Através dos testemunhos do Padre José Frazão, sj, da Clara Pires de Lima e do Paulo Cardoso, que nos encheram o coração, foi tempo de darmos palavra à vida! Como nos diz o Padre José Frazão, “dando palavra à vida, poderemos chegar a entrever, a ver entre as linhas, com as suas curvas, os seus nós, as suas quebras, o fio de ouro da graça”. E que bom é dar graças por este Deus Misericordioso que nos acolhe sempre de braços abertos!
“O serão de quinta-feira, acerca da reconciliação, ajudou-me a refletir acerca da minha caminhada de fé. Ao ouvir as três inspiradoras intervenções tive a oportunidade de analisar aquilo que me impulsiona à confissão e porque razão a reconciliação é tão importante e ultrapassa a rotina, a prática estéril de “elencar pecados”.
O que mais me tocou foi a dimensão espiritual e empírica que os três convidados trouxeram para a sessão, sublinhando que o sacramento da reconciliação não se circunscreve à observância de leis e prescrições, antes levando aquele que se abeira do sacerdote a trazer memórias e a imprimir cores e rostos à sua partilha, na confissão.
O belo discurso do P. José Frazão não se ficou em metáforas, mas foi enriquecido com pormenores próprios da existência humana, como a pequenez, a finitude, a tibieza e a confusão. O sacerdote fez referência ao encontro de Jesus, com muitas pessoas pecadoras e, através de jogos de palavras dicotómicos, apelou à nossa fidelidade à oração e ao Senhor. Todos temos a necessidade de nos encontrarmos com Ele, para nos curar.
Também a Clara e o Paulo salientaram a premência de olharmos mais além dos nossos “pecados”, de atendermos ao positivo, aos lados bons que por vezes não vemos porque estamos enredados, isto é, presos ao pecado e ao que nos fere na relação connosco, com Deus e com os outros.
Do encontro fica a imagem de Deus que, vendo o filho à distância, “encheu-se de compaixão e correu a lançar-se-lhe ao pescoço cobrindo-o de beijos.””.
Cidália Teixeira, Equipa de Serviço da CVX Braga
“Esta quaresma tive a oportunidade de acompanhar a iniciativa da equipa da CVX Porto nesta Formação e Reconciliação, e desde já agradeço aos que a organizaram pela luz que trouxe, não só a mim, mas a muitos que participaram.
Sei que cada vida é única e os caminhos percorridos, diversos e variados. A orientação da igreja é preciosa e necessária pois dá, não só os sacramentos, os meios para a reconciliação com Deus, mas também as referências para o caminho.
Fiquei muito contente por ver explicado o sacramento da penitência, enquadrado com o sacramento da reconciliação, no período da quaresma. As suas raízes, encontram-se na tradição da igreja, mas não têm sido expostas nos termos em que foram. Fiquei com a sensação de que precisamos de mais pedagogos, mais psicólogos mais filósofos que nos possam encaminhar para o importante.
A (re) descoberta individual, a clarificação dos percursos é essencial para o acolhimento do Senhor. É bom ter alguém que a partir dessas realidades humanas nos enquadre no Seu conhecimento interno e que o faça com uma nova linguagem, mais contemporânea.
Este momento extraordinário, pode também ser um tempo de encontro, um momento propício. Identificar feridas faz parte do processo, isso ficou claro e é preciso partilha-las para que clarificadas, nos possam desenredar no caminho da vida.
Pega na tua cruz e segue-Me pode significar a aceitação total de nós mesmos no que temos de alegria e de sofrimento, no que temos de luz e de sombra.”
Luís Aires, animador do grupo VIVE
“Para mim, uma principiante no seu 2º ano de CVX_U, tem ficado destes testemunhos o desejo de, daqui a 10 anos, continuar com o mesmo grupo de CVX que tenho hoje, mais velhos, já a trabalhar, com filhos quem sabe…!
De facto, sinto-me grandemente inspirada pela vivência que as gerações acima fazem desta comunidade, até pela forma como se sente a ligação entre os membros de vários grupos, apenas por esta espiritualidade comum, em que Deus basta como ponte.
Sobre a noite de Reconciliação, dizer que guardo a ideia “do pecado como ferida que faz de nós frágeis, e não como mancha que nos persegue”, frase dita pelo Pe José Frazão, a ideia de inserir a confissão na nossa vida como prática de rotina, em que os “pecados de sempre” devem ser na mesma objeto deste sacramento.
Saí da reunião a pensar que como diz a Madre Teresa “Deus está à tua porta e chama. Já estava à tua espera”, por isso parte de nós esta consciência de nos predispormos a encontrarmo-nos com Ele e renovarmos a nossa história com Ele de cada vez que nos confessamos. ”
Madalena Pinheiro, membro grupo CVX_U Porto