus irmãos), sorríamos ao de leve, percebendo que nos estávamos a tornar irmãos.

Quase no final do Noviciado fizemos juntos a peregrinação em pobreza: 15 dias a viver de esmolas, sem podermos dizer quem éramos. Depressa percebi que era mais provável conseguirmos algo para comer quando era o Zé Maria a pedir. Porque com o seu ar de boa pessoa, as pessoas confiavam na honestidade do pedido. Vendo-me ficar nervoso com esta constatação, tentava convencer-me que não era nada, que eram puras coincidências. 

Em Braga, a estudar filosofia, antes ainda de se juntar ao Nuno Branco no blog “Toques de Deus”, criou o “Otimista por Opção”. Para ele era muito claro que ser otimista não podia ser simplesmente uma questão de feitio. Um cristão tem o dever de se esforçar e lutar para ser otimista por opção.

Quando fomos para o magistério, era suposto um de nós ir para o CUPAV e outro para o S. João de Brito, mas o Provincial mudou de ideias e mandou-nos juntos para o Colégio, dizendo que nos enviava como DAI (Duo Apostólico Inseparável), expressão que se revelava profética.

Depois da teologia em Madrid e Boston, já ordenados padres, voltámos à Província, pela primeira vez separados, ele no Colégio das Caldinhas e eu no S. João de Brito. Num dos primeiros batizados a que presidi como padre, o Zé Maria também estava lá. No final, já na sacristia, mal me apanhou a jeito, disse-me logo: “falaste demasiado da família da criança e pouco de Jesus!” Tenho usado muitas vezes esta frase para avaliar as minhas homilias.

Admiro imenso a capacidade que sempre manteve de deixar que brincássemos com ele com qualquer tema, mas passava-se com piadas sobre outros que pudessem parecer preconceituosas ou discriminatórias. Porque era evidente que com coisas injustas, que causam sofrimento e desumanização, não se brinca.

Vi-o sempre disposto a ajudar quem se sentia perdido, desanimado. Mas também ele por vezes se sentia perdido e precisava que o Senhor fosse a sua luz interior… e como desejava que o Senhor curasse as suas feridas e iluminasse as suas trevas… A consciência da debilidade e fragilidade criava-lhe empatia com o outro, sem o impedir de continuar a sonhar com otimismo.

Vi-o sonhar com entusiasmo o gabinete de comunicação e o Ponto SJ. Vi-o lutar pelas vítimas, pela verdade, pela justiça. Vi-o com uma enorme paixão por Jesus, que dava sentido à sua entrega de vida. Vi-o com um gosto enorme por acompanhar pessoas em exercícios e na vida toda, sendo próximo como Jesus. 

Vi-o reconhecer a necessidade de parar e cuidar do seu equilíbrio. Vi-o ir para Évora por um tempo e reconhecer com enorme alegria que não seria lugar de passagem, mas de missão decidida, definitiva.

Não pergunto a Deus porque quis que o Zé Maria morresse tão novo, num momento tão vivo e feliz. Confio que não teria que ser assim, que não fez parte de nenhum plano egoísta de Deus. Mas na dor pergunto-me porque não fez algo para que assim não fosse. O Zé Maria faz-nos tanta falta, podia dar ainda muito mais. É o mistério e fragilidade da nossa vida.

Tenho olhado para trás e percebido que não consigo imaginar quem seria eu hoje se não tivesse tido o Zé Maria na minha vida. Não tenho dúvidas que moldou a minha fé, o meu modo de pensar, a minha capacidade de ser mais inclusivo, mais afetivo, mais político, mais… É fascinante a força e a beleza das relações humanas, das amizades no Senhor. E isso deixa-me muito agradecido. 

Pedro Gil

Andam pessoas a pensar que quem escreveu no livro do Ben Sirá que “nada se pode comparar a um amigo fiel” estava a pensar no Zé Maria.

Assim que entrou no gabinete de comunicação da Companhia de Jesus, ele, licenciado em jornalismo, com a experiência de vida que tinha, mas com uma simplicidade ainda mais densa, quis conhecer a minha experiência, o meu conselho, e ofereceu-me de imediato uma amizade indefesa, plena, e sem pedir qualquer requisito prévio.

São raros homens assim. Falámos tantas vezes, só os dois, e nem uma vez o Zé Maria feriu a fama de ninguém, nem sequer indirectamente. Homens assim ainda mais raros são.

Querem saber como se faz um gabinete de comunicação da Igreja? Façam como o Zé Maria. Ele, sim, encheu todas as boas práticas e melhores princípios da comunicação com a verdadeira alma que a fé pode trazer: a bondade incondicional.

Nunca lhe perguntei onde ele a ia buscar. Estou convencido que era na oração.

Ele foi um reflexo luminoso e credível daquele que é o grito urgente que pode curar o mundo: há Deus, e esse Deus é bondade.

Isso o Zé Maria sabia. E agora experimenta na pele. Estamos felizes por ele e com ele, no meio das lágrimas.

Filipe Avillez [Actualidade Religiosa]

Em 2016 fui desafiado para moderar um debate sobre o filme “Silêncio”, de Martin Scorcese, que acabara de ser lançado. O debate seria no Porto, e um dos oradores era o padre Zé Maria Brito, natural do Porto mas a viver em Lisboa.

Para dividir despesas, combinámos ir juntos. Não sei se nos tínhamos conhecido bem, ou de todo, antes dessa data, não me lembro. Lembro-me que encarei a viagem com alguma preocupação. E se ele fosse um enorme chato? Seriam três horas de viagem infernais? Enchi-me de coragem, fui buscá-lo e lá fomos nós.

Seguiram-se três das mais interessantes horas que me lembro de passar. Conversámos sem parar sobre tudo e mais alguma coisa. Apesar de não nos conhecermos bem, recordo que falámos com um à vontade impressionante, sobre temas difíceis. Claro que não me lembro dos detalhes todos, mas recordo que foi nesse dia que ele partilhou comigo que ainda criança tinha perdido um irmão mais velho, e que tinha feito parte de uma juventude partidária antes de ir para jesuíta.

Depois dessa viagem mantivemo-nos em contacto. Falámos muitas vezes e estivemos muitas vezes juntos. Pedia-lhe muitas vezes conselhos para textos que estava a escrever, e ele acedia sempre, de forma muito útil. Acompanhei a mudança da sua missão de Lisboa, onde era o responsável pela comunicação da Companhia de Jesus, para Évora; estávamos em perfeita sintonia no que diz respeito a causas importantes como a dos abusos na Igreja, e falámos frequentemente e longamente sobre o assunto; e mais recentemente, na Jornada Mundial da Juventude, estávamos os dois a comentar, para canais diferentes, e partilhámos muitas ideias e sugestões.

Desde então penso que não nos vimos mais, mas liguei-lhe algumas vezes. É que o Zé Maria era daqueles raros padres que atende sempre o telefone, ou quando não consegue, devolve a chamada. Pelo menos era assim comigo, e vali-me disso algumas vezes.

A mais recente foi no sábado passado, por causa de um assunto relativamente insignificante. Perguntei-lhe como estava, respondeu que bem. Mal sabia, mal sabíamos, que afinal não estava nada bem mesmo. Morreu na noite seguinte de uma doença que se tinha espalhado sem ninguém perceber.

Que faço eu a escrever mais um texto sobre o Padre Zé Maria? Percorro as minhas redes sociais e parece que uma em cada duas pessoas lhe está a prestar homenagem, a partilhar memórias. Todos concordam em duas coisas: faz-nos muita falta e era um homem bom. E olhem que essa do homem bom não é um cliché, uma frase feita que se diz sem pensar. Ele era mesmo um homem genuinamente bom. Pelo menos aos nossos olhos era, e acredito genuinamente que aos de Deus, que vê mais fundo do que nós, também fosse.

Muitas dessas pessoas conheciam-no bem melhor que eu. Hesitei em escrever estas linhas precisamente porque não quero dar a ideia de que o conhecia melhor do que na realidade conhecia, que era de alguma forma íntimo dele, que não era.

Na verdade, há muita gente mais bem posicionada do que eu para tecer elogios ao Zé Maria. Muitos já o fizeram. Mas sei que muitos outros não têm como; ou não têm jeito para escrever; ou não têm quem leia e acham que não vale a pena.

E por isso eu, que tenho quem me leia, que tenho onde escrever e que até sei juntar umas palavras numa página, sinto que não posso deixar esta oportunidade de deixar registado o que me vai na alma.

E o que me vai na alma é que perdemos um homem bom e não compreendo como é que Deus deixou que isso acontecesse.

Não compreendo como é que Deus levou dois filhos dos mesmos pais, com a mesma doença.

Não compreendo porque é que não lhe foram dados mais anos, para tocar mais vidas, converter mais corações.

Mas sei que estas coisas não são para se compreender, são para se aceitar de joelhos, em oração, repetindo as palavras de Job: O Senhor no-lo deu, o Senhor no-lo tirou, bendito seja o nome do Senhor.

Acho que o Zé Maria gostaria de nos ver assim, nessa postura de submissão, aceitando o mistério. Talvez tenha sido essa a sua última grande missão.

Obrigado amigo. Bom amigo. Homem bom. Homem de Deus. Obrigado por tudo.

