9 Abr 2024 | Notícia
Queria uma palavra-chave para este artigo, sabem? Aquela palavra que às vezes começa um texto de forma tão “eloquente”, sem precisar de mais do que um ponto final à frente:
“Amor. O amor é mais do que aquilo que…” ou “Verdade. Vive na verdade quem…”, bom perceberam… e não encontro a que quero, estou tão pouco criativa que até já ponderei que a palavra fosse Minicampo, e teria começado o texto tipo: “Minicampo. Aquele tempo em que…” Podia arriscar passar os próximos minutos no Chat gpt à procura, mas vou assumir seguir, sem palavra inicial, sem ideia e sem guião.
Vou assumir isto porque, para mim, o minicampo é isso mesmo – não há bem ideia ou guião. O que faz do minicampo um tempo tão especial é isso. Ainda ontem estavas num sítio completamente diferente, a viver só mais uma sexta-feira daquelas que estão no calendário com mil tarefas, trabalhos e cenas que quero deixar para amanhã e, de repente, há uma que não posso deixar para sábado: Pôr a pasta de dentes dentro da mochila que vou levar! Assim se parte para o minicampo, vindo de um dia na rotina tão atarefada que não me deu tempo e espaço para imaginar nem criar uma história com “comos” e “quandos”, não deu tempo para me seguir pelo guião e saber em que ato estou nem o que vem a seguir! Tudo é surpresa, tudo ali é tão diferente do dia a dia, tudo ali me surpreende.
“Surpresa. Não a que vem no Kinder, a de quem vê algo pela primeira…” Nope, também não é surpresa a palavra-chave que quero usar! Mas sair da rotina para viver aqueles dias, é viver uma verdadeira surpresa, é reaprender falas, receber novas indicações e redirecionar figurantes. Han? No minicampo nem há figurantes, não há como! No meio de toda a surpresa, o mais surpreendente é o outro, aquele que está ao teu lado na roda, aquele que ficou com o pé atado a ti no jogo das estafetas, aquele que te dá a mão no Boa noite, e aquele que vive contigo tudo isto e muito mais. Não pode de forma nenhuma ser figurante no “teu” minicampo, e não existe sequer um único figurante. Estamos todos juntos a viver tudo juntos.
E este foi não só o teu, mas o nosso minicampo. 4 dias na semana antes da Páscoa, em que vivemos quase como num campo de férias, todos juntos, Gambozinos, a reparar em quem está ao nosso lado, a viver a surpresa de encontrarmos quem temos à nossa volta e a deixar o papel por onde nos guiávamos em casa e deixar que outro gambozino escreva uma linha ou outra. “Agradecer.” (Só não podia ter começado com esta porque vocês ainda não sabiam o que eu vinha agradecer).
Inês Botelho
9 Abr 2024 | Notícia
No sul já começa a ser hábito ter um minicampo antes da Páscoa (importante nota, para quem não sabe: já não tínhamos há algum tempo e retomámos no ano passado) e é mesmo uma alegria ter um bocadinho de Gambozinos no meio do correria do dia a dia!
Lembro-me perfeitamente do primeiro campo que fiz de Gambozinos. Como foi só em G3, já tinha feito muitos outros campos. Mas este foi diferente – é que, de repente, e sem antes conhecer (quase) ninguém, senti-me em casa. Lembro-me de achar estranho, mas de ser mesmo bom.
Acho que só agora é que consigo perceber melhor. De facto, esta nossa associação é como uma família. Por isso, cada vez que nos reencontramos, é como se chegássemos a casa. Não é a casa que tem paredes e onde normalmente encontramos os nossos avós, tios e primos, mas é quase!
O melhor é que ainda hoje sinto isso, sempre que encontro gambozinos, volto a sentir-me em casa, e o minicampo do sul não foi exceção: 5 dias de caos no meio do caos do dia-a-dia (afinal, todos sabemos que ser gambozino é ser louco e gostar dessa loucura!) mas nos quais me senti em casa. É assim que vejo este minicampo, como um encontro de família, só que em vez de ser na Páscoa, é antes, para viver o fim da Quaresma em família e sabe tão bem!
