Mais uma vez, uma noite inesquecível, apesar do tempestade que se fazia sentir e que dificultou as ligações. Por isso começamos com as nossas queridas convidadas, a Francisca Vasconcelos do grupo Nicodemos e a Leonor Corrêa de Sá do grupo Clô.
Um momento pungente, em que cada uma partilhou a sua relação mais íntima com Deus Pai, através da sua oração de todos os dias.
Partilhamos aqui um excerto do testemunho da Leonor:
“Quisera eu, Senhor encontrar as palavras certas para exprimir a oração. Aquilo que é mais profundo e íntimo, a corrente que brota e me prende à Vida que É em Ti. A oração – consoladora e surpreendente ou mesmo quando, aparentemente, seca e estéril – é um diálogo vital para a minha existência. E a CVX ajuda-me muito a compreender a profundidade desta dinâmica na vida.
Quando era pequena, havia uma coleção bastante engraçada cujo tema era “AMOR É… “ Seguramente, poderíamos fazer também uma série sobre a “ORAÇÃO É…”, ou até resumir num único cromo “ORAÇÃO É AMOR”. Curiosamente, o primeiro pensamento que me surgiu foi aquilo que, para mim, a ORAÇÃO NÃO É e vou tentar sintetiza-lo em cinco pontos:
A ORAÇÃO não é Alienação ou fuga, mas um mergulho na vida e nas suas circunstâncias, como as partilhas CVX tão bem o demonstram. Por isso, rezo “Senhor, que eu não me esqueça que Tu estás vivo, presente e agindo no meio de nós.”; não é Abstração, facilmente nos “enrodilhamos” nos pensamentos, preconceitos, nos “se” do condicional; ficamos prisioneiros de tanta coisa que nos perdemos do essencial da oração. Por isso, rezo “Senhor, que eu vá ao Teu encontro de mãos vazias.” não é Idealismo, queremos tanto ser e fazer – o que é bom, mas corrermos o risco de nos tornamos um barro demasiado duro de moldar. Às vezes, como diz a canção – por muito brutal que possa parecer! -“se eu quiser falar com Deus tenho de virar um cão, tenho de lamber o chão dos palácios, dos castelos sumptuosos do meu sonho.” Por isso, rezo “Senhor, apesar das minhas quedas faz-me fiel à Tua promessa.”; Por isso, rezo “Sopra Senhor no meu ouvido. Sopra forte e arranca o medo”; não é Solidão, cada um de nós é parte de um povo peregrino, de uma longa história, de incontáveis gerações, de inúmeros testemunhos. Somos parte de uma comunidade que partilha a Fé e, sobretudo, rezar é relação. Por isso, rezo “Senhor, eu Te dou Graças.”
Mais um testemunho da Paula Melo, membro do grupo Koinonia:
“A oração é uma via aberta de contacto com Deus nosso Pai. Rezar é amor, quem reza ama e quem ama reza. A oração transmite-nos o gozo supremo de estarmos sintonizados com Deus.
Na verdade, “não há soluções, há caminhos…”, e o caminho que mais nos completa é aquele em que vamos acompanhados com Deus, em diálogo contínuo e profundo.
Acredito plenamente que “a minha fé é a Tua Fé em mim”. Obrigada Pai, por me ensinares, todos os dias, a rezar!”
Obrigada Padre Carlos pelas suas palavras inspiradoras ao começar a sua intervenção dizendo:
“Eu não sei rezar! … porque só Deus reza, só Deus sabe rezar … a vida e a história de cada um …! Só através do Amor de Deus se descobre a oração.”
Mais uma vez Deus trabalha o íntimo de cada um de nós, através da oração para nos transformar e para nos amar!
Obrigada Padre Carlos Carneiro sj!
Obrigada Leonor! Obrigada Francisca!