Luís Osório [Antena 1 e TSF]

O meu irmão Zé Maria partiu para o céu

1.
Foi uma das pessoas mais importantes para a minha família nestes últimos dois anos.
Era mais novo do que eu cinco anos, nascera em 1976.
Já depois do 25 de Abril.
Mas ao contrário da revolução, não vamos poder festejar os seus 50 anos pois morreu de um dia para o outro.
2.
O Padre Jesuíta José Maria Brito era iluminado.
Vivia para os outros, estava sempre disponível para os outros como se tivesse todo o tempo do mundo, como se fosse eterno.
Disponível até para quem não acreditava em Deus ou para mim que… acreditando… não sabe bem como lidar com as regras do silêncio.
Combinei que seria ele a batizar os meus mais novos. Fi-lo no momento em que o Afonso e a Benedita mo pediram.
O Padre José Maria ficou feliz, mas não chegou a acontecer.
3.
Não conheci ninguém que tão bem fizesse a ponte entre gente muito diferente – de esquerda e direita, progressistas e conservadores, velhos e novos, pretos e brancos, homens e mulheres.
Não conheci ninguém que falasse tão naturalmente da tolerância para com as minorias – quer fossem homossexuais, casais divorciados ou gente excluída por este ou aquele motivo.
Na nossa última conversa, a beber café e a comer pastéis de nata, contou-me do encontro com o Papa Francisco que o abraçou como se o chamasse.
4.
Dirigiu a comunicação da Companhia de Jesus em Portugal e a principal revista dos Jesuítas.
Estudou Teologia em Boston e Madrid, esteve quase um ano no Quénia e vivia agora em Évora onde se queixou de estar a engordar por causa das açordas e dos coentros alentejanos.
O Padre José Maria Brito morreu de um dia para o outro.
Um AVC fê-lo cair sem perder a consciência, mas no Hospital de Évora percebeu-se que tinha várias lesões no cérebro e metástases de que ninguém fazia ideia, de que ele não fazia ideia.
E sabes o que escreveu uma semana antes, a última que escreveu na sua página de Facebook?
“Abnegar-se é também não permitir à dor que tenha a última palavra”.
Como é possível?
5.
Poucos minutos depois de morrer recebi uma mensagem muito bonita, um excerto do comunicado da Companhia de Jesus.
“O nosso irmão José Maria partiu para o Céu”.
Apenas isto.
Quero agradecer-lhe por tudo o que me ensinou.
Pelas conversas.
Pelos livros de que falámos.
Pelos textos que trocámos.
Pela liberdade que sempre foi a sua matriz.
Era um homem bom e livre.
Generoso e tolerante.
Avesso aos extremos e ao ódio.
Fazia falta aqui.
Fazia muita falta aqui.
Meu querido Zé Maria tentarei fazer o que me pediste, o que nos pediste.
E espero que oiças este postal do dia – sei que o ouvias quase todos os dias, não falhes este.

Familiares do Zé Maria

Ao longo dos últimos dias percebemos que podemos todos ser um bocadinho Zé Maria: dadores de vida, construtores de pontes, elementos de união entre as várias periferias da sociedade e do nosso coração. Devemos falar das coisas sem medo, devemos querer uma Igreja mais unida, sabendo sempre que menos é mais e que o segredo das palavras está mais na simplicidade do que na sua complexidade. Devemos e queremos ser um bocadinho mais Zé Maria!
Queremos estar sempre disponíveis, dizer que temos tempo para os outros, mesmo quando não temos. Queremos entrar em casa das pessoas e fazer-nos presentes na vida delas. Queremos fazer amigos em todas as partes do mundo, que pensem de forma diferente, que não acreditem no mesmo que nós. Queremos aproveitar todas as oportunidades para falar de Jesus, para O mostrar aos outros. Queremos fazer tudo isso de forma simples, por amor a Deus.
Queremos mesmo, Senhor, ser um bocadinho mais Zé Maria.

(Inês Fleming Alegria)

 

Ser “um bocadinho Zé Maria” é ter a coragem, enquanto padre, de perceber a necessidade de dar voz às vítimas dos abusos da Igreja Católica Portuguesa. Como o Zé Maria tão bem fez em abril de 2023, numa longa reflexão intitulada “A confiança na Igreja depois do Relatório da Comissão Independente”.
Abandonando a posição, até então dominante, que defendia que o número de abusos mais significativo ocorria no seio das famílias e não na Igreja. E assumindo, com uma frontalidade que não me recordo de ver secundada, a imperiosa necessidade de não deixar de questionar, entre outras, a relação celibato-abuso.
Queremos mesmo, Senhor, ser um bocadinho mais Zé Maria.

(José Miguel Marques)

 

“Ser um bocadinho Zé Maria”…
É olhar a vida com alegria e optimismo.
É estar disponível para aceitar os outros, compreender-lhes as idiossincrasias, encontrar-lhes o fundo atrás da leveza da superfície e aí ir verdadeiramente ao seu encontro.
É perceber que podemos mudar o mundo em qualquer sítio e a partir de qualquer lugar, se nos empenharmos em cada tarefa e formos inteiros em cada momento a que nos entregamos.
É ter dúvidas, reconhecer os defeitos, acolher as falhas e procurar ser mais e melhor todos os dias.
É sorrir de forma cristalina e rir com vontade sã.
É conseguir confortar os outros mesmo quando a nossa dor é maior.
É ter a capacidade de descomplicar e estar disponível para partilhar, ensinar, conversar e debater conceitos e ideias sem preconceitos e de forma sempre livre.
É pensar pela sua cabeça mesmo quando isso é difícil e contra-corrente, mesmo quando não é popular ou evidente, e não deixar que o medo nos tolha a coragem de ser quem somos e dizer o que pensamos.
É perceber o mundo e as suas cambiantes de cor e ter a capacidade de saber adaptar-se à sua evolução.
É respeitar as nossas raízes e ter na família um porto seguro e firme ao qual sempre se regressa com alegria.
É ter a capacidade de fazer, multiplicar e guardar amigos e ser presença na vida deles.
É saber e confiar que Deus está sempre aqui, sobretudo nos momentos em que não O sentimos.
Queremos mesmo, Senhor, ser um bocadinho mais Zé Maria.

(Gabriela Queiroz)

 

Ser um bocadinho Zé Maria é assumir que somos frágeis, que sofremos, que há coisas que nos magoam e nos deixam tristes. É não ter medo, nem vergonha de pedir ajuda. É perdoarmo-nos pelas nossas fraquezas.
Mas ser um bocadinho Zé Maria é também ser otimista por opção, é transformar a Dor em Amor, é encontrar no Amor de Deus a alegria, é encontrar caminho para sermos felizes!
Queremos mesmo, Senhor, ser um bocadinho mais Zé Maria

(Maria Ana Marques)

 

Ser um bocadinho Zé Maria é aceitar o inaceitável, é acreditar que há um bem acima de um mal, mesmo quando não encontramos as razões. É encontrar nos pequenos gestos grandes acontecimentos. É na desordem do dia-a-dia encontrar o foco na felicidade. A realidade é que não é fácil ser um bocadinho Zé Maria, mas se nos focarmos, podemos ser muito melhores e fazer com que tudo se torne mais leve e feliz.
Queremos mesmo, Senhor, ser um bocadinho mais Zé Maria.

(Cátia Fleming de Oliveira)

 

Zé Maria, foste empenhado, bondoso, optimista e assim nos convidaste a ser, também,com a tua última mensagem.
Saibamos nós no nosso dia ser um bocadinho como tu.
Não nos deixemos entrincheirar no nosso orgulho nem na arrogância das nossas certezas. Procuremos entender, dialogar e construir pontes.
Procuremos perdoar e amar verdadeiramente, construindo a nossa felicidade na entrega aos outros.
Tu realmente praticaste a frase de que tanto gostavas: “Senhor, que eu não me aproxime de ninguém, sem que eu me aproxime de Ti e que ninguém se aproxime de mim sem ficar mais perto de Ti”.
Não deixar à dor a última palavra, passa então por termos presentes o teu exemplo de vida, por conseguirmos ser um bocadinho Zé Maria.
Estou bastante certo que, se com a tua inspiração conseguirmos ser um bocadinho mais Zé Maria, estaremos mais próximos de Jesus e do Céu.
Queremos mesmo, Senhor, ser um bocadinho mais Zé Maria.

(Zé Pedro Marques)

 

Zé hoje estou a ser um bocadinho como tu , se calhar até sou mesmo muitas vezes mas naquelas coisas menos fantásticas!!
Como por exemplo ter muitas coisas para fazer e deixar tudo para a última!!
Nem sei se este pequeno texto chegará a tempo!! Mas sei que tu estás a ouvir e até me deves estar ajudar a escrever pois não sei muito bem como de repente as letras se tornaram em palavras e as palavras em frases e até parece que isto vai acabar num texto!! Ser um bocadinho Zé Maria para mim parece-me ser muito difícil, mas vou tentar com a tua ajuda, pois quero muito ser um bocadinho Zé Maria!

Queremos mesmo, Senhor, ser um bocadinho mais Zé Maria.