Não se enganem, um minicampo não é nada fácil! É muito mais cansativo porque somos atirados para um campo depois de um dia inteiro de aulas e atividades e, para além disso, não tem só os nossos amigos. Por isso, às vezes não apetece mesmo nada. Era muito mais fácil ficar só em casa… Mas a verdade é que compensa sempre! É impossível não nos sentirmos agradecidos pelos amigos que fizemos, pela alegria que vem dos jogos, aplausos e músicas aos altos berros e por termos arriscado vir descobrir o que é isto de ser gambozino, de que tantos falam e que parece tão bom.
O Minicampo já acabou há duas semanas mas tenho ainda comigo esta alegria do reencontro! Que bom que é voltar a casa!
Teresa Cardoso da Costa
9 Abr 2024 | Notícia
O minicampo é uma fuga à correria do dia-a-dia. Pena que passe num instante. Mas a verdade é que não é preciso muito tempo para saber parar, recentrar e saborear como é bom viver no amor e amizade gambozínica.
Do minicampo do Norte, trago comigo a gratidão. Acredito que fui para lá prontíssima para servir mas, na verdade, eu é que fui servida. Como é possível um Deus infinito caber num coração humano, naturalmente tão limitado? A vida de cada gambozino é a maior prova disso.
Aliás, este minicampo foi uma grande prova! – a alegria de cada um e a vontade de procurar o gambozino que é e de perceber que ser gambozino é viver acompanhado dos outros e para os outros, porque os gambozinos são mesmo locos dela cabeza!!
Foi mesmo bom cada um reencontrar a criança dentro de si entre aplausos, jogos, conversas na roda, músicas cantadas até a voz não dar mais. Foi mesmo boa toda a energia na Gamboliga quando ainda nem tínhamos tido tempo de acordar. Foi mesmo bom o espírito de equipa a lavar a loiça do dia anterior ou a preparar o pequeno-almoço para todos.
Depois, trago também a alegria da espera. Sinto que o amor e a alegria da Páscoa é algo que pode ser muito intrínseco e espontâneo em nós, mas somos capazes de viver a alegria da espera na Quaresma? Acho que esse é o grande desafio, que acredito que foi superado nestes 4 dias. Com a certeza de que as sementes foram lançadas em cada gambozino, só me resta esperar e confiar nos frutos que saem destes dias vividos na simplicidade e na loucura.
Matilde Gonçalves
11 Mar 2024 | Notícia
Sou uma pessoa muito rica, rica em amizades! E estas amizades, geram-me mesmo felicidade.
Isto deve-se muito aos Gambozinos, onde consegui desenvolver este grande pilar da minha
vida, as relações.
Mas porque é que será que estas amizades feitas em contexto de Gambozinos são tão
especiais? É de facto algo quase inexplicável, daquelas coisas que só vivendo é que se percebe.
Tenho algumas hipóteses de resposta a esta pergunta. Talvez seja pela grande intensidade que
por exemplo um campo de verão de 9 dias ou um mini-campo de 4 nos dá. Talvez pelo facto de
termos um propósito comum, uma missão e um objetivo concreto que nos une, em darmo-nos
aos outros. Ou até mesmo porque estas amizades passam pela partilha de vida interior, do que
nos faz rir e chorar, de querermos ser mais e melhores, com os que nos rodeiam. Se calhar, as
amizades gambozínicas passam por isto e por muito mais! É um vínculo que transcende o
tempo e a distância, em que se fica meses sem ver um amigo que vive do outro lado do país,
mas tudo permanece tal e qual como quando nos despedimos.
Foi nestas despedidas de amizades intensas que se criaram em 9 dias em campos de verão que
fui desenvolvendo a minha capacidade de manter relações – e de ter e querer ter este cuidado
com cada amigo.
É difícil manter uma relação porque não se tem tempo para dar, ou não se arranja o tempo
necessário para dar. Eu gosto muito de dar esse tempo e de “gastar” o pouco tempo livre que
se tem, nisto. A minha cabeça, no meio do caos em que está sempre, a pensar em tudo ao
mesmo tempo, vai rodando entre os meus amigos e causa-me uma agitação que me “obriga”
a, simplesmente, querer perguntar: “Olá! Como estás?”; “Quando é que estamos juntos?”.
