Dia a dia, hora a hora, Pedro foi-se deixando tocar, pelo modo de ser e de estar de Jesus. Foi interiorizando o Seu modo de olhar, de ver e de pensar as coisas, especialmente o Seu modo de as fazer. Hoje, tudo isso brota nas delicadas palavras de Pedro.

O amor, que somos chamados a ter uns para com os outros, não é um amor qualquer. É um amor que vai até ao fim, que vai até à entrega de si mesmo, que é fiel à sua mais original vocação.

É por esta vida, do Bom Pastor, que nós somos curados. Nas Suas feridas, a cura para as nossas. É isto que significa dar a vida. É isto que significa ser salvo. Ele pega na Sua vida, dispõe dela, e depõe-na em nosso favor, por nosso amor. Tudo é graça, tudo é dom.

Esta vida nova é tornada possível pela Paz que o Ressuscitado nos traz, pelo perdão que a todos propõe, como caminho de futuro. O passado pesa, mas o Ressuscitado não nos sobrecarrega com ele.

Somos convidados, à imagem e semelhança de Pedro, a um exercício de memória, de reconhecimento. Da frente para trás, de hoje para ontem, a refazer a viagem da vida, repassando, no nosso coração, todos os momentos onde reconhecemos o Senhor, na nossa vida.