(Francisco Fleming)

 

Ser Zé Maria é conseguir ver mais profundamente, mesmo que a limpeza dos nossos óculos não seja a Melhor!! Sabendo assim distinguir o importante do acessório!! Queremos mesmo, Senhor, ser um bocadinho mais Zé Maria.

(António Maria, Susana e Rita)

Pedro Guerreiro

Uma Amizade sem medidas

Nascemos sem saber porquê; aprendemos a caminhar, caindo tantas vezes; vociferamos contra os obstáculos; parece-nos que apenas o inalcançável nos satisfaz; e lidamos mal com o que não conseguimos realizar. Vivemos na azáfama do corre-corre, às vezes um bocadinho atordoados pelos objetivos a que nos propomos. Mas quando nos afastamos do dia-a-dia e olhamos para trás, temos saudade. E gostávamos de poder passar por tudo outra vez. O motivo é simples: o que realmente nos preenche são as coisas simples, como a Família que nos acompanha e a família que escolhemos – os Amigos. Nunca nos lembramos do dia-a-dia quando olhamos para trás. Lembramo-nos apenas do que é importante.

Os últimos tempos recordaram muitas vezes aquilo que já todos sabemos e nunca aplicamos: não abdicaríamos de quase tudo aquilo em que investimos tempo, para podermos passar mais umas horas com as pessoas de quem gostamos? Esta é só mais uma das muitas lições que o Zé Maria soube deixar aos Amigos.

Os últimos dias
O Zé Maria gostava de palavras; e foram muitas aquelas que os seus Amigos escreveram e trocaram entre si nas últimas semanas. O Zé Maria admirava a história de Jesus, amava Deus e encontrou Nele a sua vocação. E nestes dias tantos de nós O invocamos, questionando-O, apresentando-Lhe os nossos protestos, procurando compreender tudo (mas é tão difícil compreender algumas coisas). O Zé Maria respeitava a Verdade e a Justiça. E todos queremos “ser mais Zé Maria”, como tanto se repetiu. Mas quantos de nós não preferíamos que tudo isto fosse mentira?

Mesmo depois de partir para uma nova viagem, o Zé Maria soube desafiar-nos; disse “Presente” nestas contradições que nos assombram; conseguiu manter-se mais perto do que poderia parecer; e continuou a marcar as nossas vidas, sendo Luz na penumbra. Se fosse um romance, nada tinha sucedido de forma diferente.

Hoje os sentimentos são dúbios, contraditórios e difíceis de interpretar. E estou certo que todos, todos lhe ligaríamos nestas circunstâncias, para que nos ajudasse a entender este mundo; para percebermos como pode a candeia deixar de iluminar o caminho.

Há muito que não compreendemos, sempre. Mas existe uma outra certeza que nos deixa despidos: o Zé Maria aproximava-nos do caminho da descoberta. Se lhe pudéssemos ligar hoje, imagino bem o que nos diria: Deus, criador e definição de bondade, não pode nunca ser responsabilizado pelas desgraças que sucedem. Deus concedeu o dom da liberdade ao Homem. E a liberdade permite que cada um possa realizar-se e ir mais longe. Mas a mesma liberdade que nos solta, que nos permite ultrapassar a imaginação, também limita e cria restrições e situações incompreensíveis. Deus é bom. A liberdade também. Mas as consequências são muito duras, às vezes. Sartre desafiava-nos de forma semelhante: “aquele que quer ser amado, deve querer a liberdade do outro, porque dela emerge o amor; se o submete e domina, torna-se num objeto e de um objeto não pode receber-se amor”. Ainda assim, senti que muitos dos seus Amigos sentiram vontade de impor uma exceção quando repetimos aquelas palavras sagradas: “Seja feita a vossa vontade…”.

Porque nos marcou tanto o Zé Maria?

A singularidade do Zé Maria podia ser a definição de personalismo: cada um de nós contribui de forma única para o bem-estar de todos. É por isso que não há nunca substitutos à altura para cada um de nós. E para o Zé Maria, menos ainda.

O Zé Maria sabia fazer-se convidado para entrar nas nossas vidas. O dia em que o conheci foi uma metáfora disso mesmo; entrou no espaço onde eu estava e perguntou logo de rajada: “como posso ajudar?”. E ajudou, todos os dias a partir dali. O Zé Maria não julgava a diferença, não perseguia os Amigos pelos seus pecados, não atirava pedras a ninguém.

O Zé Maria respondia sempre com perguntas: sabia bem que as conclusões tiradas pelos próprios eram mais duradouras; mas quando finalmente encontrávamos as respostas, ele deixava escapar invariavelmente um “E então?” a sorrir – como quem diz: “Não estavas a ver, mas visto daqui parece óbvio”. O Zé Maria não polia a dureza das coisas. Nas situações irremediáveis apontava um “Que chatice”, mas fazia-se presente, voltava a ligar e a perguntar como estavam as coisas. Mostrava que a vida pode ser dura, mas é mais fácil quando temos os

Amigos do nosso lado. O Zé Maria entendia as coisas na sua profundidade; combatia a espuma dos temas e percebia sempre o significado maior de tudo. O Zé Maria era a definição de Justiça, e tinha a coragem de se atirar para a frente quando era preciso defender os mais frágeis ou os injustiçados. O Zé Maria era a definição de sensibilidade e a sua falta de agilidade fazia sobressair a beleza dos seus pensamentos. O Zé Maria adorava um bom debate, abria-se à diferença e construía pontes como poucos: sem dominar o território, dando espaço a todos, mas deixando a sua opinião sensível, rica e sempre muito centrada nos Valores essenciais que unem todas as pessoas de bem.

Eu podia conhecê-lo há muitos anos. Mas impressionou-me muito a missa de corpo presente em Évora: onde homens e mulheres, adolescentes e pessoas de todas as idades, choravam com a sua partida. Pessoas que o conheciam há um ano e meio choravam como quem o conhecia desde sempre. E repetiam à família: “O Padre José Maria sj ficará para sempre marcado na vida da nossa família”; “nunca o vamos esquecer”; ou “a ajuda do Padre Zé Maria sj salvou-me”. Nestes anos podia contar muitas histórias semelhantes: como a improvável capacidade de chegar primeiro para agarrar a minha filha mais velha, que caiu numa piscina (estando eu mais perto).

Como é possível, em 48 anos, marcar tantos milhares de pessoas? Como pôde o Zé Maria mobilizar tantos, em todo o país, por ter deixado uma marca tão profunda, mesmo quando passou rapidamente pela vida das pessoas? A resposta pode talvez ser encontrada na doçura da sua família; na sua capacidade de percorrer os caminhos certos; e, seguramente, na iluminação do Espírito Santo – porque as marcas profundas que deixou não parecem deste mundo.

Sentir Deus na Terra
Se alguém pôde aproximar os Homens de Deus, esse alguém foi o Zé Maria. E hoje muitos de nós imaginamo-lo a continuar esse trabalho, pugnando por um mundo mais justo, mais fraterno, provocando os Amigos e os Homens justos a ir mais longe e intercedendo por eles junto de Deus. Tinha razão a minha prima Clara e a Tia Domingas, a Mãe do Zé Maria, quando logo no dia a seguir à sua partida me disseram: “agora é que vai ser”; “agora o Zé Maria terá mais força para ajudar a encontrar respostas e a ter Fé”.

Eu posso ter dúvidas de Fé, mas a minha filha mais nova vive em abundância e acredita em três Jesus: o pequenino, a quem pede as coisas mais simples; o adolescente, a quem recorre para as coisas de importância intermédia; e o mais velho, que a ajuda nas coisas realmente relevantes. O Zé Maria adorava esta ideia dos pequeninos e da forma como eles se relacionam com Jesus. Hoje eu preciso do auxílio dos três para procurar preencher o vazio que o Zé Maria nos deixa. Mas tenho a certeza que o Zé Maria vai interceder em permanência junto dos três Jesus e de todos os Santos: o Zé Maria nunca foi pessoa capaz de abandonar os Amigos, ou qualquer pessoa que precisasse dele.

VOTO DE PESAR - Assembleia Municipal de Lisboa

À Companhia de Jesus:

Encarrega-me a Exmª. Srª. Presidente da Assembleia Municipal de Lisboa, Rosário Farmhouse, de informar que na sua sessão realizada no dia 30 de abril de 2024, deliberou e aprovou, por Unanimidade o Voto de Pesar (assinalado com um minuto de silêncio), pelo falecimento do Padre José Maria Brito, SJ, apresentado pelo Grupo Municipal do CDS/PP, que abaixo se transcreve:

Faleceu, no dia 22 de abril, aos 48 anos, em Évora, o Padre José Maria Brito, jesuíta.

Foi uma partida súbita e precoce. Nada antevia, nada o fazia prever. O choque, assim, parece maior.

Muito se escreveu, partilhou e testemunhou sobre o José Maria Brito nos últimos dias. Quantos amigos, quantas obras, quanta proximidade, quanto trabalho, quanta alma!

