O CREU como um meio

O testemunho de uma animadora do centro universitário dos jesuítas no Porto em tempos de confinamento.

Frequento o CREU há menos de um décimo da sua existência, contudo nestes dois anos, vi sempre o CREU como um meio. Um meio para, por gestos, ser Deus nas vidas dos outros, e um meio para a chegar a Deus.

E, ironicamente, o CREU está mesmo no meio, ao lado da rotunda da Boavista. Está no meio da cidade, entre a Ribeira, a Foz e o Polo Universitário.

Senti desde cedo que não era um Centro estático! Ainda que com raízes muito profundas, vejo-o muitas vezes como um Centro que se descola e caminha em direção às pessoas. E quem o quer habitar caminha em direção ao CREU. O encontro com o CREU dá-se entre estes dois movimentos!

Nesta medida, o CREU é, e foi, sempre meio, um abrigo a meio caminho de casa, para estudantes, jovens profissionais e adultos, e é aqui que os Jovens Universitários do Porto, e tantos outros, se sentem meios de Deus no Porto.

Nestes tempos de pandemia e confinamento, o CREU tem que fazer o caminho inteiro. Tem que se certificar que chega a cada uma das casas através do menor número de clicks possível. Isto dá trabalho, apesar de ser a segunda vez que o fazemos! Hoje sabemos as estratégias mais corretas para o fazer, mas fazer este caminho dá tanto ou mais trabalho do que tínhamos há um ano, no início da pandemia. No entanto, a criação de caminhos digitais para ir buscar os habitantes do CREU presos em casa enche-nos de sentido de missão!

Já não é tão simples como antes, agora temos que ir buscar as pessoas a casa, fazer o caminho por elas, ser carro, metro e autocarro. O CREU agora é também um meio de transporte.

 

Joana Carvalho