Um homem de profunda união com Deus, de um olhar puro e um profundo amor evangélico pelos pobres. Foram estas as três características do Padre Cruz sublinhadas pelo provincial dos jesuítas na homilia da missa que assinalou os 70 anos do falecimento do jesuíta. A celebração aconteceu esta segunda-feira no cemitério de Benfica, em Lisboa, e contou com muitos devotos do Padre Cruz que puderam também rezar no jazigo onde se encontra sepultado.
“Era um homem profundamente ligado ao Senhor, no sentido de pertença, como uma criança que está bem no colo de seu pai”, afirmou o P. José Frazão Correia, sj, que presidiu à eucaristia. “Também a nós nos cabe cultivar a união com o Senhor, o olhar puro e o desejo de ir ao encontro de quem precisa”, acrescentou.
O provincial dos Jesuítas lembrou ainda que o dia 1 de outubro, que assinala a morte do Padre Cruz, é também o dia da memória litúrgica de Santa Teresinha do Menino Jesus. E sublinhou o traço comum entre as duas figuras, um idoso e uma jovem que viveu apenas até aos 24 anos. “Ambos viveram uma infância espiritual, que nada tem a ver com infantilidade, ou não ter o seu juízo, mas de saber ficar com o essencial. Tinha a consciência de que a vocação é o amor nesse coração cabe o mundo todo”, disse ainda o P. José Frazão Correia, sj.
Antes da celebração da missa e no final, bem como ao longo de todo o dia, foram muitos os que passaram pelo jazigo do Padre Cruz, em Benfica, para lhe dirigir as suas orações e preces.
O processo de beatificação deste padre que entrou na Companhia de Jesus já no final da sua vida encontra-se em curso. Foi iniciado em Lisboa três anos após a sua morte e entregue na Santa Sé, em Roma, em 1965. Seis anos mais tarde, deu-se a aprovação do seus escritos. Atualmente o processo de beatificação tem como vice-postulador o P. Dário Pedroso, jesuíta, e em breve será reformulada a comissão histórica responsável pelo estudo e fundamento do processo.
Mais informações podem ser consultadas no site da causa do Padre Cruz.
Fotografias: Patriarcado de Lisboa