Viveu uma vida breve, mas intensa e inteira. Quem o conheceu impressionava-se com a sua autenticidade, o seu entusiasmo, a sua visão e capacidade de ação, a sua força motivadora, a sua simplicidade e naturalidade na relação com as pessoas e com os seus trabalhos. Era um homem grato, de sorriso fácil e envolvência calorosa. Na sua fé, sentia-se “imensa e imerecidamente amado por Deus”. Assim conduzia a sua vida, procurando dar resposta a tanto bem recebido, achando que seria sempre insuficiente o que fazia, mas afirmando com graça, que acreditava na Paciência de Deus para com ele.

Nasceu em Santo Ildefonso, no Porto, a 8 de janeiro de 1976. Estudou jornalismo e foi animador do CREU – Centro de Reflexão e Encontro Universitário, no Porto. Foi militante e dirigente nacional da Juventude Popular. Fê-lo com vontade de mudar o mundo e com a Doutrina Social da Igreja bem presente. Dizem que, quando disse aos companheiros de partido que ia entrar no noviciado, ninguém ficou admirado.

Entrou na Companhia de Jesus em 1998, em Coimbra, com 22 anos. Fez o magistério no Colégio de S. João de Brito, onde foi professor. Estudou teologia em Madrid e Boston e foi ordenado sacerdote em 2010. Foi professor no Colégio das Caldinhas (em Santo Tirso) e, em 2016, foi para o Quénia fazer a terceira provação. Ao regressar, integrou a comunidade do Pragal, dando assistência a várias paróquias da margem sul. Em 2018, passou a trabalhar na Cúria Provincial, onde coordenou o Gabinete de Comunicação e, mais tarde, deu início ao Ponto SJ, o portal dos jesuítas em Portugal. Nessa qualidade, colaborou ativamente com os órgãos de comunicação social. Foi presidente da direção da Fundação Gonçalo da Silveira e, em 2020, integrou o Serviço de Proteção e Cuidado da Província Portuguesa Companhia de Jesus, pioneiro na atenção e prevenção dos abusos e maus tratos a menores e adultos vulneráveis. Estava, desde 2022, na comunidade de Évora, como assistente regional da Comunidade de Vida Cristã – CVX, e Diretor do Departamento da Pastoral da Família.

O Padre Zé Maria Brito viveu todas estas missões com alegria, empenho e entusiasmo. Tinha opiniões claras sobre o que deveria ser hoje o papel da Igreja na sociedade. Como escreve o jornal ‘7 Margens’, “numa fidelidade criativa ao Evangelho. Via com preocupação o crescimento dos vários fenómenos – políticos, religiosos – de intolerância. Ao mesmo tempo, tinha uma enorme capacidade de fazer pontes e ir buscar a cada pessoa o melhor que cada um tinha para dar. Estava de coração com as dinâmicas de renovação lançadas pelo Papa Francisco, queria sobretudo uma igreja capaz de escutar as dores e as feridas do mundo e das pessoas que a habitam.”

O Padre Zé Maria deixou uma marca profunda e diferenciada na comunicação da Igreja e foi presença moderada e dialogante nos media. Tinha gosto pelas conversas e só sabia ser autêntico, por entre o entusiasmo e a humildade.

O Ponto SJ, com áreas sobre Fé, Cultura, Justiça e Política, tornou-se leitura e reflexão obrigatória para milhares de pessoas, diariamente, crentes e não crentes.

Em todas as celebrações e partilhas que se sucederam, há um traço comum muito sublinhado: o Padre Zé Maria Brito era um homem bom e entusiasmado com o que fazia, de quem se pode dizer que morreu feliz.

Há poucas semanas, tinha dito em conversa com jovens que “não podemos deixar a vida para mais tarde”. E, há poucos dias, escrevera no facebook que “abnegar-se é também não permitir à dor que tenha a última palavra.”

Era assim que ele era. E foi assim que o Padre Zé Maria Brito viveu a sua vida.

Pelo exposto, o Grupo Municipal do CDS-PP propõe que a Assembleia Municipal de Lisboa, reunida em sessão plenária no dia 30 de abril de 2024, delibere:

1. Aprovar o presente Voto de Pesar pelo falecimento do Padre José Maria Brito, sj;

2. Guardar 1 (um) minuto de silêncio em memória do Padre José Maria Brito, sj;

3. Enviar o presente voto à família, à Companhia de Jesus, à Direção do Ponto SJ, à Comunidade dos Jesuítas em Évora, à Arquidiocese de Évora, à Diocese do Porto, ao CREU do Porto, ao Colégio de S. João de Brito, ao Colégio das Caldinhas, ao Serviço de Proteção e Cuidado, à CVX-Além Tejo, à Fundação Gonçalo da Silveira e ao Patriarcado de Lisboa.

Com os melhores cumprimentos,

A Chefe do GAAM

Rita Viegas

VOTO DE PESAR - Grupo Municipal Rui Moreira Aqui Há Porto
VOTO DE PESAR - União das Freguesias Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde

MEDIA

Notícias sobre o P. José Maria Brito

Condolências

Mensagens

Dou graças a Deus pela vida do Pe Zé Maria e pelo modo como em tão pouco tempo aqui em Évora tocou tantas pessoas entre as quais me conto. O modo como via as pessoas com deficiência e se aproximava de cada um de nós de forma simples, tentando compreender e confortar! Do mesmo modo agradeço e sinto muito fortemente a falta dele na área dos abusos sexuais na Igreja. As suas breves intervenções aquando da formação aqui em Évora prometiam… Confio que fica a rezar por nós na comunhão dos santos… mas a sua falta é dolorosa…
Alice Caldeira-Cabral

Conheci-te no CAB e convivemos de longe, mas recordarem para sempre o teu sorriso e a força que emanava do teu ser.
Que a dor da tua partida seja atenuada com a certeza que, sentado entre os justos, oras por nós.
Amaro

Agradeço eternamente a presença, a evangelização e o trabalho de todos os jesuítas na nossa comunidade portuguesa e no mundo.
Com eles mais proximos nos sentimos do Senhor.
Bem Hajam de todos!
Que Deus receba com toda a Bondade o padre Jose Maria Brito
Ana Azevedo

Um Sacerdote e pessoa excepcional. Conheci em encontros no Cupave e diversas cerimónias como casamentos e batizados. Que descanse em Paz
Ana Monteiro Pires

Querido Padre Zé Maria, não devia chorar mas dizias que não fazia mal, olhavas com a doçura de quem sabe que somos feitos de carne e o teu silêncio sereno pareceu sempre um abraço. Cheguei aqui para te dizer obrigada. Para te dizer que hoje ao ver no ecrã o WhatsApp te quis escrever a dizer alguma coisa, uma partilha de nada, um pensamento, um apontamento, uma presença do meu dia e agora nesse acaso cheguei de novo.a tua porta. Sei que estás aí ao cimo das escadas, estiveste aqui só o quanto precisavas, de ti precisamos nós. Vou tentar o silêncio, o silêncio dentro do silêncio. Atropelam-me as palavras. Acredito em si, em ti, e no que Deus com pessoas como tu faz a pessoas como eu. Obrigada por tudo. Tentarei manter viva a sua memória. Sei do cálice. Falei-te dos doentes e da pintura. Falamos do caminho. Da vida. Vi a tua doença e queria saber ajudar. Obrigada querido Pde Zé Maria, deixo-te o meu caminho e os meus filhos para me ajudares a ler o mundo e a ouvir a vida, desse lado no silêncio da luz.
Ana Osório

Foi o mesmo interesse pela Política, a inquietação partilhada sobre a construção do Bem-comum, a escolha pela radicalidade da moderação, o desejo de viver em “”zonas temperadas””, foi tudo isto que nos aproximou e desencadeou conversas, tantas, umas nossas outras partilhadas.
A última, que não a sabíamos ser, ficou a meio de uma ideia e de uma reflexão, assim, inacabada, suspensa num silêncio que, agora, exponencia a ausência.
A Joana MC, nossa amiga comum, disse-me, cheia de convicta doçura, que a conversa persistirá assim eu a saiba intuir, pressentir e até ouvir. Vou procurar esse ponto de encontro; procurar sintonizar-me contigo, na força na fragilidade, no impulso de ser pontífice, no agitar de consciências e corações, na coragem de fazer o mundo andar connosco.
…ah, Zé Maria – e como eu gostaria de te ouvir, a falar depressa, entre risos – tenho a certeza – do que é viver em pleno na companhia de Jesus…
Ana Rita Bessa

Zé Maria

Conhecemos o padre Zé Maria fez precisamente este mês de abril 10 anos, quando começamos a preparar o nosso casamento.
Foram muitos dias reunidos no Colégio da caldinhas e quando estava bom tempo na esplanada do café.
Fascinou-nos o homem igual a todos nós, de carne e osso.

Com uma educação profundamente religiosa, achava que os padres eram inalcansáveis, era quase como se não vivessem na terra…
Logo no primeiro dia que o conhecemos fiz questão de lhe dizer: “padre Zé Maria queria-lhe dizer que nós vivemos juntos há 4 anos”.
Não respondeu, achei que não ouviu. Alguns minutos depois, volto a dizer o mesmo.
“Sofia eu já ouvi. Qual é o problema?”
Será que para mim seria um problema? Para o Zé Maria não.

