Durante o fim de semana de 5 e 6 de abril, o antigo Colégio da Imaculada Conceição, em Cernache, acolheu um encontro nacional que reuniu participantes de várias gerações ligados ao Movimento dos Campinácios, os acampamentos de férias dos colégios da Companhia de Jesus em Portugal. O momento marcou a celebração dos 35 anos deste projeto pastoral que tem moldado a vida de muitos jovens ao longo das últimas décadas.
O encontro foi uma verdadeira festa de reencontro e memória viva: alunos atuais, antigos animadores, fundadores e famílias juntaram-se para agradecer uma história que continua a dar frutos. Para muitos, foi também a oportunidade de revisitar o lugar onde tudo começou e perceber que o espírito dos Campinácios continua bem vivo — marcado por uma alegria simples, um ritmo mais leve e o desejo de aprofundar a relação com Deus, com os outros e com a criação.
Ao longo destes 35 anos, permanece uma intuição fundamental: o tempo vivido fora da rotina, com simplicidade e profundidade, tem um poder transformador. Montar uma tenda no meio do nada é mais do que um gesto logístico — é abrir espaço para o essencial, onde se torna possível escutar melhor a vida, os outros e Deus.
Com atividades para alunos do 5.º ao 12.º ano dos colégios S. João de Brito (Lisboa) e das Caldinhas (Santo Tirso), os Campinácios são dinamizados por voluntários — quase sempre antigos alunos — que assumem o papel de animadores. Estes campos são mais do que férias: são experiências de vida partilhada, crescimento pessoal e descoberta da fé.”, quando dizem que os animadores são quase sempore antigos alunos, na verdade os nossos animaodres são sempre antigos alunos, é um dos critérios para ser animador de Campinácios, ser antigo aluno de um dos colégios jesuítas de Portugal.
Além das atividades de verão, os Campinácios mantêm ao longo do ano um conjunto de encontros e iniciativas que ajudam a alimentar a chama do movimento e a fortalecer laços. Durante este fim de semana comemorativo, não faltaram jogos, tempos de oração, missa, partilhas e momentos de convívio informal. As inscrições para os campos de 2025 abriram oficialmente no domingo, com grande entusiasmo por parte dos participantes.
O aniversário de 35 anos foi um tempo de gratidão e de renovação do compromisso. Se há algo que os Campinácios ensinam é que vale a pena parar para estar, rezar, brincar e viver em comunidade.
Aqui ficam alguns testemunhos dos participantes:
“Na sexta-feira quando cheguei ao CAIC, estava muito curiosa, porque não sabia como seria o meu primeiro fim-de-semana de Campinácios. Não sabia o hino, não sabia os pilares, não sabia nada! Mas ao longo do fim-de-semana, com todos os jogos, “boas noites” e na companhia dos meus amigos do dia a dia, fui descobrindo todas estas coisas e muito mais. Descobri que, como triciclo, devemos aceitar a diferença e fazer novos amigos sem os julgar. Gostei muito desta experiência de Campinácios e gostava muito de repetir!” – Kinha Cunha Ferreira, Triciclo, aluna Colégio São João de Brito
“Celebrar 35 anos, seja do que for, é sempre uma alegria enorme. Mas celebrar 35 anos de um movimento que tanto me deu, e tendo em conta que nem eu, já considerado um “dinossauro” dos Campinácios, tenho esses anos de vida, torna tudo ainda mais especial. E este ano conseguiram que fosse realmente especial. A ideia de reunir várias gerações, convidando todos os que, de alguma forma, foram tocados pelos Campinácios, permitiu reencontros há muito adiados, partilhas de histórias dos primeiros tempos e a descoberta dos rostos por trás de músicas, aplausos e tradições que ainda hoje ecoam em qualquer campo. Na verdade para mim, para o Tiago Bahia e para o João Monteiro este encontro começou há uns meses quando fomos desafiados a compor um novo hino para os Campinácios. Depois de muitas tardes entre letras, acordes, gravações e edições, ouvir mais de 800 pessoas a cantar o novo hino a plenos pulmões, tornou tudo ainda mais emocionante e é mais um momento nos Campinácios que guardo no meu coração!” – João Miguel Rodrigues, Calhambeque, antigo aluno Colégio das Caldinhas
“Desde a sua génese sonhou-se que este fosse um encontro que abraçasse todos aqueles que, em 35 anos, ficaram com o coração tocado pelos Campinácios e foi um grande gosto ver que foi exatamente isso que aconteceu. Este foi um fim de semana marcado por uma grande alegria que foi transversal a todas as gerações, desde os rodinhas mais novos, ainda a descobrir os Campinácios, até aos dinossauros mais jurássicos, que já deram tanto ao movimento! Agora o grande objetivo é carregar este espírito inflamado para os campos de verão e marcar a vida de todos aqueles que se propõe a participar nesta aventura que são os Campinácios.” – Guilherme Balhau, Trator, antigo aluno CAIC
Fotografia: Lourenço Barjona, Isabel Ferraz e Maria do Carmo Ribeiro.
