O Rosto

Aqui o rosto não é entendido apenas na sua apreensão estética ou material, mas antes como a alteridade de alguém que se apresenta como outro.

Para Emmanuel Levinas toda a Ética tem início num encontro – o encontro com o rosto do outro. No seu livro Ética e Infinito, Levinas apresenta o rosto como a matriz do seu pensamento ético. Aqui o rosto não é entendido apenas na sua apreensão estética ou material, mas antes como a alteridade de alguém que se apresenta como outro. Outro que dá expressão ao mundo, que pede cuidado, que exige respeito.

 

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A nudez do Rosto desarma-me

E ordena-me a vida.

 

A fragilidade do Rosto enamora-me

E pede-me cuidado.

 

A pureza do Rosto inquieta-me

E fala-me de outrem.

 

A beleza do Rosto fascina-me

E impede-me de dizê-lo.

 

A exposição do Rosto convida-me

E segreda-me que o toque.

 

A autenticidade do Rosto

E suplica-me a verdade.

 

Na presença do Rosto respondo,

Sou obrigado a saudar.

 

Na presença do Rosto contemplo

Aquele que eu não sou.

 

Na presença do rosto devo

Um dívida infinita.

 

Na presença do Rosto posso

O que aqui começa.

 

Na presença do Rosto toco

Aquele que também sente.

 

Na presença do Rosto imagino

O amor de quem o imaginou.

 

Na alteridade te encontrarei.