Nessa altura convidou-nos a fazer um percurso de auto-conhecimento e conhecimento um do outro e incentivou-nos a fazer o curso de preparação para o matrimónio.
Do Porto, fomos a Sintra fazê-lo num fim de semana. Só o Zé Maria nos conseguia encorajar para tal!!!
Com poucas expectativas – a melhor ser perto da praia, revelou-se uma experiência avassaladora que ainda hoje recordamos.
Participamos pela primeira vez numa missa explicada. Como é que nunca ninguém nos tinha explicado tanta coisa?

Para a celebração do matrimónio o Zé Maria permitiu e ajudou a prepararmos uma missa única. Até trocas de emails e conversas com amigos que queriam preparar surpresas ele o fez.
A dada altura diz que está a pensar levar uma batina (não tenho a certeza se é assim – ele não ficaria aborrecido e esboçaria um sorriso se tivesse errado no nome) branca bordada a verde com folhas de oliveira que a querida mãe Domingas bordou e pergunta se achamos bem. (Sorrio) Mas quem é este homem???!!! (Penso) Está maravilhoso Zé Maria! (Digo).

A cerimónia foi maravilhosa, o Zé Maria tem o dom de acolher… no final todos perguntaram quem ele era…

No dia da sua partida fui procurar o papel que nos deu no final da homília. Sabia que o tinha, mas já não me lembrava o que estava lá.
No meio de tantos postais coloridos… apareceu o papel amarelo.
Nesse papel, que aos olhos de muitos será um rascunho, o Zé Maria tão bem descreve tudo daquilo que tão bem conheceu de nós mesmos. Que sensibilidade!
Achei curioso… já passaram 10 anos – como tão bem nos conheceu!

As vezes trocávamos mensagens e através das redes sociais ia acompanhando o que tão bem escrevia.
Nos momentos de maior provação penso sempre nas suas palavras: “ser mais virtuoso”.
O Zé Maria mudou para sempre a minha visão da Igreja e a ele devo uma REaproximação ao pai.
Mostrou-nos uma igreja aberta a todos que querem entrar, mais empática e tolerante.

Quando soube da partida repentina fiquei absolutamente abalada.
De certa forma sentia que ter o Zé Maria “por perto” era como se um pedacinho de Deus estivesse ao nosso lado.
Agora entendo que tudo terá uma razão e que mesmo que já não o possamos ver neste plano, tudo o quanto semeou não morrerá jamais. Lá fora a primavera!

Zé Maria, homem inquieto, de grandes valores e entrega ao próximo, gargalhada solta e bem disposta e abraço muito caloroso.
Vou ficar naquele abraço que demos e recordar o privilégio que foi os nossos caminhos se cruzarem um dia…
Ana Sofia Pacheco Sobral

Os meus mais sinceros pêsames! Conheci o fundador do Ponto SJ através da internet, mas, muito sinceramente estou triste abalada com tal ocorrência! Rezo! Que Deus os proteja a todos e lhes conceda muita saúde, anos devida, e SUCESSO.
Anabela Guerreiro Caldas da Silva Carvalho

Sr. Pe. José Maria, bem haja pelo seu grande testemunho ao longo da vida. Que Deus Nosso Senhor o tenha na Sua paz.
António Esteves

Conheci o Padre José Maria Brito muito antes de ele ser padre, já que era um amigo da família e do meu irmão em particular. Guardo memórias de uma pessoa manifestamente simpática e muito alegre. Fico feliz que tenha feito tanto por tanta gente e tenho a certeza que foi convocado para a companhia do Pai de todos nós. Até sempre Zé Maria.
António Magalhães

Nesta hora de grande tristeza, todas as minha palavras são de um profundo pezar pela partida para o Pai do Padre José Maria de Brito sj. Sentidas Condolências à Família e Comununidade Jesuita em Portugal na pessoa do Provincial Padre Miguel Almeida sj.
Forte Abraço.
Arnaldo Coelho

Que Deus o Guarde junto a Si e ajude sua Família e Amigos a suportar a sua dor
Augusto Abílio Cunha Trindade Rodrigues

O padre Zé Maria marcou-me pela energia em fazer acontecer e na bondade para o acolhimento de cada pessoa.
Creio que yum dos momentos especiais foi durante o plano de acolhimento dos ucranianos em Portugal e a vontade de erguer uma enorme missão.
Bernardo Vasconcelos

Quando penso no Zé Maria, vem-me sempre à lembrança o sorriso e a doçura.
Fomos colegas de faculdade, na Escola Superior de Jornalismo – Porto – e graças às redes sociais, voltámos a encontrar-nos.

Em 2018, pedi-lhe que gravasse uma mensagem para os #cuidadoresinformais (para que eu publicasse, na minha página). Acedeu, de imediato.
De vez em quando, íamos falando sobre o tema e e ajudava-me a serenar (nos muitos momentos de frustração e até revolta).
A notícia da sua partida, abalou-me profundamente e, não podendo diminuir a dor dos seus mais próximos, decidi deixar aqui o testemunho e também o referido vídeo:

https://www.facebook.com/share/v/cEQhpY5fH7s4uE96/

OBRIGADA, Zé Maria.
Que o teu sorriso nos continue a iluminar 💛
Carla Catarina Neves

Como um ponto se transforma numa linha desenhada para crescer, para se cruzar com outras linhas sem se perder, mantendo humildade de um ponto e o mais de sj. A obra inacabada, ou melhor, começada por José Maria para lhe darmos continuidade. Muito admiro e muito agradeço.
Carlos Liz

Querido padre Zé Maria

Já no colo da nossa querida Mãe e na certeza de que nos viremos a encontrar de outra maneira, guardo apenas o sentimento de não ter dedicado o tempo para passar mais tempo perto de si, do seu sorriso e bondade. Porque achamos sempre que vamos ter tempo mais tarde para o fazer…
Um abraço daqui ao céu, reze por nós e nós rezamos por tudo o que precisar.
Um abraço grande à família que não conheço e a certeza da oração
Carmo
Carmo Diniz

Recordo a maneira pronta e acolhedora, com que sem me conhecer, correspondeu ao pedido que lhe fiz para receber uma pessoa nos EE que ia dirigir.
“”Bem aventurados os puros de coração””.
Obrigada, Pe Zé Maria. O seu gesto tem dado frutos.
Cecília Vaz Pardal
cecíliavaz pardal

Estes dias fazendo feed pelas redes socias deparei-me com a noticia da sua partida. Bastou-me ver a fotografia e logo o reconheci. Cruzamo-nos há 20 anos na Faculdade de Filosofia em Braga. Veio-me à memória a sua simplicidade, bondade e a sua capacidade para a comunicação. Quando o conheci percebi que era especial. Que o Senhor o receba em sua casa e que interceda por nós.
Daniela Silva

Querido Zé Maria, agradeço a Deus a tua vida muito partilhada e oferecida a todos.
Recordo com emoção e como lição a conversa sofrida mas serena que tivemos quando nos acompanhaste a todos no encerramento do CAIC. Saber largar é uma virtude e sim “”vamos sendo criados para, com humildade e alegria, dar de graça o que recebemos como Graça “”. Até um dia com alegria!
Deolinda Rasteiro

A sua voz calma e pausada fazia-nos parar e aumentar o volume do rádio para ouvir a sua mensagem. Teremos muitas saudades do “já agora vale a pena pensar nisto”. Que a sua mensagem continue. Descanse em paz 🕊️ Amém 🙏
Dulce Maria Oliveira Costa

O padre José Maria Brito era um jesuíta que desempenhava as suas tarefas de sacerdote sem pensar na morte
Eduarda Duarte

Conhecia o Padre José Maria desde a idade bem jovem. Ele não teria mais 3/4 anos (eu mais 10). Ao longo das nossas vidas, cruzamo-nos várias vezes. Não esqueço a missa que celebrou na minha paróquia (Ramalde/Porto). Reza por nós porque nós rezaremos por ti. Até um dia destes Padre José Maria.
Eduardo Manuel Pina Martins Coelho

Que o Senhor o cubra com a Sua glória. À família jesuíta e à família de sangue, o Senhor conceda toda a consolação. Abraço
Eduardo Monteiro Oliveira

Obrigada por, tantas vezes, me fazer pensar nisso!
Descanse na paz que merece 🙏
Eugénia Maria Candeias Marques

A última vez que vi o P.Zé Maria foi no Porto, nos 5 anos do Ponto SJ, no debate sobre o tema da crescente polarização do discurso no espaço público.

Nesse dia, o P.Miguel lembrou que hoje é fácil os adversários serem inimigos, mudar a mente requer uma grande abertura e que o ponto SJ é o lugar onde as tensões são bem-vindas.

Lobo Xavier criticou o anonimato e o imediatismo das redes sociais, que não favorecem a complexidade e reflexão. Francisco Assis sublinhou que ‘o simplismo é a barbárie dos tempos modernos’.

