Vamos seguir Ulisses na sua viagem de regresso à ilha de Ítaca, sua casa, desde o fim da guerra de Tróia.
* Aumentei um pouco a velocidade do vídeo para ficar com um pouco menos que 30 minutos.
Foto: Vincent Guth, Unsplash
Portefólio
Vamos seguir Ulisses na sua viagem de regresso à ilha de Ítaca, sua casa, desde o fim da guerra de Tróia.
* Aumentei um pouco a velocidade do vídeo para ficar com um pouco menos que 30 minutos.
Foto: Vincent Guth, Unsplash
Os contos de Torga versam sobre episódios corriqueiros da vida das aldeias montanhosas da região de Trás-os-Montes. Ainda mais do que à beleza monumental das paisagens, a escrita de Torga conduz-nos ao epicentro da experiência humana, no que ela pode ter de mais supersticioso ou virtuoso, rude ou nobre, animalesco ou grandioso. Penetramos naquilo que de mais essencial pode o homem viver naquelas circunstâncias aparentemente fechadas ao mundo, mas efetivamente abertas à riqueza do mundo interior, do ecossistema da vizinhança, do infinito que brota da terra.
O humanismo existencialista não embarca em generalizações totalizantes e finais do que é ou deixa de ser o homem. Antes, afirma que o homem existe “projetando-se e existindo fora de si”, bem como “perseguindo fins transcendentes”. É neste sentido que a “existência precede a essência”.
Resta lançarmo-nos sem medo, diariamente, nessa viagem existencial – de risco, criatividade, superação, sonho – que os nossos “egrégios avós” inauguraram. Sem medo de a transpor para todos os domínios da nossa vida, sabendo que ela implicará sacrifício, mas que, ultimamente, fará jus ao canto que a eternizou.
Encontramos em Camilo e em Eduardo Lourenço, apesar da diferença de épocas nas quais escrevem, e da diversidade tanto de registos como de estratégias argumentativas que adotam, uma crítica comum à mentalidade do novo-riquismo português, que é intemporal, inter-geográfico e interclassista.
Um Minho que não se pretende paisagístico. Não sendo essa a sua preocupação, Camilo procura dar importância ao interior desta terra: aos vícios e virtudes dos seus habitantes, às relações que fazem daquela terra “o Minho” e “minhotos” os que aí vivem.
A dualidade entre comunitarismo e individualismo que a novela reflete põe em evidência a complexidade das escolhas humanas e como estas são moldadas pelos valores da comunidade (ethos) à qual o indivíduo pertence.