“Belém: o nome significa casa do pão. Hoje, nesta ‘casa’, o Senhor marca encontro com a humanidade. Sabe que precisamos de alimento para viver. Mas sabe também que os alimentos do mundo não saciam o coração”, disse o Papa na homilia da Missa, na Basílica de São Pedro.
O Papa Francisco referiu que o “homem tornou-se ávido e voraz” e, para muitos, “o sentido da vida parece ser possuir, estar cheio de coisas”.
“Uma ganância insaciável atravessa a história humana, chegando ao paradoxo de hoje em que alguns se banqueteiam lautamente enquanto muitos não têm pão para viver”, afirmou.
“Belém é o ponto de viragem no curso da história. Lá Deus, na casa do pão, nasce numa manjedoura; como se quisesse dizer-nos: Estou aqui ao vosso dispor, como vosso alimento”, sublinhou.
O Papa disse que Deus se faz pequeno para ser a alimento e “romper a espiral da avidez e da ganância”.
“Diante da manjedoura, compreendemos que não são os bens que alimentam a vida, mas o amor; não a voracidade, mas a caridade; não a abundância ostentada, mas a simplicidade que devemos preservar”, sustentou o Papa.
“No Natal, recebemos Jesus, Pão do céu na terra: trata-se de um alimento cuja validade é ilimitada, fazendo-nos saborear já agora a vida eterna”, acrescentou.
O Papa referiu-se também aos pastores, a quem é dirigida a frase “não temais” e que “acolhem Jesus”.
“O Filho de David nasceu no meio dos pastores, para nos dizer que doravante ninguém estará sozinho; temos um Pastor que vence os nossos medos e nos ama a todos, sem exceção”.
“Os pastores de Belém mostram-nos também como ir ao encontro do Senhor.Velam durante a noite: não dormem, mas fazem aquilo que Jesus nos pedirá várias vezes:vigiar”, afirmou Francisco na homilia da Missa da Noite de Natal.
“‘Vamos a Belém…’: assim disseram e fizeram os pastores. Também nós, Senhor, queremos vir a Belém. O caminho, ainda hoje, é difícil: é preciso superar os cumes do egoísmo, evitar escorregar nos precipícios da mundanidade e do consumismo”, indicou Francisco.
Missa da Noite de Natal (Ecclesia)