Que este legado do P.Zé Maria continue a ser o nosso fórum de diálogo e construção de pontes.
Filipa Iglesias

Obrigado P Zé Maria por tudo o que construiu na terra em prole de muitos jovens e menos jovens. Parabéns pelos vários trabalhos na Companhia de Jesus que deixaram marca. AMDG. Paz à sua alma. Rezamos 🙏
Francisco Burguete Sousa Soares

Conheci o Padre José Maria Brito no meu primeiro campo de Campinácios, em 2011 (era eu um jovem com 11 anos). Senti nele, desde o início, um compreender e acompanhamento profundos. Na verdade, senti que me entendia. Apesar dos anos de rebelião, revolta ou incompreensão, sempre senti que me conhecia. Que lutava por mim. E tudo através da breve relação que estabelecemos no campo. Anos mais tarde, diria em 2022, no CUPAV, voltámo-nos a encontrar depois de nos perdermos o rasto um ao outro. Para minha profunda surpresa, lembrava-se de mim! Um de 42 miúdos de 11 anos, agora nos meus 23, diferente, mas igual. Falámos um pouco e cruzámo-nos mais umas vezes. Mesmo cruzando-nos em silencio, senti que sabia em mim a evolução da criança que conhecera.

Dei por mim a rever as fotografias do campo e encontrei uma em que, numa brincadeira, tenho Padre Zé Maria às minhas cavalitas. Os risos, a descontração, mas o profundo saber e pedagogia por trás do que fazia mostram em como é mais um momento que mostra como se faz próximo. Que verdadeiro homem, e que jesuíta! A bondade perdeu um dos seus grandes benfeitores. Obrigado por tudo Padre Zé Maria!
Francisco Madeira

Conhecemos o P.José Maria Brito no pátio da Brotéria em 2022.
Gostaria de salientar um “”Olá”” como se nos conhecesse, a mim e à minha filha, de toda a vida.
De uma simpatia, simplicidade e humildade, transbordantes que contagiavam.
Partiu um HOMEM BOM!
Reze por nós e pela PAZ no mundo.
Nós rezamos por Si.
Gabriela Martins Fernandes

Ao padre José Maria rogai por nós é mais um anjo no céu as pessoas boas deus chama para junto dele, ele espalhou o bem por onde passou ,e a nós fica o dever de respeitar o que deus faz, 🙏 amém 🙏🙌🙏
Gertrudes Encarnado

Conheci o P. Zé Maria na preparação da estreia do PontoSj. Nos poucos encontros que tivemos apercebi- me da sua disponibilidade e entrega a este projeto. Muito criativo e confiante, organizou e proporcionou as “”conversas improváveis “”. Muito improváveis mesmo, no meu caso, ter uma boa conversa com a Marisa Matias, eurodeputada do BE. O Zé Maria, com aquele seu ar “”descontraído “” tornou leve aquele inicio do PontoSj. Depois, conversamos várias vezes sobre o andamento deste projeto. Sempre muito assertivo e determinado a construir pontes…
Deixa-me uma profunda saudade e sentimento de perda. Mas a Fé me diz que “”a vida apenas se transforma…””. Descanse em paz no Reino da Luz eterna de Deus 🙏💥
Ir. Mª Júlia Bacelar Gonçalves

O Zé Maria esteve muitas vezes presente nas missas do Rato e celebrou algumas missas especiais para a família ACI, leigos com o carisma das Escravas do sagrado coração de jesus. Era sempre tão bom ouvi-lo falar nas homilias como quem ama de quem fala. Num dia, numa conversa ajudou-me a integrar na minha vida a ida de um dos meus filhos para o Seminário. Falou-me da sua vocação e da sua mãe. E é por ela que tenho rezado nestes dias, sentindo uma proximidade grande, sabendo como era importante para o Zé Maria. Tenho agradecido muito a vida e do Zé Maria e peço-lhe que interceda por nós junto do Senhor.
Isabel Branco

Conheci o Padre Zé Maria em Coimbra, ainda no Noviciado.
Chocou-me a sua partida prematura, mas dou graças a Deus pela sua vida e obra e tenho a certeza, tal como disse o Padre Miguel Almeida, que já está no Céu. A entrega da vida a Deus e ao Seu Reino, por amor, lava todas as imperfeições. Que interceda por todos nós, junto do Pai.
Isabel Cristina Monjardino

Querido amigo Zebra,
Passaste na minha vida e nunca mais largaste o meu coração. Foram 20 anos de uma amizade tão especial e e alegre. O teu sorriso, ternura, não julgamento, dedicação, autenticidade, sinceridade e amizade, vão estar para sempre comigo. Viveste a tua vida e vocação com uma enorme intensidade e entrega. Foste o primeiro a confiar em mim e a convidar-me para ser animadora de um fim-de-semana da pastoral. Contigo fiz o melhor campo da minha vida, muitas atividades, ouvi muitas homilias, tive muitas conversas, tenho muitas histórias… estiveste presente nos meus piores e melhores momentos e marcaste profundamente a minha vida. Hoje estou muito triste, mesmo desolada. Mas sei, como dizia o meu avô, que “a vida passa, mas o amor fica para sempre”. E vai ficar mesmo!
Vais fazer-me muita falta como diretor espiritual, quem nos estava a preparar para o casamento e ia presidir, e principalmente como amigo.

Aprendi e continuo a aprender tanto contigo.
Tenho pensado muito em ti e que lição tirar da tua vida. E vou pensando cada vez mais que viveste feliz e centrado no essencial. Acordavas todos os dias às 6h para rezar, entregaste-te totalmente às tuas missões e aos sacramentos, e ainda tinhas tempo para os amigos.
Acho mesmo que partiste em paz. Com uma vida cheia e com sentido. Estavas alegre e bem. E isso é o mais importante. Não é quando morremos, mas sim como vivemos até morrer.

Descobri uma carta que escrevi em 2010, depois da ordenação. Um pedacinho: “tu chegaste a missa nova, rodeado de uma maré de gente amiga e disseste alto e bom som que sozinho não és capaz, que precisas dos outros. Eu digo muitas vezes que não preciso de ninguém, porque tenho medo de mostrar fraquezas. Percebi que admitir uma fraqueza é dos maiores actos de coragem, a meu ver talvez o maior.
A forma como partilhas a tua vida com os outros… não sei bem como dizer. És tão verdadeiro, como dizia a Madre Teresa de Calcutá, és como uma “gota de água transparente”. Para mim, é nessa transparência que me transmites Deus.” (Julho de 2010)

Muito obrigada querido amigo! Obrigada por tudo! Deixas uma herança preciosa! Um grande abraço!
Joana Fonseca

Tinhas uma mente luminosa em todos os sentidos. Foi um privilégio conhecer-te e conversar longas horas contigo. Obrigado pelas tuas partilhas, sinceridade e desassombro. Ficas a fazer falta. Ficam a fazer falta ao mundo as décadas de palavras e actos teus que se perderam com a tua morte prematura. Até sempre, Zebra, até logo, com um sentido e comovido abraço. João.
João Nuno Pais Brandão Franco da Cruz

Minhas condolências a todos os familiares do Pe,. José Maria Brito e toda Família inaciana em Portugal.
Agradeço e rezo pelo seu eterno descanso. Foi um amigo, conselheiro espiritual que muito me ajudou na minha retomada vocacional no Monte da Caparica na Paroquia de São Francisco Xavier durante 4 anos, até o meu regresso para Cabo verde e ordenação. Eternamente grato.
João Paulino Garcia

O Pe. António Vaz Pinto, pelo conhecimento e amizade pessoal em Arouca e o Pe. Zé Maria Brito pelo conhecimento virtual e mediático, foram dois ilustres sacerdotes jesuítas que muito trabalharam pela Igreja e pela Companhia de Jesus. Um apreço póstumo pela sua dedicação à evangelização e uma oração pelo seu eterno descanso. Que a infinita Misericórdia de Deus os receba na sua eterna Glória.
José Maria Marques Cerca

Infelmente não o cheguei a conhecer bem. Numa missa de corpo presente, o Padre Zé Maria fez uma homilia que me tocou profundamente. Na altura, eu que sou CVX, andava à procura de um padre que me pudesse acompanhar. Pensei então logo nele. Mas não se chegou a concretizar. No entanto o Padre Zé Maria ficou me sempre num cantinho do meu coração, como uma pessoa integra, transparente, humilde e séria. Ia lendo tudo o que escrevia e acreditei que um dia ainda nos haveriamos de cruzar. Ia aguardando serenamente esse dia. Entretanto a minha experiência de acompanhamento espiritual foi com outro Padre Jesuita e correu muito mal. Muito pouco simples e arrogante. Fez me na altura muito mal pois foi numa época em que tinha perdido a minha mãe e eu própria estava perdida.. Enfim, não tinha de ser, mas continuo a pensar como teria sido se tivesse iniciado esse percurso com o Padre Zé Maria.. Agora sei que ele foi para junto de Deus pois ele assim mo inspirou…. A ele lhe vou continuar a pedir intercessão junto de Deus pai e que ele possa estar tão feliz como sempre o desejou. O Padre Zé Maria era simples e humilde, com muito amor pelo proximo por isso Deus o quis junto a si. Obrigada Zé Maria porque deu tanto de si em tão pouco tempo de vida. Uma estrela no céu. Tenho andado muito impressionada com a sua partida tão repentina. Que o levem os anjos ao paraíso e paz à sua alma. Para sempre Padre Zé Maria, rezarei por si, interceda por mim, agora que passamos a ser mais íntimos!!!!!
Leonor Seabra

