o que celebramos
Em quinta-feira santa encontramos Jesus e os discípulos à mesa. Com diferentes matizes, os evangelhos mostram o quão marcante terá sido esse jantar. Foi ali que Jesus resumiu a sua missão e a missão dos discípulos: ser pão partido em cada dia, dando-se a si mesmo como dom de Deus; ser grande porque se serve com humildade; ser discípulo, adoptando o modo de ser e agir do Mestre. Os textos litúrgicos propõem que contemplemos esta Ceia a partir de três ideias centrais: a instituição da Eucaristia, o serviço como traço de identidade de Jesus e dos cristãos, o sacerdócio ministerial como testemunho.
ANTES
DE CELEBRAR
PREPARAR O ESPAÇO
Pode ser uma boa ideia preparar um pequeno oratório para estes dias: num espaço da casa onde dê para todos se reunirem, montar um ‘altar’ simples, com:
- uma toalha branca
- uma cruz
- uma vela
- flores
- uma bacia com água e uma toalha (só para quinta-feira santa, para a celebração da Ceia do Senhor)
Se não der para ficar sempre montado, pode-se preparar um pequeno ‘kit’ que esteja sempre pronto e acessível, para as celebrações.
COZINHAR EM FAMÍLIA
O pão ázimo tem um lugar muito especial no Séder, a ceia de Páscoa judaica. No livro do Êxodo conta-se que, na véspera de escaparem do Egipto, as famílias celebraram uma refeição ritual que incluiu cordeiro, ervas amargas e pão ázimo. Hoje em dia, as comunidades judaicas mantêm a mesma tradição, como recordação da libertação do povo. Durante o jantar, as famílias repartem o pão para simbolizar que Deus cuida de cada um e que todos são convidados a ser cuidadores generosos. O gesto de cozinhar em conjunto, para além de poder dar azo a tempos divertidos e ricos em família, também é uma forma de recordar o significado profundo da Páscoa: Deus quer tornar-nos livres e quer partilhar a sua vida (e os seus dons) connosco.
PENSAR NUMA INTENÇÃO
Antes da celebração começar, cada pessoa pode tirar algum tempo para pensar e anotar, num pedaço de papel, uma intenção particular.
DURANTE
A CELEBRAÇÃO
LAVAR OS PÉS
[para grupos: onde dois ou três estão reunidos]
Em família, sem esquecer os cuidados de saúde, seria bonito acompanhar o gesto do lava-pés, com uns lavando os pés aos outros, como ocasião de testemunho de amor, reconciliação e serviço
[se estiver só: aprender dos monges]
Nesse momento da celebração podemos ajoelhar-nos. Depois, podemos pensar nas pessoas que cuidam de nós (ou cuidaram) mas também naquelas que precisam dos nossos cuidados. Por cada uma delas, tocamos com uma mão no chão e em seguida benzemo-nos. Este gesto é um sinal de humildade e de reconhecimento do outro. Para tocar no chão, precisamos de nos baixar; ao fazer o sinal da cruz procuramos dar espaço ao Outro.
DEPOIS
DE CELEBRAR
UMA CONVERSA À CONVERSA À MESA [real ou virtual]
No guião poderão encontrar um conjunto de ideias sugestivas para uma conversa à mesa
REZAR COM INÁCIO DE LOIOLA
Pedir a graça de conhecer Jesus por dentro, na hora em que vai à cruz por mim. A proposta do Ponto SJ para este dia poderá ser uma boa ajuda.
NO MONTE DAS OLIVEIRAS
Na tradição judaica, durante a ceia pascal as famílias recordavam (e recordam) a história da libertação dos seus antepassados do Egipto para a terra da Promessa e, em seguida, recitavam alguns salmos próprios. Os evangelhos contam que, depois da ceia com os discípulos, Jesus subiu a um jardim fora de Jerusalém, e ali passou a noite a rezar de forma intensa. Os cristãos mantiveram esta tradição de acompanhar Jesus. Por isso, na noite de quinta-feira santa é comum ficar-se em vigília. Para quem quiser/ puder passar a noite em oração, preparámos um caminho sonoro com textos bíblicos, música e sons da natureza. Basta abrir a playlist, escolher um sítio sossegado em casa e entrar na noite com Jesus.