Ler e escrever são verbos irregulares?*
De forma sintética, se as crianças não forem ensinadas, e não aprenderem a ler e a escrever proficientemente, não saberão dar nome às coisas nem saberão compreender-se a si próprias e ao que vivem.
De forma sintética, se as crianças não forem ensinadas, e não aprenderem a ler e a escrever proficientemente, não saberão dar nome às coisas nem saberão compreender-se a si próprias e ao que vivem.
Em reduzido número, estavam aqueles que se entregavam ao exercício proposto com desejo de voltar a saborear pelo menos os dias melhores, por impossibilidade de os passar todos ao papel.
Uma esperança entranhável, porque encarnada não numa possibilidade teórica ou utópica, mas no real que se vive no nosso país e na nossa cidade: uma experiência de fraternidade tão perfeita quanto a desejarmos criar.
Raramente consta destes planos – feitos pelos pais ou pelos filhos – estar aborrecido e não ter nada para fazer. Fugimos disso, programando, agendando, ocupando.
O imperativo da mudança não pode vir de fora, impulsionado pela indignação de outros – indivíduos ou instituições, notáveis ou políticos –, forçado pela comunicação social ou imposto pela gestão da opinião pública.
Não tenho uma boa resposta para isto, para o que fazer de diferente. Mas sei que não pode a distância física ou a distância dos grandes números servir de conforto para me conciliar com falhas que têm impacto na vida de pessoas concretas.
Há ainda uma outra dimensão que me parece fundamental e que, surpreendentemente, vejo pouco projetada na consciência e na construção deste desígnio comum: o papel dos pais.
Há menos 600 mil alunos em cinquenta anos. Posso assim centrar-me apenas na Educação, partindo desta inegável evidência de que há cada vez menos alunos para ensinar.
A escola não está a anular as desigualdades de partida e, em alguns casos, está até a permitir que aumente o fosso entre alunos – presente e futuro – desperdiçando as vidas de muitos Carlos.
Celebram-se, este domingo, 75 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz pelo exército vermelho. Ana Rita Bessa deixa-nos o seu testemunho: Um grito absorveu o som. O espaço absorveu a dor.