O Padre José Maria Brito casou o meu filho em Lisboa, na Basílica da Estrela e batizou a minha neta na igreja de S. Domingos, em Viana do Castelo cidade à qual, amavelmente se deslocou para esse evento. Foram dois breves e únicos momentos de contacto que muito me tocaram e encheram a alma com as suas palavras e o seu ar sereno de homem bom.
Paz à sua alma.
Luís Filipe Marinho Reboredo

Profundamente chocada com a partida do Padre José.
Foi Ele que Baptizou a minha filha Maria, numa cerimonia muito bonita que recordamos para sempre.
Que a sua Alma descance em paz .R. I. P.🤍🤍
Luisa da Silveira e Lorena Pinto

Obrigada por através da sua vida aumentar a minha certeza que o Amor de Deus é para todos!
Obrigada por me ensinar a levar a intensidade e a quietude dos EE para a vida real.
O nosso (meu) caminho terminou repentinamente, ficando tanto por fazer e dizer mas, a paz, o sorriso, a fé e o abraço ficam comigo para sempre ☺️
Magui LMAS

Nunca me cruzei com o P. José Maria. Conhecia-o através do Ponto SJ, que acompanho, e dos media. Sem o conhecer, apreciava a sua reflexão, os seus escritos. Também porque vivo no Porto e sou um ex-noviço jesuíta, laço que se mantém.
Manuel da Conceição Marques

Um abraço ao teu Pai e ao Gonçalo
Manuel Magalhaes

R.I.P.🙏Que homenagem tão sentida, profunda e tocante. Que Deus Proteja a Sua Mãe tão sofrida e este único filho que lhe resta⭐️🙏
Maria Alexandra de Abreu

O Zé Maria (desde o inicio das nossas reuniões do FICUS, grupo de CVX em Évora, que pediu para ser tratado assim), caminhou comigo numa parte importante do meu percurso. Embora não tenha sido um percurso longo, marcou-me com a sua leveza, com a sua assertividade e com a sua alegria.
Obrigada Zé Maria! Continua a olhar por mim!
Maria Amélia Vaz da Silva

Zé Maria,
Foste Jesus neste mundo
Agora foste chamado para a Sua companhia no Céu, onde tens uma missão Eterna
Mas sinto que estás aqu!
Um abraço e até breve
Maria Cardoso de Menezes

Apareceste na minha vida aos dez anos e, como tua professora de Português no Colégio do Rosário do Porto, tive o privilégio de conhecer a criança linda e invulgar que foste, o jovem maravilhoso que dela brotou e o Homem fora de série que viveu em Cristo e para Cristo neste mundo em que viveu a sua curta vida. OBRIGADA, Zé Maria, pela Saudade e Admiração que deixaste em mim e em todos os que te conheceram. Agora estás onde pertences: no Reino de Deus, que Serviste com Entusiasmo e Amor . Reza por mim e por todos nós. Com a tua partida o Céu ficou mais rico e a Terra ficou mais pobre. Eterna Saudade da tua Amiga de sempre,Maria Carmen Lino.
Maria Carmen Lino

Conheci o P. Zé Maria desde que passei a fazer parte da CVX… Desde sempre me acolheu como um amigo de longa data, com a sua generosidade habitual…
Estive com ele no primeiro fim de semana em Palmela, onde estava com pessoas de Évora e também no dia do CAS, onde partilhou comigo a alegria de estar por lá, e eu a pena de já não o acompanhar, porque de lá regressei a Lisboa em 2016.
Quando recebi a notícia do seu internamento, foi um choque! Corri a rezar para que o Senhor não o levasse, se tal ainda fosse possível…
Mas lá no Céu precisavam de alguém urgentemente para ajudar na comunicação entre o Céu e a Sua Igreja…
Deve ter sido recebido pelo Senhor de braços bem abertos!!!
Só nos resta a nós um sentimento de grande perda para a nossa família Inaciana, mas também a certeza de que ganhámos mais um Amigo a velar por nós desde lá!
Maria da Assunção Cabral Nunes Mexia

Ainda custa a acreditar ! A partida dos que são grandes amigos é sempre difícil de aceitar .Foi um amigo que no meu sofrimento de vida sempre me ajudou com as suas mensagens para me incentivar a ter forças e muita fé.Amigos assim permanecerão sempre no nosso coração.Fui professora no colégio São João de Brito e foi aí que me cruzei muitos momentos com o Pe Zé Maria .Por tudo que ajudou muito obrigada .
maria da conceição machado costa

Impressionada com o testemunho de vida do Pe José Maria Brito (que conheci apenas brevemente) associo-me em oração a todos os seus familiares e amigos. Que esteja na paz do Senhor que guiou a sua vida.
Maria da Graça F. Frazão

O P. Zé Maria colaborou durante alguns anos (entre 2016 e 2018) na Paróquia de S. Francisco Xavier de Caparica, onde sou há muitos anos salmista e catequista. Recordo-me da sua simplicidade e alegria e gostava imenso de ouvir as suas homilias, pois anunciava Jesus com entusiasmo e alegria e sobretudo com muita paixão e sentimento, sem dúvida fruto de uma grande e profunda espiritualidade. Era também, de certa forma, um poeta das coisas de Deus, pela forma como falava delas. Dou graças a Deus por o ter conhecido e sei que agora, no céu, vai gozar em pleno da companhia de Jesus que foi, de facto, o seu grande companheiro na sua vida terrena. Os meus mais sentidos pesâmes à família e à Companhia de Jesus que perde um irmão mas que ganha um grande intercessor no Céu.
Maria da Graça Santos

Desca
Maria de Sá Peixinho

Padre Zé Maria muito obrigada, pelo que me ensinou.
Espera-me um longo caminho, para alavancar o que aprendi, aumentar e crescer, tal como a massa fermentada, para assim poder seguir o seu exemplo, de “”CHEGAR E PERMANECER EM JESUS 🙏””
No próximo encontro, espero ouvir o Padre Zé Maria dizer, “”a Céu continuou a aprender””.
Gratidão 🙏, Padre Zé Maria
Maria do Céu da Conceição Mesquita

Conheci o Padre José Maria Brito no Colégio de São João de Brito no período em que o meu filho e nora frequentavam o Colégio. Mais tarde foi o Padre Zé Maria quem batizou o meu primeiro neto.
Inesquecível a sua expressão bondosa. Paz a sua
Grande Alma.
Maria do Espírito Santo Guerreiro Silva Prada

O querido padre Zé Maria ,ao pensar nos outros,não queria que se incomodassem com ele,e com algo que o incomodava.Uma alma de eleição
Maria Fernanda Freitas do Amaral lobo machado de Fezas Vital

Quero agradecer a tua passagem pela minha vida. Fomos colegas na Fac. Fil.. Tínhamos conversas muito úteis nos intervalos das nossas aulas. Na minha memória ficam momentos muito interessantes e de muito crescimento espiritual. Fiquei muito revoltada com o teu desaparecimento súbito pois ainda tínhas tanto para dar. Enfim…..
Os meus maiores sentimentos à família, à comunidade jesuíta e todos os que privaram com o nosso Zé Maria nos últimos anos.
Um beijinho com muitas saudades para ti onde quer que estejas.
Maria Francisca Martins

Sentidos Pêsames
Maria Iolanda Marques Ferreira de Bragança

Estive várias vezes com o Padre José Maria nesta paróquia e em alguns eventos religiosos em Almada! Excelente pessoa e muito especial. Paz à sua alma! Sentimentos à família e amig@s
Maria Leonor Silva

Conheci o P. Zé Maria ainda miúdo e conheço também grande parte da sua família. Não tive grande contato com ele como Jesuíta mas segui sempre de perto a sua ação sobretudo depois do início do Ponto SJ. Foi muito duro a sua partida mas sabemos que goza já da presença e companhia de Deus. Paz à sua alma.
Maria Luísa Coelho de Pinho

Com emoção recordo o Padre Zé Maria SJ ainda menino no CREU onde a minha filha Carla também participava nos anos de 1994 a 1998.Descanse na Luz e na Paz de Deus!
Maria Manuela Antunes Galvão de Almeida

Fiquei chocada.Adoro os textos da sua autoria. Que descanse em paz.
Marilia Batista

Agora sim, és feliz, apesar de sentirmos a tua falta. Descansa em paz e reza por nós.
Matilde Parente

Obrigada Zé Maria, pela tua passagem na minha vida. Devias ter 13 anos e eu fui animadora no teu 1º “”Campo de descoberta”” (assim eram chamados os Campos da Paróquia de Cristo-Rei).
No final do Campo todos ansiavam por se encontrar e apareciam em minha casa. Estavam já em férias mas os pais deles não estavam. Tivemos que inventar atividades. Surgiram então grupos que replicavam e improvisavam o que tinham aprendido no campo: jornal de pós-campo, jogos, culinária e oração.
Eram 6 adolescentes, Filipe, Bernardo, Nuno, Mafalda,…, e tu, Zé Maria vinhas muitas vezes. Era às quartas feiras ao fim da tarde e manteve-se durante 11 anos. Fui seguindo a tua vocação e convidaste-me para a missa nova (não posso esquecer a “”ação de graças”” da tua mãe nessa celebração). E fui seguindo o apóstolo jornalista nos artigos com a tua mãe e não só. E agora a notícia da tua partida para o PAI. Como é possível? Concordo com o teu irmão. E eu ainda por cá (com 93 anos). Não tem explicação. Não dá para entender.
Pede a Deus pela tua tia Mixú.
Mixú Aguiar

