Isabel Allegro de Magalhães nasceu na Foz Velha (Porto) em meados do século passado, numa família vividamente católica. Estudou Filologia Germânica em Lisboa e em Coimbra. Fez parte da pré-JECF (Juventude Escolar Católica Feminina), da Conferência de S. Vicente de Paula, da JECF, e foi dirigente da JUCF (Juventude Universitária Católica Feminina). Na faculdade, conheceu o Movimento Graal, que se tornou uma opção de vida. Depois de fazer estudos de Teologia em Salamanca, lecionou Religião e Moral num liceu em Portugal, antes de assumir, durante dois anos, um Leitorado na Universidade Nacional Autónoma do México. Na sequência da Revolução de Abril (1974), fez parte das ‘equipas móveis’ que tentaram conscientizar as populações rurais sobre o compromisso cristão à luz do novo contexto político. Prosseguiu estudos nos Estados Unidos da América, onde concluiu o doutoramento. Desenvolveu a sua carreira académica na Universidade Nova de Lisboa, tornando-se Professora Catedrática de Literatura Comparada. O percurso de vida acentuou a leitura do Evangelho como desafio radical à consciência crítica e a ações político-culturais transformadoras. Tornou-se inequivocamente de esquerda: uma esquerda sem nome e sem pertença, mas de justiça, fraternidade, aberta a todos a nível do Planeta. A matriz essencial do seu desejo assenta hoje numa procura de articular fé-arte-política-cultura.