Este é o primeiro grande passo para manter uma relação de amizade. Lembrar. Perguntar.
Ouvir.
Graças aos Gambozinos, tive a alegria de, desde pequena, conhecer muitas pessoas novas e
querer crescer com elas no resto da minha vida. Amigos que perguntam por mim como eu
pergunto por eles.
Durante este tempo Quaresmal, proponho que estendas o cuidado mútuo para além dos momentos intensos que vais tendo, priorizando também o fortalecimento das tuas amizades, principalmente com aqueles que estão longe de ti. Que este tempo seja uma oportunidade para cultivares as relações e manteres laços de amizade com atenção e dedicação renovadas.
Isabel Braz
11 Mar 2024 | Notícia
O Gambozinos Amigos do SudOeste – GAS – é composto por quatro fins de semana
destinados a animados do escalão G3 dos núcleos Sul e Oeste. Estes fins de semana têm
servido de motor de união entre os participantes, independentemente do seu núcleo original.
O fim de semana mais recente decorreu entre os dias 17 e 18 de fevereiro. Na
madrugada de sábado partiram quatro carros de Lisboa e do Pragal rumo a Peniche.
Após um Bom dia Senhor – BDS – (sobre o tema justiça), os participantes do G3 (15 aos
16 anos) juntaram-se aos Gambozinos do grupo Peniche é fixe (PEF), do escalão G0 (7 aos 10
anos). Havia o propósito de trabalhar com o G3 o sentido de responsabilização sobre os mais
novos. Esta união criou amizades entre os escalões e entre os participantes do mesmo escalão,
reforçando-se também o facto de virem a ser animadores.
As equipas para o jogo da tarde foram criadas pelos animados do GAS. Os G3
escolheram ficar cada um com um animado do PEF de modo a que as equipas ficassem
equilibradas!
Após um jogo muito animado, fomos todos juntos à Missa em Peniche. Uma vez
concluída a Missa, o grupo do GAS dirigiu-se a Óbidos, onde ficámos a dormir. Como já é
tradição, houve um jogo noturno chamado Avistamentos. O objetivo do jogo era encontrar
outras equipas e o unicórnio (um animador que andava a correr por Óbidos vestido de
unicórnio). No zig zag das ruas de Óbidos, os obidenses, ajudaram os Gambozinos a encontrar
o unicórnio.
Cantado o “Boa Noite”, foi tudo descansar para haver energia para o dia seguinte!
Domingo começámos o dia com um “peddy paper” por Óbidos, no qual os G3
estiveram a tirar fotografias a monumentos, com pessoas e diferentes locais de Óbidos.
Organizámos grupos de três a quatro pessoas para que houvesse uma maior partilha e à
vontade entre os gambozinos.
Estando o grupo mais unido e mais à vontade, fez-se um “Boa Tarde Senhor” focado na
Quaresma.
Com uma atividade repleta de atividades focadas em responsabilizar, orientadas para
o autoconhecimento e para o serviço aos outros, o grupo de animados do GAS esteve mais do
que à altura do desafio! Assim concluída a atividade e feitas as respetivas despedidas, os
carros regressaram aos seus destinos.
Este fim-de-semana conseguiu unir o grupo, que ainda se sentia pouco confortável
com as diferenças culturais e sociais. Ao responsabilizar os gambozinos, estes uniram-se para
assegurar a diversão e conforto dos mais novos. No sábado, o foco passou a ser o G0 e não o
G3, para promover a sua maturidade e autonomia. Foi muito recompensador ver os animados
assumirem o papel de animador, sendo nós, animadores, convidados a revermo-nos nos
diferentes perfis e amizades que se iam formando.
O “peddy paper” revelou a parte mais criativa do escalão e obrigou a que os grupos
ficassem mais à vontade entre si para poderem experimentar novas dinâmicas.
A avaliação do fim de semana foi extremamente positiva e sentimos que o grupo do
GAS está cada vez mais próximo e a caminhar em direção a um grupo mais uno!
Miguel Pupo Correia