Binito testemunho de vida. Obrigada
Nazare Jardim

Agora é o tempo do choro. Mas vivo-o com a esperança de que em breve poderei cantar a tua vida. Em breve, esta dor será chão de uma dança de ação de graças. Até já, Zé Maria.
Nelson Faria SJ

Caro Zé Maria
Fiquei perturbado com a tua partida, pré-anunciada esta manhã [22 de abril]. Estava no autocarro a passar ao lado da Chiesa del Gesù, em Roma. E essa circunstância provocou a oração, feita mais daqueles “gemidos” – de que S. Paulo fala no capítulo 8 da Carta aos Romanos – do que palavras encadeadas logicamente ou fórmulas consolidadas da nossa tradição. Como? Porquê? Para quê? Que comunicação é ainda possível? Que salvação pedir para ti? Aí estou, perturbado, confiando nesse fio de vida que nos liga, nos ata, nos liberta.
O final desse dia veio com a confirmação da tua partida para a casa do Pai. “Não me detenhas – diz Jesus a Maria Madalena – Subo para o meu Pai, que é vosso Pai, para o meu Deus, que é vosso Deus”. E acredito profundamente que aí estás. Que aí estamos. Ligados, amados, de um modo que agora tu melhor experimentas e compreendes!
Este lugar de comunicação – o grupo Mundial [grupo informal de amigos de várias pertenças eclesiais] – foi bela promessa do que agora vês claramente visto! Sem hierarquias nem formalidades, à volta da mesa e da vida. Partilhando o pão – e água e o vinho – as histórias, os dramas, as cegueiras, as anedotas e as procuras que nos habitam como membros de um povo de peregrinos. Abrimo-nos a buscar juntos, a encontrar outros olhares, outros rostos, a “nesga de sol entre duas nuvens” que nos abrisse, pessoal e comunitariamente, a um futuro que cumprisse com a profecia do Evangelho!
Foi um pequeno “naco” da tua e nossas vidas tecidas de tantos outros encontros e histórias. Mas humanamente belo e eclesialmente significativo!
Não podendo compreender a tua partida – a meus olhas tão precoce, não podendo estar com outros a velar o teu corpo, deste lugar onde se vê apenas “como num espelho”, junto palavras para te dizer obrigado! Até ao dia do nosso reencontro!
P. Luís Marinho

O tempo passou rápido demais… Somos (fomos) da mesma geração. Conheci o Zé Maria dos tempos de “solteiro”, noPorto dos anos 90. Agregador, mobilizador, naquele grupo de amigos que quis ser algo mais, fundando a “Associação de Jovens Independentes”. Saudade… Demos graças a Deus pela sua vida e por tudo o que de bom deixou à sua volta.
Pedro Valle

Como dizia o seu “tio” e companheiro Padre Alberto Brito, um eterno irrequieto. E foi esta característica que o levou a ser quem foi. Que continue no céu todo o trabalho iniciado na terra. Vai-se no que dizia e escreveu que estava preparado e disponível para ir servir o Pai mais de perto! Um enorme privilégio te-lo nas nossas vidas!! Até já querido Zé Maria
Rosarinho

Conheci o Zé Maria quando, como colega do meu filho no colégio N. Sra Rosário, tinha três anos de idade.
Até hoje, foi e continuará a ser uma referência e uma presença na nossa família.
Obrigado Zé Maria
Rui Chaves

Não conheci durante muito tempo o Padre José Maria Brito s.j., mas para mim ficou a sua capacidade de intercompreensão, que decerto só a sua espiritualidade tornava logo tão densa, e sensibilizou-me a sua compreensão para um sofrimento meu interior que, espontaneamente, lhe expus. Agora, que está onde pode pedir por nós, fica alegria e saudade.
Silvério Rocha Cunha

Meu querido Zé Maria, lembro-me tão bem deste dia. A tua Missa Nova. O amor, a paz e tranquilidade com que disseste cada palavra. A felicidade estampada na tua cara de quem tinha encontrado o seu caminho. Foi lindo e emocionante. Dei por mim a chorar e a sorri de emoção
Obrigada querido amigo pelo legado que deixas. Por nos ensinares tanto. Por marcares a diferença. Por te teres cruzado no meu caminho, e deixado que eu fizesse parte do teu.
Vou-me lembrar sempre de ti e desse amor que tinhas pela vida dos outros. Que estejamos todos à altura de aplicar esse ensinamento que nos deixas.
Descansa em paz, querido amigo.
Sei que estás perto do Senhor, que te recebeu de braços abertos.
Um beijo enorme e até um dia. 🤍
Sofia Seabra

Com um abraço fraterno, de muita estima e gratidão, pelo enorme entusiasmo com que viveu connosco (Instituto Europeu de Ciências da Cultura Pe. Manuel Antunes) a celebração do Centenário de Nascimento do Pe. Manuel Antunes, sj, em 2018 – estava então o Ponto SJ também no seu primeiro ano de vida. Bem-haja, Pe. Zé Maria.
Susana Mourato Alves-Jesus

Estou sem palavras… Recordo sempre com muita gratidão a Amizade do Zé Maria nos tempos do Colégio do Rosário. Na altura eu achava que ele tinha uma luz diferente das outras pessoas e depois mais tarde percebi que era a luz de Deus que já estava com ele. A mesma luz que o acolhe agora e oxalá ilumine os nossos caminhos que ficaram infinitamente mais tristes sem o Zé Maria. Que descanse em paz, junto de Deus Pai, e junto do irmão Gonçalo.
Susana Restier Poças

Conheci o Padre Zé Maria quando, numa fase de sofrimento, entrei numa Igreja para rezar e perguntei se podia confessar-me. Fiquei impressionada com o seu acolhimento, com a atenção com que me escutou e com a sua disponibilidade. Obrigada, pelo seu exemplo de entrega e serviço onde cabiam todos!
Susana santos

A vida foge – nos sem quase nis darmos conta. A vida é um sopro…
Com a partida do Pe. José Maria a Igreja e a Companhia de Jesus ficou mais ‘pobre’; mas o Céu brilha agora mais 🙏🙏🙏
Sentidos pêsames a toda a família do Pe. José Maria e a toda a Companhia de Jesus.
Pe. José Maria, aí no Céu junto de Deus, reze por todos nós… 🙏🙏🙏
Paz à sua alma!
Teresa Lourenço

Conheci o Pe. José Maria quando o Papa Francisco veio a Fátima e tanto ele como eu e outros colegas fizemos parte do painel de convidados da SIC para acompanhar e comentar o evento. Fiquei impressionada com o Pe. José Maria, com a sua lucidez e boa disposição, a abertura à esperança e a empatia, diria mesmo o seu espírito fraterno. Está no Céu, certamente!
Teresa Toldy

Querido Zé Maria
Está msg e’ só para ti – vou ter muitas saudades da tua guia, dos teus conselhos e da tua amizade de mais de quase 30 anos.
Sempre estiveste lá e vais continuar a estar naqueles momentos – obrigado por tudo
Relembro muitos dos nossos momentos incluindo uma homilia tua – das tuas primeiras: “De qué le sirve a un hombre ganar el mundo entero si pierde su propia alma””
https://youtu.be/NjcXN9SDau8?si=pGC6CRX9pWgsrllA
Abraço com lágrimas e saudade, muita,
Tiago Moraes Sarmento

Tive a oportunidade de ouvir Pé José Maria , numa formação de catequistas onde falava sobre o livro que escreveu com sua mãe”” crescer com Jesus”” e falou em alguns aspetos do livro que ajudam não só as catequistas ,mas também os pais na educação cristã. E tocou.me uma parte que disse que as crianças entre 6-8 em pequenas tem vontade ou são inspiradas para fazer coisas, que depois em mais tarde já não querem porque se dispersam com tanta coisa. Aconteceu isso com o meu filho em pequeno pediu.me para ser acólito, eu porque achei que era pequeno demais e não o iam aceitar ou porque iria ser uma prisão . E mais tarde percebo que iria ser óptimo para ele estar mais perto de Jesus falei no assunto e ele disse que já não queria tinha vergonha. Comprei o livro na formação e no final fui pedir uma dedicatória ao pé José Maria , e falei nessa parte que errei como mãe e ele disse-me:- Agora já sabe , daqui para a frente o que tem de fazer.
Partilho esta lembrança porque gostei muito do testemunho de fé e de alegria do pé José Maria.
Vera Ribeiro

Tive a felicidade de conhecer o Padre José Maria Brito, numa longa conversa que tivemos para o Ponto SJ. Conheci-o o suficiente para ter consciência do significado da sua enorme perda. O seu exemplo incita-nos a viver com gratidão pela dádiva misteriosa da existência e com respeito pela oportunidade de fazer alguma diferença para melhor no mundo que todos partilhamos, através das nossas escolhas e ações.
Viriato Soromenho-Marques

{

Abnegar-se é também não permitir à dor que tenha a última palavra.

– P. José Maria Brito, sj