Os Magos caminham para Belém

Onde está ‒ preguntaram eles ‒ o rei dos judeus que acaba de nascer? Nós vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lO». 

Os Magos caminham para Belém, mas, depois, voltam para as suas terras. Poderiam ter ficado em Jerusalém e aí adorar o verdadeiro Deus, mas estes sábios perceberam que já não é somente em Jerusalém que se adora Deus, mas o verdadeiro Deus adora-se em cada homem, em cada mulher, em cada lugar, em cada um de nós. Deus presente, em Cristo e por Cristo, enche o Universo.

Não podemos, pois, ficar a meio caminho, mas olhar sempre para diante. Num tempo de descristianização e de afastamento de muitos que desanimam de buscar a Luz e de se deixarem iluminar por ela, temos obrigação de acompanhar todos aqueles e aquelas que, como os Magos, partem para o futuro, sem saberem muito bem onde a estrela os conduz. Ir por diante, sem desencorajar-se, é o sentido da festa da Epifania que estamos a celebrar. É também aquilo que nos devemos desejar uns aos outros para este novo ano. Esta festa dos Magos diz-nos que onde quer que vamos ou estejamos, Cristo já está presente. Os homens de todas as raças e de todas as culturas são trabalhados secretamente pela luz de Cristo. Mas todos necessitamos da revelação feita a Israel e os Magos não esqueceram isso. Com a luz que já estava neles, foram a Jerusalém perguntar pelo Menino e foram os judeus que lhes disseram onde devia nascer: em Belém de Judá.

O Verbo está em toda a existência. E Ele vem a nós através do povo judeu, através deste homem e desta mulher em particular, através do povo que contempla o Invisível, através dos astros como aconteceu com os Magos.

P. José Augusto Sousa, sj