Tempo de Quaresma
Não negociemos, deixemo-nos amar
Não negociemos, deixemo-nos amar
Acolhamos a palavra do Senhor, no aqui e agora. Ele aplanará os nossos caminhos, Ele fará brilhar a Sua luz, no nosso horizonte. O nosso presente e a nossa história são o lugar, para nos abrirmos ao futuro e descobrirmos o quanto somos chamados a ser e a fazer.
O futuro é Ele, o rebento que vai nascer e no qual nos reveremos. Na Sua palavra e no Seu rosto, encontraremos a resposta ao anseio mais profundo, do nosso coração: ser para sempre. O mesmo é dizer: ser d’Ele, com Ele e para Ele; hoje, como ontem, como amanhã.
A Sua realeza é esta: um servo Rei e um Rei servo. O Seu trono, no alto, ao alcance de todos os olhares. Quem quiser, pode olhá-Lo, venerá-Lo, aprender d’Ele e com Ele a Sua realeza.
Cristo ofereceu-Se, num único sacrifício, por todos nós. Desta forma, assegura-nos, por Seu mérito, um lugar junto do Pai e à Sua direita, como tanto desejámos. N’Ele e com Ele, passamos da morte à vida. Agora sim, vivemos verdadeiramente
Quando não seguimos esta estrada da consolação, desviamo-nos da nossa vocação, à comunhão com Deus e com os outros. Ficamos à beira do caminho, e o sofrimento parece crescer e tomar conta de nós. Nada vemos, não sabemos nem que fazer nem por onde seguir. Sentimo-nos como que perdidos. O nosso coração, que anseia pela comunhão, grita: «Jesus, Filho de David, tem piedade de mim».
Aos filhos de Zebedeu Jesus pergunta: “Podeis beber o cálice que Eu vou beber e receber o baptismo com que Eu vou ser baptizado?”. Eles, na sua inconsciência, respondem de imediato: “Podemos”. Então, Jesus diz, a todos aqueles a quem chamou, que há que olhar as coisas de uma maneira diferente, daquela que temos como habitual.
É este o caminho que Jesus propõe ao homem, que com Ele se encontra, no desejo de ter a vida eterna: abre-te à bondade de Deus. Se quisermos, por outras palavras: acredita no único que é unicamente bom.
As crianças entregam-se, totalmente, à relação com os outros. Fazem-no espontaneamente, sem se defender, sem pensar em segundas intenções. O coração delas é simples e transparente. Esse é o caminho que temos por diante, o caminho para Deus.
O que é que nos ocupa e preocupa, no dia-a-dia? Se auscultamos as nossas preocupações, os nossos desejos, ir-nos-emos tornando conscientes daquilo que, na verdade, comanda o nosso viver. Vamos crescendo e pensando que, como adultos, fazemos o que queremos.