Indiferença que mata
A indiferença é a primeira barreira a derrubar nos processos de aprendizagem em que nos envolvemos. Diria eu, pela minha experiência, a principal barreira.
A indiferença é a primeira barreira a derrubar nos processos de aprendizagem em que nos envolvemos. Diria eu, pela minha experiência, a principal barreira.
Cultivemos a curiosidade geradora, não cedendo à tentação de a ignorar ou de a tratar como infantilidade para a qual já não temos tempo; acima de tudo, abracemos a humildade, essencial para nos abrirmos às aprendizagens que nos transformam.
Só a partir da nossa capacidade de conseguirmos ler e aprender com aquilo que de novo e menos novo este tempo nos traz, é que conseguiremos encontrar força a partir da nossa fragilidade. E aí os processos educativos podem ser decisivos.
E se com alguns jovens acontecer aquilo que sucedeu com a minha filha, ao ir ouvindo as crónicas de “O Fio da Meada”, e descobrirem que, afinal, esta coisa de escutar, ler, pensar é uma coisa que lhes interessa e de que até gostam?
No contexto de injustiça estrutural, uma educação que se pretenda transformadora tem de passar pela aprendizagem da desobediência – daquela que confronta a injustiça e a hipocrisia e assim se revela construtora de novas possibilidades.
Esta conversa familiar voltou-me a lembrar um pensamento que tem vindo a ganhar força com o tempo: educamos tanto para o acessório e tão pouco para o essencial.
Acontece que é neste cenário de recomeço, no confronto com velhas e novas lutas exteriores e interiores que se joga realmente a nossa felicidade e a capacidade que temos (ou não) de contribuir para a felicidade dos outros.
Como é que as crianças e jovens interpretarão este mercado de compra e venda de pessoas? Como é que o integrarão nas suas mundivisões, no seu quadro (em construção) de valores e princípios, nas suas atitudes e ações?
Entendendo a democracia como a proposta de uma forma outra de convivência, ela só é efetiva se acontecer em todos os setores/relações e se for algo vivido e experienciado no dia-a-dia das pessoas.
Uma das maiores virtudes da educação é ajudar as pessoas a tomar consciência da realidade, da importância do seu papel e das suas consequências. Para que se possa dizer “é preciso mudar, mas assim tenho a certeza que não!”