O Padre Cruz – jesuíta português do século XX cujo processo de canonização está a decorrer no Vaticano – será um dos humanistas que inspira a exposição “Humanitatis Europae”, que abre as portas ao público, amanhã, dia 3 de julho, no Museu da Marinha, em Lisboa. A iniciativa resulta de uma parceria entre o Náutico Clube Boa Esperança e a Academia do Conhecimento da Fundação Calouste Gulbenkian e propõe um novo olhar sobre os caminhos da inclusão através do desporto, ao expor dezenas de caiaques de madeira construídos com materiais reciclados por crianças portadoras de deficiência. A cada uma destas canoas corresponde um humanista, o que simultaneamente homenageia e dá a conhecer figuras de relevo dos diferentes países do espaço europeu.
Entre os 25 humanistas que integram a exposição está o Padre Cruz, escolhido pela Nunciatura Apostólica, como o humanista a representar o Vaticano. O P. Francisco Rodrigues da Cruz nasceu em 1859, em Alcochete, e foi jesuíta no final da vida. Formou-se em teologia na Universidade de Coimbra em 1880, e ordenou-se sacerdote em 1882. Desde 1880 que desejou entrar na Companhia de Jesus vendo várias vezes indeferido o seu pedido devido à falta de saúde. Conseguiu em 1940, de Pio XII, licença para fazer os votos dispensando de noviciado. Pronunciou-os no Seminário da Costa, em Guimarães, a 3 de dezembro de 1940, festa de S. Francisco Xavier de quem era muito devoto.
Faleceu aos 89 anos de idade, em 1 de outubro de 1948, depois de uma longa vida, de total desapego de bens materiais, em que exerceu intenso apostolado a favor dos mais frágeis e desamparados, dos pobres, dos presos, tornou-se exemplo vivo e reconhecido de intenso amor a Deus e ao próximo. O seu processo de canonização encontra-se neste momento em Roma.
Esta exposição conta com o Alto Patrocínio do Presidente da República, tem entrada livre e está patente na Sala das Galeotas até ao dia 18 de julho.